sexta-feira, 16 de agosto de 2024

A FUNÇÃO ECOLÓGICA DA FANTASIA https://static.wixstatic.com/media/d9c6c1_b8235d9eb19d4803b6a6f2bb9bb7aad9~mv2.jpg No post de hoje, tenho o prazer de dar a fala a um dos nossos autores: Henrique Susin Scopel. Espero que façam bom proveito da discussão que ele traz nesta sexta-feira. Fico muito feliz por estar escrevendo este texto para o blog da minha editora favorita: a FLYVE. Acredito que antes de iniciar, devo realizar uma rápida apresentação. Para quem não me conhece, me chamo Henrique, sou o autor de Crônicas de Arauver, mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul, e escritor da casa há dois anos. Quando recebi esse convite, pensei bastante sobre o que poderia escrever, e decidi unir duas grandes paixões da minha vida: fantasia e ecologia. Mas o que isso tem a ver? A relação é profunda, talvez um pouco escondida, mas com certeza real. O objetivo do texto é trazer, por meio de alguns exemplos, a função educacional ecológica presente nas fantasias e fábulas que consumimos diariamente, e como elas podem auxiliar no despertar para a consciência ambiental dos leitores. Inicio falando da minha história com ambos os temas, pois o primeiro contato que tive com o tema da ecologia foi, por incrível que pareça, ao ler Senhor dos Anéis. Não passava de um jovem de doze anos, mas quando visitei os capítulos onde observamos a destruição de Isengard na Floresta dos Ents, algo dentro de mim despertou. Essa revolta pelo fim da natureza em prol de um meio de produção me fez buscar mais sobre a preservação e o meio ambiente. Entretanto, a relação da fantasia com a ecologia não se resume a esse curto relato pessoal. A fantasia e a ficção, na grande maioria, abordam o tema de preservação direta ou indiretamente. Podemos refletir com grandes livros, além do já citado Senhor dos Anéis, como A Utopia. Quando Thomas More escreveu esse clássico no século XVI, termos como "fantasia" ou "ficção científica" ainda não existiam dentro do mercado literário como nos dias de hoje, porém sua obra com certeza é uma produção fantástica. Nas páginas do livro, somos apresentados a uma sociedade acima de qualquer problema, que vive em união e paz, uma perfeita utopia. É possível notar que a sociedade perfeita e utópica só foi alcançada por uma forma de vida humana em harmonia com a natureza, uma vida humana sustentável. O autor não deixa isso explícito, mas é visível nas descrições como a natureza é respeitada e tratada como companheira, não como mero objeto a ser utilizado. Avançando um pouco no tempo, gostaria de trazer a obra Um Cântico para Leibowitz, de Walter M. Miller Jr. O livro, considerado um dos maiores clássicos da ficção científica, foi escrito em 1959 e acompanha um mosteiro católico, em um cenário pós-apocalíptico, localizado em um deserto no território dos antigos Estados Unidos, depois de uma Guerra Nuclear, que praticamente destruiu a humanidade. O ponto principal do livro é a força destrutiva que a humanidade carrega, que afeta tanto a si quanto ao ambiente que lhe acolhe. Ao contrário do pensamento do protagonista final da história “sic transit mundus”, o livro nos faz refletir como devemos evitar cenários como o dele, e também como a tecnologia ou as questões financeiras jamais substituirão nossa casa natural. No campo da fantasia medieval moderna, um grande exemplo de pensamento ecológico como pano de fundo é a saga The Witcher, do polonês Andrej Sapkowski. A série de oito livros encantadores, três jogos incríveis e uma série deplorável da Netflix, tem como fundo a imparável sede de conquista dos humanos e o caminho de devastação e esquecimento que isso leva. Para quem não é familiarizado com a obra, os humanos, no continente em que se passa a história, são invasores e levam à extinção muitas espécies locais (os monstros que os bruxos caçam). Além disso, perseguem as raças locais e destroem seus santuários antigos. Todo esse conflito leva a uma espiral de problemas sociais e falta de recursos que aparecem como pano de fundo da história de Geralt. Poderia ser um pouco mais corajoso e falar de uma obra essencial no âmbito da luta pelo meio ambiente: A Primavera Silenciosa (1962), de Rachel Carson. Tal obra foi de suma importância para o conhecimento do mundo sobre a má utilização de produtos tóxicos e em como eles impactam o meio ambiente e a própria raça humana. Alguns de vocês devem estar se perguntando qual a relação desse livro com a fantasia. Explicarei com um breve resumo: Rachel inicia o livro trazendo uma história de um local onde o uso de agrotóxicos era tão absurdo e normalizado que tais produtos acabaram matando os pássaros, fazendo com que a primavera se tornasse silenciosa e ocasionando outros impactos no ecossistema do local. Ao escrever sobre essa primavera silenciosa, Carson não estaria utilizando o recurso fantástico para alertar sobre as questões ecológicas? A resposta é óbvia. Os exemplos não acabam por aqui. Eu poderia escrever centenas de páginas sobre o assunto, analisando a relação entre obras de fantasia e o pensamento ecológico. Entretanto, por se tratar de um texto para blog, não quero me alongar muito. Caso seja de interesse, retorno para falar mais disso no futuro. Acredito que o ponto tenha sido provado, a fantasia pode ser ferramenta para alerta e educação ecológica, com autores utilizando a temática consciente ou inconscientemente. Na situação em que vivemos, quanto mais recursos pudermos utilizar em favor do meio ambiente, melhor. A humanidade vivendo em união com a natureza não pode ser somente fantasia. Henrique Susin Scopel, escritor e mestrando em Direito Ambiental

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Na fase da educação infantil, as crianças estão desenvolvendo o interesse pela leitura, enquanto absorvem os conceitos básicos essenciais para a alfabetização. Com esse propósito em mente, desenvolvemos um e-book que aprofunda o tema da leitura literária neste período tão importantes para as crianças. Além disso, o material é acompanhado por sugestões de atividades e obras selecionadas de nossas editoras. E-book: Leitura Literária na Educação Infantil
Por Redação Para celebrar o Dia Nacional do Livro Infantil (18 de abril), a SP Leituras convidou a equipe* do SisEB para selecionar os 5 livros infantis que não podem faltar em nenhuma biblioteca. E a boa notícia é que qualquer biblioteca pública cadastrada – e com os dados atualizados – na plataforma Bibliotecas Paulistas pode adquiri-los gratuitamente na Loja Virtual do SisEB. Confira: 1 - Doçura Escritora: Anna Cunha Editora:Tibi Editora Ano de publicação: 2022 Sinopse: Doçura é um livro-imagem que celebra a leitura em família, as mulheres e as professoras. A obra trata da importância da formação leitora na infância e destaca o afeto e a dedicação para a criação de uma nova geração de leitores. Por que este livro é fundamental em qualquer biblioteca: Doçura venceu o Prêmio Jabuti 2023 e sem usar uma única palavra escrita, conta uma linda história, através de imagens de arrebatar a alma é capaz de nos transportar para suas páginas cheias de afeto. 2 - Macabéa Escritora: Conceição Evaristo Editora: Oficina Raquel Ano de publicação: 2023 Sinopse: Conceição relê Clarice. “Se essa história não existe, passará a existir. (Clarice Lispector)” Há quase 50 anos, Clarice Lispector publicou A hora da estrela, seu último e mais emblemático romance. Nascia então Macabéa, jovem nordestina, pobre e migrante, cuja vida era marcada por dores, silêncios e apagamento. Agora, brota a Flor de Mulungu. Neste conto ilustrado, a premiada e incontornável voz da literatura brasileira contemporânea Conceição Evaristo revisita e dá novos contornos à Macabéa, em um manifesto literário que coloca a escrita como uma forma de fazer vingar a vida. “A Flor de Mulungu não ia fenecer. Não. A posição fetal em que ela se encontrava era um indício de que uma nova vida se abria. Ela ia nascer por ela e com ela. Macabéa ia se parir. Flor de Mulungu tinha a potência da vida. Força motriz de um povo que resilientemente vai emoldurando o seu grito. ” - Conceição Evaristo Por que este livro é fundamental em qualquer biblioteca: O olhar de Evaristo para esta personagem é realista, evoca a ancestralidade de Macabéa (e de todas as Macabéas que ali habitam) para costurar uma nova trajetória em que “Mulheres como Macabéa não morrem. Costumam ser porta-vozes de outras mulheres, iguais a elas". 3 - Óculos de cor Escritora: Lilia Moritz Schwarcz Editora: Companhia das Letrinhas Ano de publicação: 2022 Sinopse: Alvo é um garoto cheio de energia, e está sempre com um assunto diferente na cabeça ― pode ser a história do Brasil, algum super-herói de uma série da TV ou a próxima viagem que vai fazer nas férias. Ele mora com a família em um bairro elegante, vai à escola todo dia pela manhã e, a despeito de ser um garoto curioso, pouco percebe sobre o mundo à sua volta, tão diferente do seu. Ebony adora fazer amigos e contar histórias ― e até contaria mais, se tivesse tempo. Com a agenda cheia, da aula de dança aos desenhos que adora fazer, a garota quase nunca para quieta. Seu mundo é grande demais! E ela está prestes a começar os estudos em uma nova escola, com professores e colegas que até então não conhecia. Por que este livro é fundamental em qualquer biblioteca: Com seu já consagrado poder narrativo, Lilia Moritz Schwarcz se volta à literatura infantil para proporcionar reflexões aos jovens leitores sobre assuntos de primeira importância, como a branquitude e o racismo estrutural que atinge a todas e todos no Brasil. Prêmio Jabuti 2023 na categoria Juvenil. 4 - A África que você fala Escritor: Claudio Fragata Editora: Globinho Ano de publicação: 2021 Sinopse: Cafuné, samba, quiabo, dendê, quitanda... Você pode até não perceber, mas usamos muitas palavras com origem africana no dia a dia. De forma leve e divertida, A África que você fala faz um passeio por palavras que pegamos emprestadas de idiomas como quimbundo, iorubá, jeje e banto. Por que este livro é fundamental em qualquer biblioteca: O livro mostra a origem de palavras que usamos no cotidiano e que são oriundas da África, abordando a importância de apresentar aos pequenos leitores a origem dessas palavras. 5 - Heróis e heroínas do cordel Escritora: Januária Cristina Alves Editora: Companhia das Letrinhas Ano de publicação: 2021 Sinopse: A literatura de cordel é uma das manifestações mais ricas da cultura brasileira. Ao narrar grandes aventuras ou mesmo acontecimentos cotidianos em versos rimados e ritmados, os cordelistas criaram personagens universais ― e ao mesmo tempo bem brasileiros ―, cujos atos corajosos, autênticos e heróicos vêm se espalhando pelos quatro cantos do país ao longo dos séculos. Com organização da escritora e pesquisadora Januária Alves, ilustrações de Salmo Dansa e posfácio de Antonio Nóbrega, este livro traz cinco narrativas assinadas por grandes nomes da literatura de cordel ― A história de João Valente e o dragão de três cabeças , História de Roberto do Diabo , História da imperatriz Porcina , História da donzela Teodora e O verdadeiro romance do herói João de Calais. Por que este livro é fundamental em qualquer biblioteca: Dragões, desafios e aventuras de tirar o fôlego ― há tudo isso e muito mais nessa reunião única de cinco histórias assinadas por grandes nomes da literatura de cordel brasileira.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

https://jornal.usp.br/cultura/as-bibliotecas-preservam-o-conhecimento-como-extensao-dos-cerebros-humanos/ Luiz Augusto Milanesi Professor Sênior da USP/ECA “As bibliotecas preservam o conhecimento como extensão dos cérebros humanos” É o que afirma o professor Luís Milanesi, da ECA, ressaltando o papel irradiador de cultura e informação das bibliotecas. Sua função como “memória da humanidade” é um dos temas que ele enfoca nesta entrevista Publicado: 17/11/2023 Atualizado: 29/11/2023 as 13:22 Texto: Marcello Rollemberg Arte: Simone Gomes Em um país como o Brasil, que tem uma carência crônica de políticas públicas para a cultura, é muito importante se buscar alternativas para efetivar ações que unam cultura, educação e cidadania. Isso, indo muito além daquilo que os governos – em todas as suas instâncias – se propõem a fazer mas acabam deixando pelo caminho ideias não concretizadas e uma pilha de promessas esquecidas. Uma ação que pode e deve ser vista com atenção é o resgate do papel fundamental das bibliotecas na formação cultural e educativa dos cidadãos, onde o livre pensar é mais do que só pensar. “As bibliotecas tiveram e têm a função de preservar o conhecimento como se fossem, em seu conjunto, a extensão dos cérebros humanos, a memória da humanidade”, garante Luís Augusto Milanesi, professor sênior da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP). “Isso permitiu e permite que sejam transportadoras do conhecimento no transcurso dos séculos, bem como fornecedoras de informações capazes de gerar novas camadas de saber”, acredita ele, também autor de vários livros, entre eles A casa da invenção e Biblioteca, ambos pela Ateliê Editorial. Ex-diretor da ECA e um dos expoentes da Biblioteconomia no Brasil – e defensor intransigente do fomento de políticas culturais –, Milanesi criou, em 2018, o Lacis – Laboratório de Cultura, Informação e Sociedade. Gerado pelo Departamento de Informação e Cultura da ECA, o Lacis tem como proposta central realizar atividades de extensão, notadamente cursos e seminários, bem como desenvolver pesquisas no âmbito da intersecção entre informação e cultura. Nesse campo situa-se um dos seus projetos mais relevantes pela sua dimensão social e pelos desafios teóricos e práticos que propõe: “a biblioteca pública pós-Gutenberg” ou o que será posto no lugar dos acervos municipais, em crise desde a expansão da internet. “A decadência e até mesmo a extinção dessas bibliotecas ocorre em um momento em que se ampliam os vetores da desinformação”, afirma Milanesi, reiterando o tripé de projetos que alicerçam o laboratório: o primeiro busca levar aos municípios a arte que a USP, por meio de seus cursos, cria; o segundo projeto propõe-se a difundir obras de autores uspianos pelos municípios interessados em conhecê-las e discuti-las; e o terceiro trata justamente dessa “biblioteca pós-Gutenberg” e seu impacto social e cultural. Mais informações sobre o Lacis no e-mail lacis@usp.br. Para o professor da ECA, a biblioteconomia é capaz de responder às demandas de fomento de cultura e informação que a sociedade exige, mas deve se adaptar às exigências contemporâneas. “O mundo do trabalho pede cada vez menos aqueles que sabem tudo de um assunto e sim os que tenham a capacidade de combinar e integrar informações de vários campos. O bibliotecário não é apenas o especialista nos meios técnicos, mas nos fins da informação e do conhecimento”, contextualiza. Leia, a seguir, a entrevista de Luís Milanesi ao Jornal da USP.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Coleção Palavra-Chave editada pela Editora Polis e pela Associação Paulista de Bibliotecários (APB) contribuiu significativamente para a formação no âmbito da graduação. SILVA, Rovilson José da; Bortolin, Sueli (Orgs.). Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo: Polis, 2006. 120p. (Coleção Palavra-Chave, 17) VALENTIM, Marta Lígia Pomim (Org.). Métodos qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. São Paulo: Polis, 2005. 176p. (Coleção Palavra-Chave, 16) VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório (Coord.). Tecnologia e conteúdos informacionais: abordagens téoricas e práticas. São Paulo: Polis, 2004. 187p. (Coleção Palavra-Chave, 15) VALENTIM, Marta Lígia Pomim (Org.). Atuação profissional na área de informação. São Paulo: Polis, 2004. 191p. (Coleção Palavra-Chave 14) VALENTIM, Marta Lígia Pomim (Org.). Formação do profissional da informação. São Paulo: Polis, 2002. 152p. (Coleção Palavra-Chave, 13) CORTE, Adelaide Ramos e; ALMEIDA, Iêda Muniz de; ROCHA, Eulina Gomes; LAGO, Wilma Garrido do. Avaliação de softwares para bibliotecas e arquivos: uma visão do cenário nacional. 2.ed. São Paulo: Polis, 2002. 219p. (Coleção Palavra-Chave, 11) CORTE, Adelaide Ramos e; ALMEIDA, Iêda Muniz de (Coord.) Avaliação de softwares para bibliotecas. São Paulo: Polis; APB, 2000. 108p. (Coleção Palavra-Chave, 11) VALENTIM, M. L. P. (Org.). O profissional da informação: formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2000. 156p. (Coleção Palavra-Chave, 10) ORTEGA, Cristina Dotta. Microisis: das origens à consolidação numa realidade de informação em mudança. São Paulo: Polis; APB, 1998. 130 p. (Coleção Palavra-Chave, 9) VALENTIM, Marta Lígia Pomim. O custo da informação tecnológica. São Paulo: Polis; APB, 1997. 91p. (Coleção Palavra-Chave, 8) ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Sociedade e Biblioteconomia. São Paulo: Polis : APB, 1997. 129p. (Coleção Palavra-Chave, 7) FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Textos avançados em referência e informação. São Paulo: Polis; APB, 1996. 124p. (Coleção Palavra-Chave, 6) BARBALHO, Célia Regina Simonetti; BERAQUET, Vera Silvia Marão. Planejamento estratégico para unidades de informação. São Paulo: Polis; APB, 1995. 69p. (Coleção Palavra-Chave, 5) CINTRA, Anna Maria; TÁLAMO, Maria de Fátima Gonçalves Moreira; LARA, Marilda Lopes Ginez de; KOBASHI, Nair Yumiko. Para entender as linguagens documentárias. 2.ed. São Paulo: Polis; APB, 2002. 96p. (Coleção Palavra-Chave, 4) CINTRA, Anna Maria; TÁLAMO, Maria de Fátima Gonçalves Moreira; LARA, Marilda Lopes Ginez de; KOBASHI, Nair Yumiko. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis; APB, 1994. 72p. (Coleção Palavra-Chave, 4) FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Serviços de referência & informação. São Paulo: Polis; APB, 1992. 168p. (Coleção Palavra-Chave, 3) BARSOTTI, Roberto. A informática na Biblioteconomia e na Documentação. São Paulo: Polis; APB, 1990. 127p. (Coleção Palavra-Chave, 2) VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis; APB, 1989. 96p. (Coleção Palavra-Chave, 1)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Fact Cheking

Título: Jornalismo de verificação como tipo ideal: a prática de fact-cheking no Brasil Autor: Taís Seibt Resumo: Nesta tese, formula-se o “jornalismo de verificação” como um tipo ideal para estudar a prática de fact-checking (checagem de fatos) no Brasil na perspectiva das mudanças estruturais do jornalismo. A base para a formulação teórico-metodológica da pesquisa é o estudo sobre os paradigmas jornalísticos (CHARRON; BONVILLE, 2016). Utilizando-se do método weberiano do tipo ideal, os autores estabelecem uma tipologia histórica das práticas jornalísticas a partir de quatro formas de jornalismo: de transmissão, de opinião, de informação e de comunicação. Prática crescente no mercado de informação contemporâneo, dominado por plataformas digitais (BELL; OWEN, 2017), o fact-checking surge como resposta à fragmentação da vida pública testemunhada nas últimas três décadas e resgata valores centrais da ideologia profissional, como a objetividade (GRAVES, 2016) e a disciplina da verificação (KOVACH; ROSENSTIEL, 2004; 2014). A partir de uma pesquisa participante no projeto Truco, da Agência Pública, uma das iniciativas pioneiras de checagem de fatos no Brasil, a tese discute limites e possibilidades da nova prática para o jornalismo diante de um cenário de desinformação (WARDLE, 2018) segundo 14 indicadores de mudança nos parâmetros que compõem o paradigma jornalístico. Com base em entrevistas, observação de rotinas e relatos de experiência, conclui-se que há mudanças significativas no que diz respeito a critérios, rotinas e percepções sobre a prática jornalística, as quais podem ser tomadas como indícios de que há uma mudança em curso no jornalismo contemporâneo, porém não suficientemente consolidadas a ponto de suplantar o paradigma do “jornalismo de comunicação”. Nesse sentido, o “jornalismo de verificação” enquanto tipo ideal evidencia mudanças em curso, podendo ser tomado como um desvio entre outros, o que seria característico de períodos pré-paradigmáticos (KUHN, 1975) Link para a Tese: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/193359

Produtores de Fake News

Titulo: Desinformação na Terceira Idade: como o público idoso se relaciona com as fake news nas redes sociais. Autor: Bruno Fortes Luce Resumo: Esta pesquisa tem como problema de investigação: como idosos, enquanto imigrantes digitais podem adquirir as competências informacionais necessárias para lidar com o fenômeno das fake news? No escopo da pesquisa, adota-se como o objetivo geral: desenvolver através da educação soluções para conter o problema da recepção, aceitação e propagação de fake news pelo público idoso. O método da pesquisa é o estudo de caso de caráter qualitativo e os instrumentos de coleta de dados foram a observação participante do pesquisador e aplicação da entrevista com perguntas semi-estruturadas aos sujeitos após a realização do Curso de extensão. O desenvolvimento do Curso de Extensão: alfabetização midiática e informacional para idosos, com duração de 20h, foi realizado durante o período de um mês nas dependências do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), e contou com a participação de oito idosas, sujeitos da pesquisa. A estrutura priorizou aulas expositivas e dialogadas, onde foi abordada a origem da internet e das redes sociais, fontes de informação, desinformação, competência informacional, modelos de fake news, fatores de checagem e conteúdos relacionados. Também foram realizadas visitas à Biblioteca e à redação de jornais e rádios, com conversa com os profissionais. Como resultado ao final do Curso, percebeu-se o avanço em relação à identificação das fake news pelas participantes, a busca da informação em fontes confiáveis e a atitude de não compartilhar qualquer material recebido em uma rede social. Finalizando, foi possível notar uma melhora na relação entre o uso das ferramentas digitais pelas alunas e a relevância da busca nas fontes apropriadas. Também se destaca a vontade das participantes continuarem a se qualificar, através de outros Cursos, em outro momento. Acredita-se que foi uma experiência produtiva e que o modelo pode ser replicado para outros públicos e ou para um público maior em outros espaços e lugares. Link para o trabalho: https://dspace.ifrs.edu.br/xmlui/handle/123456789/361

“Deepfake”

Material: “Deepfake” como ferramenta manipulação e disseminação de “fakenews” em formato de vídeo nas redes sociais. Autor: Cristiana Pantola Moraes. Link para o Material: https://osf.io/mf7t6/ Referências: MORAES, Cristiana Pantola. “Deepfake” como ferramenta manipulação e disseminação de “fakenews” em formato de vídeo nas redes sociais. In: ENCONTRO IBÉRICO EDICIC, 9., 2019, Barcelona. Anais [...]. Barcelona: EDICIC, 2019. Disponível em: https://osf.io/mf7t6/

Fake News em formato de Texto

Livro: Jornalismo, fake news & desinformação: manual para educação e treinamento em jornalismo. Autor: Cherilyn Ireton; Julie Posetti Link para o Livro: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000368647 Referência: IRETON, Cherilyn; POSETTI, Julie. Jornalismo, fake news & desinformação: manual para educação e treinamento em jornalismo. UNESCO, 2018. Disponível em: http://portaldobibliotecario.com/wp-content/uploads/2020/06/ManualFakeNews.pdf

Fake news nas redes sociais

Capitulo de Livro: Atuação do Bibliotecário da saúde em tempos de pandemia da Covid-19 e Hiperinformação. ( p. 111-132) Autores: Laura Valladares de Oliveira Soares; Bruno Luce; Lizandra Brasil Estabel Link para o Livro: http://biblio.eci.ufmg.br/ebooks/2021010004.pdf Referências: SOARES, L.V.O; LUCE, B.; ESTABEL, L.B. Atuação do Bibliotecário da saúde em tempos de pandemia da Covid-19 e Hiperinformação. In: SPUDEIT, Daniela; SOUZA, Claudia (org). Atuação de profissionais da arquivologia, biblioteconomia e museologia em época de pandemia. Florianópolis: Nyota, 2020. p. 111-132. Disponível em: http://biblio.eci.ufmg.br/ebooks/2021010004.pdf ______________________________________________________________________________ Artigo: Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Autores: Caroline Delmazo; Jonas C. L. Valente Resumo: Notícias falsas, histórias fabricadas, boatos, manchetes que são isco de cliques (as chamadas clickbaits) não são novidade. A diferença do atual contexto é o potencial de circulação das chamadas fake news no ambiente online, sobretudo em virtude do uso das redes sociais digitais. O presente artigo tem o objetivo de destacar as características do mundo online que facilitam a disseminação das notícias falsas, elencar exemplos recentes de fake news que ganharam grandes proporções graças à propagação nas redes sociais, com destaque para o período pré-eleitoral nos Estados Unidos em 2016, e mapear algumas das principais reações ao que chamamos de “problema das notícias falsas”, divididas segundo a natureza institucional de seus autores em quatro grandes grupos: (1) Plataformas digitais; (2) Organizações de pesquisa e da sociedade civil e os media; (3) Governos e órgãos estatais; e (4) Organismos Internacionais. Link para o artigo: https://impactum-journals.uc.pt/mj/article/view/2183-5462_32_11 Referência: DELMAZO, Caroline; VALENTE, Jonas C. L. Fake News nas redes sociais online: Propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo, Lisboa, v.18, n.32, p. 155- 169, 2018. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/mj/article/view/2183-5462_32_11 Última atualização: Friday, 24 Sep 2021, 16:47

Desinformação e pós-verdade no contexto da pandemia da Covid-19

O material complementar servirá para os alunos que quiserem se aprofundar ainda mais sobre o tema, sendo optativa a sua leitura: Artigo: O movimento antivacina no YouTube nos tempos de pós-verdade: Educação em saúde ou desinformação? Autores: Bianca Barros da Costa; Daiane de Jesus Viegas; Thamyris Almeida Moreira; Paula Alvarez Abreu. Resumo: Apesar dos benefícios da vacinação, movimentos antivacinação têm se espalhado pelo mundo. Neste estudo foi feita uma análise dos vídeos sobre o movimento antivacina no YouTube, o seu impacto em visualizações e a aceitação dos usuários. Foram realizadas duas buscas em períodos diferentes e 14 vídeos se mantiveram entre os mais relevantes nas buscas. A maioria dos vídeos foi contra o movimento e nestes havia profissionais de saúde que explicaram os benefícios das vacinas, enquanto os vídeos a favor usaram argumentos sem base científica, fake news e teorias conspiratórias. Apesar de serem a minoria, os vídeos a favor do movimento tiveram milhares de visualizações e houve aumento da razão like/dislike, mostrando que muitos seguidores se identificaram com o conteúdo. Em tempos de pós-verdade é essencial entender como as mídias sociais influenciam nas decisões em saúde. Link para o Artigo: https://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/view/38210/0 Referência: COSTA, B.B.; VIEGAS, D.J.; MOREIRA, T.A.; ABREU, P.A. O movimento antivacina no YouTube nos tempos de pós-verdade: Educação em saúde ou desinformação? Mídia Ecotidiano, Rio de Janeiro, v.14, p.220-239, jan/abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38210. Disponível em: https://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/view/38210/0. ___________________________________________________________________ Artigo: Desinformação e pós-verdade no contexto da pandemia da Covid-19: um estudo das práticas informacionais no Facebook. Autores: Andrea Goulart ; Ivette Kafure. Resumo: A enorme quantidade de informações sobre a pandemia da Covid-19 que circula na internet gera muitas dúvidas na população, contribuindo para alimentar um cenário em que desinformação e pós-verdade se tornaram comuns. O artigo apresenta pesquisa sobre as práticas informacionais em redes sociais, no contexto da pandemia. Para tanto, três grupos públicos do Facebook têm sido observados desde o mês de abril de 2020, com o objetivo de se averiguar quais temas despertam mais interesse nos internautas, como os diferentes grupos encaram os acontecimentos e de que modo as práticas podem, eventualmente, se alterar ao longo do tempo. O estudo, em andamento, adota a netnografia por método e apresenta análises e resultados preliminares de duas datas específicas: 10 de abril, por marcar o início da coleta de dados, e 7 de julho, em que se registra o afrouxamento das medidas de isolamento social em grande parte do Brasil. Conclui-se que os grupos comportam-se de modos bastante distintos, de acordo com o propósito de cada um. Além disso, observa-se grande influência de fatores emocionais, que acabam por direcionar as práticas dos internautas, envolvendo-os em bolhas informacionais. Link para o Artigo: http://revista.ibict.br/liinc/article/view/5397 Referência: GOULART, A.H.; MUÑOZ, I.K. Desinformação e pós-verdade no contexto da pandemia da Covid-19: um estudo das práticas informacionais no Facebook. LIINC em revista, Rio de Janeiro, v.16, n.2, dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.18617/liinc.v16i2.5397. Disponível em: http://revista.ibict.br/liinc/article/view/5397/5125 Última atualização: Friday, 24 Sep 2021, 16:14

O Bibliotecário e as Fake News: atuação do profissional da informação na era da pós-verdade.

Trabalho de Conclusão: O Bibliotecário e as Fake News: atuação do profissional da informação na era da pós-verdade. Autor: Bruno Luce Resumo: Este trabalho apresenta uma análise sobre a atuação do bibliotecário, enquanto mediador da informação, e suas competências no uso das fontes, afim de lidar com o fenômeno das fake news em ambientes virtuais. O estudo de caso foi a metodologia adotada para elaboração deste estudo, que através de um levantamento bibliográfico e cases construiu uma narrativa linear em seu referencial teórico. Este estudo buscou utilizar uma linguagem mais simples, não tanto acadêmica, permeando ao longo do texto inserções de tabelas e imagem. A utilização de matérias extraídos de páginas de redes sociais e matérias de veículos de comunicação acrescentaram na exemplificação do problema levantando pela pesquisa na busca da resposta. Ao final, por se tratar de um tema atual que ganha força em um ambiente de Web, o trabalho apresentou como resultados, mais propostas para futuros estudos do que conclusões definitivas, propondo um novo olhar ao contexto de atuação do bibliotecário. Link para o Texto: http://hdl.handle.net/10183/182025 Referência: LUCE, Bruno Fortes. O Bibliotecário e as Fake News: atuação do profissional da informação na era da pós-verdade. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/182025 Última atualização: Tuesday, 5 Oct 2021, 11:10
Para começarmos a semana quando em 12 de março comemoramos o o Dia do Bibliotecário, você sabe por que este dia foi escolhido? Na verdade em homenagem ao Manuel Bastos Tigre, que foi o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, nascido em 12 de março. Uma pessoa ao se tornar bibliotecário, faz um juramento onde diz as seguintes palavras: “Prometo tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão de Bibliotecário, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana.” Parabéns a todos os bibliotecários do Brasil! N

Desmediatização, infodemia e fake newsna cultura digital

Débora Liberato Arruda Hissa** Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutora em Linguística Aplicada. Professora do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada (POSLA/UECE). https://orcid.org/0000-0001-6075-5585. Resumo Neste artigo, discuto o fenômeno da desmediatização (HAN, 2018) e sua relação direta com pandemia de informação (infodemia) e a antiquíssima prática social, com base política e econômica, de divulgação de notícias falsas (modernamente conhecidas como fake news) como consequência da vulgarização de opiniões disruptivas propagadas pela cultura digital. Com base na abordagem antagonística de Mouffe (2015) – que reconhece a inerradicabilidade da dimensão conflituosa da vida social, proponho olhar a disseminação de fake news, tanto na mídia como nas redes sociais, a partir de uma dimensão ideológica de forças pulsionais que mobiliza paixões e crenças; cria mitos e fantasias apoiada em uma moralidade forjada na narrativa antitética do “nós/eles”. Para isso, analiso dois contextos enunciativos distintos: o primeiro se refere à divulgação pela mídia, em 2011, primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff (PT), da notícia de que o MEC chancelou a distribuição de material didático que defende e estimula erros de concordância verbal no ensino de Língua Portuguesa; o segundo, dez anos depois, em 2021, na gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), a notícia da proposta de reforma eleitoral, apresentada pela Câmara dos Deputados, que dificulta as plataformas digitais de punirem candidatos que divulguem fake news nas eleições de 2022. Tais eventos explicam como narrativas desmediatizadas sustentam e recriam o antagonismo Desmediatização, infodemia e fake news na cultura digital estrutural como ponto fundante das sociedades modernas e se potencializam na cultural digital. Palavras-chave: Infodemia. Fake News. Desmediatização. Agonística. Cultura Digital.

A formação do leitor no contexto da desinformação e das fake news: desafios para os estudos de letramentos na pandemia da covid-19 e além

Juliana Alves Assis* Fabiana Komesu** Marie-Christine Pollet*** Em março de 2018, Vosoughi, Roy e Aral, pesquisadoresdo Media Lab do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT),apresentaram um estudo na Science, em que discutiam notíciasverdadeiras e falsas postadas na rede social Twitter e avaliadas por seis agências independentes de checagem de fatos, no período de 2006 a 2017. O conjunto do material era formado de 126 mil tuítes em língua inglesa, espalhados quatro milhões e meio de vezes por três milhões de pessoas. Os temas checados por aquelas agências e investigados pelos autores, em período anterior à pandemia da covid-19, eram diversos e versavam sobre política, negócios, entretenimento, ciência, desastres naturais, dentre outros. Os autores chegaram à conclusão de que um post verdadeiro atinge em média mil pessoas; uma notícia falsa, entretanto, pode atingir entre mil e 100 mil pessoas. Observaram ainda que a probabilidade de uma notícia falsa ser retransmitida é 70% maior do que uma notícia verdadeira e que, para temas relacionados à política, essa porcentagem aumenta. Ainda segundo os autores, o fator “novidade” da informação é o elemento diferenciador na disseminação de notícias, em meio à urgência de seu compartilhamento em mídias digitais, comunicadores instantâneos e outros meios.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Manual de fontes de informação

https://repositorio.unb.br/handle/10482/36747 Título: Manual de fontes de informação Cunha, Murilo Bastos da Bibliotecas - serviço de referência Livros de Referência Recursos bibliográficos

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Ebook Manual de Fontes de Informação

Ebook Manual de Fontes de Informação Leia mais: https://www.deolhonaci.com/news/ebook-manual-de-fontes-de-informacao/ Foi lançada a segunda edição do “anual de fontes de informação”, de autoria de Murilo Bastos da Cunha, A obra agora está disponível no formato eletrônico. O download do arquivo (2,61 MB, Adobe pdf) pode ser feito no Repositório Institucional da UnB. Baixe agora: https://repositorio.unb.br/handle/10482/36747 Leia mais: https://www.deolhonaci.com/news/ebook-manual-de-fontes-de-informacao/

Publicações técnicas sobre Arquivos

Arquivos http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/publicacoes/tecnica

Ebook Fronteiras da Ciência da Informação

Ebook Fronteiras da Ciência da Informação O IBICT lança nesta quarta-feira (30), durante o XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB), o livro Fronteiras da Ciência da Informação com organização de Sarita Albagli. A publicação é um panorama de temas considerados fronteiras da Ciência da Informação, designando tanto questões que se desenvolvem a partir da interlocução com as áreas de interface disciplinar com o campo, como questões emergentes que se colocam à própria área. Fronteiras são interpretadas aqui como interfaces interdisciplinares na relação com o "outro" e logo consigo mesmo. Confira a notícia completa em: https://www.ibict.br/sala-de-imprensa/noticias/ibict-lanca-livro-fronteiras-da-ciencia-da-informacao Leia mais: https://www.deolhonaci.com/news/ebook-fronteiras-da-ci%c3%aancia-da-informa%c3%a7%c3%a3o/ 06/07/2011 15:26 Foi lançada este mês a 4ª edição da obra "Teoria e Prática da Pesquisa Científica". Trata-se de um e-book acompanhado de um gabarito eletrônico que pode auxiliar na realização de TCCs, Dissertações e Teses. O Gabarito para Trabalhos Acadêmicos foi elaborado com o objetivo de facilitar a editoração de trabalhos acadêmicos, seguindo as normas de apresentação estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Esta edição já considera as orientações da NBR 14724/2011. Informações: https://www.praticadapesquisa.com.br/2011/06/novo-gabarito-para-monografia-nbr-14724.html Leia mais: https://www.deolhonaci.com/news/lan%c3%a7ado%20e-book%20%22teoria%20e%20pratica%20da%20pesquisa%20cientifica%22%20/

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Bibliotecário : o profissional de ontem, hoje e amanhã

Bibliotecário : o profissional de ontem, hoje e amanhã Campanha CFB - Bibliotecário ... https://youtu.be/s-gWcp1NO1s

Bibliotecas como Organizações

Bibliotecas como Organizações O livro Biblioteca como Organizações, dos autores Alba Costa Maciel e Marília Alvarenga Rocha Mendonça, nos introduz que bibliotecários devem ter suas bibliotecas como organizações. E como organização é importante que se tenha estabelecido o objetivo da biblioteca. A biblioteca pode ter como objetivo contribuir para a disseminação da informação, transmissão de conhecimento ou ser o centro cultural de uma determinada comunidade. O objetivo da biblioteca varia conforme sua comunidade de usuários e seus propósito. Após termos os objetivos estabelecidos, é importante salientar sua hierárquia. Analisar como podemos atingir os objetivos e quais devem ser os primeiros. Para fazermos tal coisa, é necessário as tomadas de decisão. A tomada de decisão está intimamente ligada com a organização de qualquer instituição. Numa biblioteca onde se trabalhar com a disseminação de informação. O bibliotecário deve estar ciente que a informação não se baseia somente nas necessidades de seus usuários. Informação não é somente o item solicitado pelo usuário. Mas a informação se estende numa área muito maior. Tudo que ocorre na biblioteca e no meio em que ela está inserida é uma informação. E essas informações devem ajudar o profissional em suas funções. As funções de formação, desenvolvimento e organização das coleções é a parte do trabalho do bibliotecário, onde ele planeja uma política de aquisição, doação de itens entre outras coisas. Tudo referente ao seu acervo. Essa parte da gestão envolve a informação externa da biblioteca, pois para adquirir um acervo de qualidade para a comunidade de usuários. O bibliotecário tem o dever de estar inserido no meio onde as publicações ocorrem, mantendo-se atualizado sobre toda a temática de sua área. E estar ciente das necessidades dos usuários e quais os itens que eles desejam. As funções de dinamização das coleções envolve o processamento técnico. Após passarmos da primeira etapa das funções do bibliotecário chegamos no processamento técnico. O livro depois de ser adquirido passa por esse processo para ser catalogado, classificado e preparado para a outra parte da função de dinamização que é a circulação e reprodução de seu acervo. Essa função é de importância para as bibliotecas, pois é a partir dela que a recuperação da informação será facilitada futuramente. Para termos um bom processamento técnico, o bibliotecário tem que se apropriar das ferramentas disponíveis, tudo para facilitar a recuperação de forma fácil e rápida. A terceira função do trabalho do bibliotecário é a função gerencial. As funções gerenciais variam segundo a visão clássica e a de Mintzberg. A visão clássica divide-se em planejamento, organização, direção e controle. A visão de Mintzberg divide-se em interpessoais, informacionais e decisórias e de certa forma implementa a visão clássica. Não existe um conceito muito claro, pois as funções gerenciais são bem fragmentadas. Mas elas existem porque as organizações tem diferentes funções trabalhando por um objetivo em comum. Dentro da visão clássica podemos definir o planejamento como preparar as ações que podem vir a ocorrer. Um bom planejamento está preparado para ter soluções para todos os tipos de ações que podem acontecer, sejam boas ou ruins. A organização é a função de organizar, ou seja, a organização estabelece a estrutura para o uso de todos os recursos existentes para que tenham um bom desempenho em suas atividades. Para se organizar é preciso primeiramente planejar. Tendo-se o planejamento podemos criar a maneira de fazer ele funcionar. A direção caracteriza-se pelo acompanhamento do desenvolvimento das atividades. A direção designa as atividades, e as acompanha, de seu início ao final. É o gerenciamento da execução das atividades. Finalmente, temos o controle como a verificação dos resultados. É a análise de como foram feitas as demais funções da biblioteca. No contexto da biblioteca, o controle poderá avaliar a execução tanto de conjuntos de atividades ou elas individualmente. Para complementar a visão clássica podemos analisar a visão de Mintzberg. Nessa visão temos a função interpessoal que é o relacionamento da instituição com tudo que é externo, sejam clientes, outras instituições e no caso da biblioteca temos as demais bibliotecas, livrarias, editores. As funções interpessoais são de representante da instituição, liderança e realizador de contatos. As funções informacionais é a coleta de informações referente a instituição. Essas informações podem ser tanto recebidas quanto recolhidas pelo gerente. Um bibliotecário-gerente ao fazer essa função será o porta-voz da instituição, que representa, para o público externo ou interno e para seus subordinados. E finalmente dentre a visão de Mintzberg, temos as funções decisórias que estão, intimamente, ligadas com as tomadas de decisão. O papel decisório do bibliotecário pode ser exercido em diferentes momentos do cotidiano da biblioteca. Suas decisões podem ser voltadas para o empreendimento, conciliação, alocação de recursos ou negociador. O bilbiotecário deve decidir como usar os recursos da biblioteca e como os distribuir. Pode trazer ideias novas para implementar e alterar as demandas da biblioteca, ou seja, ser um empreendedor. Sua função de conciliação é excercida quando ele ameniza os conflitos existentes na biblioteca, podendo ser briga entre colegas ou conciliar a biblioteca com as pressões exercidas pelos outros órgãos da instituição. Ao ser negociador veremos o bibliotecário, negociando com os seus superiores e subordinados, com vendedores e distribuidores, entre outros. As funções do bibliotecário-gerente são sempre contínuas, o planejamento envolve além de medidas de longo prazo também as de curto prazo. O ato de gerenciar uma organização não é uma tarefa fácil. O bibliotecário que tem sua biblioteca como uma organização deverá ser dinâmico, atendento de forma rápida todas as demandas que surgem. É importante desenvolver as funções gerenciais para se estar preparado para os problemas que surgem e para conseguir usar esses problemas como oportunidades, sempre visando seu usuário. Melhorar sua estrutura interna, pois isso reflete no atendimento ao usuário. E a satisfação do usuário é o ganho da organização, já que a biblioteca trabalha com bens intangíveis. Referências Maciel, A.C.; Mendonça, M.A.R. Funções na fase de formação, desenvolvimento e organização de coleções. In: ___. Bibliotecas como organizações. Rio de Janeiro: Interciência; Niterói: Intertexto, 2006.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

UNOCHAPECÓ Oferece Curso On-line de Catalogação

A Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), em Santa Catarina recebe até o dia 15 de outubro inscrições para o curso de extensão on-line “Fundamentos da Catalogação”. Leia mais: http://bit.ly/cursocatalogacao A formação tem carga horária de 30 horas, conteúdo voltado para revisar os conceitos e práticas inerentes à catalogação e disponibilização de material didático. O valor de inscrição é R$97,00. Clique aqui para conferir o programa do curso.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Universalização das Bibliotecas é Desafio

As Bibliotecas são importantes parceiras da sala de aula por funcionarem como aliadas na disseminação de conhecimento, principalmente, no processo de aprendizagem escolar. Desde 2010, a Lei 12.244 determina a obrigatoriedade de Bibliotecas em todas as instituições de ensino até 2020, situação longe de se concretizar. O próximo ano é data limite para as escolas se adequarem à disposição legal que definiu a Biblioteca escolar como “a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados à consulta, pesquisa, estudo ou leitura”. Em primeiro lugar, a proposta reforça a precariedade do cenário real das Bibliotecas escolares, destoando dos dados do Grupo de Trabalho instituído pelo MEC/FNDE, apresentando a proposta de resolução, estabelecendo os parâmetros mínimos para estruturação e o funcionamento. As Bibliotecas escolares extrapolam a noção de acervo e representam canais focados em diálogo e construção do conhecimento, adequados ao ambiente de informação. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que grande parte da população brasileira não possui um local apropriado que estimule a leitura. Como se não bastasse, o Brasil possui apenas uma Biblioteca pública para cada 30 mil habitantes do total de 7.166 cadastradas pelo Sistema Nacional de Bibliotecas do Ministério da Cultura. O Brasil precisa construir 64 mil Bibliotecas escolares até 2020. Os dados divulgados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019 revelam que 45,7% das escolas públicas de ensino básico contam com Bibliotecas ou salas de leituras. O levantamento do Todos Pela Educação, em parceria com a Editora Moderna, mostrou que apenas 14,1% das crianças do grupo de nível socioeconômico muito baixo possuem nível suficiente de alfabetização em leitura. A situação reforça a importância das Bibliotecas nas escolas, já que os livros contribuem para a formação intelectual, principalmente, entre as crianças em processo de alfabetização. Ao analisar os recursos de infraestrutura disponíveis nas escolas, a pesquisa identificou que 48% das escolas de ensino fundamental têm bibliotecas e/ou salas de leitura (só Bibliotecas 27,3% e só salas de leitura, 14,5%). Já, no Ensino Médio, esse número pula para 85,7% (só Bibliotecas 53,8%; só salas de leitura 20,6% e salas de leitura e Bibliotecas, 11,3%). Nas escolas de Ensino Integral, por sua vez, 53,1% dispõem de Bibliotecas e/ou salas de leitura. O Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª região (MG/ES) participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o processo de implantação da Lei, dia 5 de dezembro de 2018. A entidade defendeu os direitos de estudantes e profissionais escolares a um equipamento de qualidade, propiciando o acesso à arte, à reflexão e à arte humana registrada em suportes físicos e/ou digitais, portanto, uma Biblioteca escolar que, verdadeiramente, contribua para a formação da geração presente e futura. Um suposto desinteresse dos brasileiros pela leitura é apresentado no estudo Retratos da Leitura do Pró Livro, sendo que 44% da população não têm hábito de ler e 30% nunca compraram um livro sequer. O acesso gratuito a acervo e serviços de Bibliotecas poderia suprir as lacunas sociais e econômicas em relação à educação, formação e cultura. Nenhum país contemporâneo sério chegou à evolução de sua sociedade sem investir em educação, cultura e conhecimento em geral, nem em Bibliotecas públicas e escolares, em particular. O investimento é uma forma segura e inteligente de melhorar o futuro. Os pesquisadores demonstram que a universalização das Bibliotecas públicas e escolares é um passo fundamental para apoiar a erradicação do analfabetismo e a eliminação do analfabetismo funcional. A leitura e, mais ainda, o acesso à literatura, com suas diversas possibilidades de temas e formas, é uma janela incomensurável para o enriquecimento pessoal e social, para a formação permanente e, até, para buscas de soluções mais concretas. A leitura tem sido usada, inclusive, como coadjuvante em tratamentos de questões emocionais. A Biblioteca escolar costuma ser o primeiro contato de grande parte das crianças brasileiras com o livro. O momento de início da alfabetização define a relação do estudante com a leitura, literatura e com o simples ato de estudar e aprender durante a vida. Ou seja, uma biblioteca escolar aberta é também uma porta para o futuro. Artigo de Marília Paiva, presidenta do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região (MG/ES) Publicado no Jornal e Portal Estado de Minas (21/7). -----------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Uma lição que vem dos Bálcãs: jogar é bom!

Uma lição que vem dos Bálcãs: jogar é bom! Publicado em 16 de agosto de 2019 por SisEB Foto: O lituano Eugenijus Stratilatovas palestra durante o Seminário Internacional Biblioteca Viva (Equipe SP Leituras) “Se você perguntar ao público o que é biblioteca, ele vai responder, na sua maioria, que é um lugar apenas de livros”, disse, com perplexidade, o lituano Eugenijus Stratilatovas no início da sua palestra sobre “Videogames e ambientes interativos em bibliotecas: por que precisamos deles?” na 11ª edição do Seminário Internacional Biblioteca Viva. Na Lituânia ainda existem bibliotecários que acham que este não é um lugar para jogos, porque eles viciam as crianças e não são úteis. E muito mais gente pensa como os lituanos e associa bibliotecas exclusivamente aos livros. Dito isso, o palestrante, vindo de um país bem pequeno se comparado ao Brasil, localizado ao norte da Europa, no Mar Báltico, tratou de explicar – e exemplificar com o caso da própria Lituânia – por que a tecnologia, os videogames e os ambientes interativos são necessários e grandes aliados das bibliotecas. “Precisamos deles simplesmente porque trazem conhecimento, embora muitos de nós ainda consideram que exclusivamente os livros são este lugar”, disse Stratilatovas, que contou com mediação de Luiz Ojima Sakuda, da consultoria da área de jogos digitais Homo Ludens. De acordo com esta nova agenda das bibliotecas, o conhecimento vem dos livros, claro. Mas não apenas deles. Somos capazes de aprender a partir da prática contínua. “É por isso que as bibliotecas têm que ter espaços “maker ” – importantes na educação e na pedagogia”, diz o palestrante. Crianças com dificuldades na escola se interessam e têm bom desempenho nas oficinas. E as bibliotecas podem ser um local para as pessoas se sentirem bem. Mas por que então incluir jogos? Porque a inteligência, além do que já foi aprendido nos livros e nas escolas, tem a capacidade de aprender coisas novas. “Na biblioteca, para continuar aprendendo, há necessidade de que esse espaço desempenhe o papel completo do conhecimento, fazendo as duas coisas”, diz Stratilatovas. Assim, jogar ou participar de oficinas é aprender lições que estão fora dos livros. Na Lituânia, as bibliotecas têm incluído, gradativamente, atividades que vão muito além da leitura como maratonas de jogos (game jam), concertos de música, feiras de livros, experiências de realidade virtual. Os jogos são tão atraentes, diz Stratilatovas, porque possibilitam vivenciar o personagem, dão a sensação de conquista, significado, de sentir-se pertencente a um grupo e, ainda, a sensação de competência e autonomia. A discussão vai ficando complexa, mas Stratilatovas diz que o ideal é simplificar o processo. “Faz mais sentido criar jogos com os usuários e não para eles! Não é preciso criar algo milionário, mas atrai-los para a biblioteca – a experiência poderá ser divertida”, pondera o palestrante. Ele sugere começar com jogos com menor desenvolvimento, que possibilitem conexões com a cultura, seja ela dos livros ou das imagens. Nessa tentativa de criar relações horizontais, não deve haver diferença entre os criadores dos jogos e o bibliotecário. Ele fornece ferramentas que podem ser um computador, um jogo de peças para montar ou um martelo e auxilia com instruções, favorecendo um ambiente seguro onde todos podem experimentar e errar. Este é o verdadeiro convite para entrar em uma biblioteca. …………………………………………………………………………………………………………………………………………….. O caso da Lituânia – virando o jogo Stratilatovas carrega a experiência de ter gerenciado um dos maiores projetos de inovação social da Lituânia, “Libraries for Innovation 2”, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. Este plano mudou a forma de pensar o desenvolvimento de serviços centrados no usuário em 57 bibliotecas municipais do país que tem população de 2,8 milhões de habitantes. O ponto de partida para a transformação das bibliotecas de seu país aconteceu em 2015 e começou com indagações aos diretores de bibliotecas, usuários e não-usuários. Os líderes não consideravam como seu o problema da escassez de público. Argumentavam, explica o palestrante, que havia um problema social, com muita gente jovem imigrando para outros países da Europa em busca de oportunidades, ou recursos financeiros insuficientes. “Eles pensavam que sabiam das necessidades e dos desejos da comunidade. E quando a gente perguntava para eles se tinham parceiros, se ter parcerias é algo útil, algo necessário para as bibliotecas…isso parecia controverso – Por que um banco iria querer formar uma parceria com uma biblioteca? E os políticos, por que se interessariam por uma relação assim? ” As pesquisas de usuários nortearam as mudanças, que partiram de sugestões da própria comunidade. Então, o projeto foi estruturado com base em quatro pilares válidos para todas as bibliotecas do país e ajustáveis às particularidades dos territórios. Leia abaixo os comentários de Stratilatovas: Contexto: Em primeiro lugar, o projeto precisa ser importante para a biblioteca. Temos que entender em que contexto a biblioteca está – porque as bibliotecas não estão sempre no mesmo contexto. Pertencimento/propriedade: Um segundo ponto é que queremos que as bibliotecas sintam que este é um projeto delas e não algo que lhes foi entregue sem que a biblioteca sequer precisasse. Um exemplo que ilustra bem a ideia é daqueles casos em que projetos envolvendo fundações e o governo entregam computadores e outros equipamentos para as bibliotecas e eles ficam guardados num canto ou na sala do diretor. Basicamente significa que as bibliotecas não sabem o que fazer com aquilo. Acesso: Precisamos tratar do acesso à informação e ao conhecimento. Essa é uma responsabilidade também das bibliotecas. Sustentabilidade: É uma palavra coringa, da moda, mas a ideia é que precisamos considerar a durabilidade do que estamos propondo. Qual será seu efeito em 10 anos? A natureza é sustentável. As empresas também precisam ser sustentáveis para sobreviver.

Softwares de Automação de Bibliotecas

Os sistemas ou softwares de automação de bibliotecas são ferramentas essenciais para administração dos serviços prestados por bibliotecas. Objetivos Os sistemas de automação de bibliotecas têm por objetivo a manutenção, o desenvolvimento e o controle do acervo. Oferecem, geralmente, um catálogo em linha de acesso público pré-programado, que pode ser adequado às necessidades específicas da biblioteca. Bibliotecas em cooperação As bibliotecas participam há muitos anos de empreendimentos cooperativos, ou redes e consórcios, com o objetivo de intercâmbio de registros catalográficos, fornecimento de documentos impressos ou empréstimo inter bibliotecário. Projeto de Automação de Bibliotecas O projeto de automação deve prever o levantamento de informações relativas aos software disponíveis e o agendamento, com as empresas, para a demonstração destes software. Pré-requisitos Um sistema de gerenciamento de bibliotecas necessita de uma rede local que interligue as estações de trabalho distribuídas nos diversos setores da biblioteca Softwares proprietários Aleph Arches Lib BiblioBase BNWeb Dixi GIB GIZ Biblioteca Informa Pergamum Sábio Siabi Sophia Softwares Livres Evergreen GNUTeca Koha NewGenLib PHL

SEIS FILMES SOBRE LIVRO, LEITURA E BIBLIOTECAS PARA ASSISTIR NO NETFLIX

Para os amantes dos livros, da leitura e das bibliotecas alguns filmes disponíveis no catálogo do Netflix são interessantes para uma imersão nestes temas. Pensando nisso, a Biblioo preparou uma lista com sete título para você assistir durante o feriadão. Confira: 1. O menino que descobriu o vento Existe algo fundamentalmente contraditório no costume de identificar casos excepcionais dentro da sociedade e utilizá-los como modelos que qualquer um poderia seguir. William Kamkwamba (Maxwell Simba) foi um garoto inteligentíssimo, autodidata, que descobriu um método de criar energia eólica no meio das terras secas do Malawi, de modo a garantir a irrigação das colheitas e a sobrevivência de uma população faminta. O diretor Chiwetel Ejiofor faz deste caso real um exemplo sobre a importância dos estudos, [e dos livros e das bibliotecas] da ecologia, de políticas humanitárias e do senso de comunidade. Em outras palavras, o garoto é instrumentalizado para caber dentro do formato narrativo e moral de uma fábula. Ele jamais representa a si mesmo, e sim algo muito maior: a importância das escolas, da união, da luta contra as opressões, do respeito ao próximo etc. Por esta razão, a história se transforma num grande tratado de valores morais que o diretor acredita serem necessários a todas as pessoas. […] O artista também acredita na necessidade da informação, tratando de explicar, aos olhos europeus e americanos, as consequências da miséria e da corrupção nos países africanos (Bruno Carmelo, Adoro Cinema). 2. A garota do livro Alice Harvey, de 28 anos, é assistente de uma editora de livros, que sonha em ser escritora. Filha de um poderoso agente literário de Nova York, ela vai ser obrigada a enfrentar dolorosos acontecimentos de seu passado ao ser convidada para trabalhar no lançamento de um livro de Milan Daneker, um antigo cliente de seu pai, que a abusou sexualmente quando está tinha apenas 14 anos (Netflix). 3. A livraria A história de “A Livraria” centra-se na trajetória de Florence Green — interpretada por Emily Mortimer, indicada ao Goya de Melhor Atriz —, uma mulher gentil e otimista que decide abrir uma livraria numa pequena cidade costeira da Inglaterra, no final da década de 1950. Viúva há vários anos, tendo perdido o marido na Segunda Guerra Mundial, Florence acredita que quando lemos uma história “nós a habitamos. As capas dos livros são como telhado e quatro paredes: um livro é uma casa”. E é exatamente sua própria casa, transformada em livraria e chamada de Old House pela comunidade, que vai desencadear os eventos que farão de “A Livraria” mais do que uma pacata história de empreendedorismo. Apesar dos temores iniciais, o comércio prospera. Embora com certo estranhamento, os habitantes da vila acabam se aventurando timidamente pelo mundo das letras. Não demora para que Florence aprenda que ficção e ensaios vendem mais do que poesia. O lucro é suficiente para manter o sonho (Ademir Luiz, Revista Bula). 4. A sociedade literária e a torta da casca de batata Inspirado no romance escrito por Annie Barrows e Mary Ann Shaffer (esta última, falecida em 2008), o filme “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” (original The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society), um nome longo e carregado de certa dose de humor, foi lançado no ano passado pelo Netflix e já conta com a aprovação do público. A história é simples: em meio a uma crise criativa, a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma inesperada carta do fazendeiro Dawsey (Michiel Huisman), relatando como um livro o ajudou a passar pelos tortuosos dias de guerra. Intrigada com a missiva e com a existência de uma sociedade literária que carrega o nome de um alimento, Juliet conta com a colaboração de seu editor Sidney (vivido pelo excelente ator Matthew Goode, mas que ficou completamente obliterado no longa) e do noivo diplomata Mark (Glen Powell) e parte para Guernsey, uma das Ilhas do Canal tomada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (Mara Vanessa, Biblioo). 5. O mestre dos gênios Baseado na biografia vencedora do National Book Awards Max Perkins: Editor of Genius, escrita por A. Scott Berg, o filme relata a história real da relação de amizade entre o gigante literário Thomas Wolfe (Jude Law) e o renomado editor literário Max Perkins (Colin Firth). Ao encontrar fama e sucesso de crítica ainda jovem, Wolfe é um talento em chamas com uma personalidade difícil de lidar. Perkins é um dos mais respeitados e conhecidos editores de todos os tempos, sendo o responsável por descobrir romancistas icônicos como F. Scott Fitzgerald (Guy Pearce) e Ernest Hemingway (Dominic West) (Guia da Semana). 6. Um sonho de liberdade Andy é um homem de negócios bem sucedido, traído pela esposa e acusado injustamente por um crime que não condiz com seu caráter. É reservado, conhece suas forças e sabe como usá-las, especialmente quando enfrenta adversidades. Ele cria uma vida com significado mesmo dentro da prisão, conectando-se com as pessoas certas, fazendo favores aos guardas e resolvendo questões financeiras para o diretor em troca de melhores condições para os presos. Andy é otimista, tanto nas pequenas empreitadas como a doação de livros para a biblioteca, como nos grandes projetos como a sua saída da prisão. Red, o melhor amigo de Andy, já teve o pedido de soltura rejeitado muitas vezes e demonstra apatia e pessimismo mas vai mudando à medida que interage com Andy até a sua espetacular fuga, que se torna símbolo do valor da esperança (Cineterapia).

Arquitetura de bibliotecas – edição nacional 2019

https://bsf.org.br/2019/05/27/arquitetura-de-bibliotecas-design-projeto-acessibilidade-2019/ Meu sonho de consumo...

Diretrizes da Ifla Sobre os Serviços da Biblioteca Pública

https://www.ifla.org/files/assets/hq/publications/series/147-pt.pdf As Diretrizes da IFLA sobre os serviços da biblioteca pública constituem um documento de referência para os bibliotecários e outros profissionais do setor. Consciente da sua importância, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, após obtida a necessária autorização da IFLA, procedeu à tradução para a língua portuguesa da 2.ª edição inteiramente revista desta obra, que agora disponibiliza. Nesta edição retificaram-se os endereços URL dos recursos Internet que entretanto haviam sido alterados e, exceto nos casos assinalados, confirmou-se a sua disponibilidade na primeira semana de julho de 2013. Esperamos que este trabalho seja útil para a prossecução de um serviço de biblioteca pública de qualidade.

Procedimentos para higienização de acervos

O que é? A higienização de um acervo é um dos procedimentos mais significativos que há no processo de conservação de materiais bibliográficos. A poeira é a grande inimiga da conservação dos documentos, pois contém partículas de areia que cortam e arranham; fuligem, mofo e inúmeras outras impurezas, atraem umidade e degradam papéis. Além de remover a poeira, sempre que possível, devem ser removidos objetos danosos aos documentos, como grampos, clipes e prendedores metálicos. A higienização corresponde a retirada da poeira e outros resíduos estranhos aos documentos, por meio de técnicas apropriadas. Como deve ser feita? A higienização deve ser feita em intervalos regulares. É importante assinalar que a própria limpeza pode danificar encadernações frágeis que muitas vezes não resistem ao manuseio para limpá-las. Nesse caso, é necessário bom senso para decidir quando os livros e documentos podem e devem ser limpos. Uma vez que a limpeza pode ocasionar danos aos livros e documentos, deve ensinar-se, aos funcionários, técnicas de manuseio além de conscientizá-los da importância dessa tarefa que, por ser tão detalhada e morosa, é freqüentemente adiada ou esquecida; ela deve ser executada de forma cuidadosa: volume a volume ou documento a documento. Procedimentos a) Higienização de livros • Colocar o livro sobre a mesa ou capela. • Passar pincel, trincha ou brocha de maciez adequada suavemente nos cortes. • Passar pincel, trincha ou brocha no cabeceado, de dentro para fora. • Passar pincel ou trincha suavemente na contracapa, nas primeiras e últimas folhas, empurrando a poeira no sentido contrário ao operador. • Limpar página a página, quando o documento apresentar sujidade. • Passar trincha ou pincel bem próximo à costura, pois geralmente é onde há um maior acúmulo de sujidades. • Passar trincha ou pincel sobre a superfície da capa. • Passar uma fralda macia em toda a superfície da capa. • Após a higienização das páginas, deve fazer-se a oxigenação da obra, isto é, folhear a obra várias vezes, o que proporciona a sua aeração. • Se a higienização for periódica, restringir a limpeza às quinze primeiras e às quinze últimas folhas. b) Higienização de processos e documentos textuais • Passar a trincha ou pincel no documento para remover as sujidades superficiais, sempre no sentido contrário ao operador. • Passar o saquinho com pó31 de borracha, se necessário, por toda a superfície do documento em movimentos leves e circulares. • Retirar o pó de borracha com o auxílio da trincha ou pincel. • Se houver dejetos de insetos, restos de alimentos ou outras sujidades, remover com um bisturi, tendo o máximo de cuidado possível. c) Remoção de grampos • Apoiar sobre a mesa o documento grampeado com o verso para cima. • Abrir o grampo, com o auxílio da espátula. • Puxar o grampo com delicadeza, para não rasgar o papel. • Passar a trincha ou pincel no documento, retirando a sujidade de oxidação. • Aplicar o saquinho com pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação. d) Remoção de clipes • Apoiar o documento sobre a mesa. • Retirar o clipe, puxando-o com delicadeza no caso de estar oxidado. • Passar a trincha ou pincel no documento, retirando a sujidade da oxidação. • Aplicar o saquinho com o pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Site Mapeia Livros mais Usados nas Melhores Universidades do Mundo

O site Open Syllabus Project (OSP) foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) para reunir o programa de disciplinas das melhores universidades do mundo. Cerca de metade das informações coletadas e organizadas na plataforma é dos Estados Unidos e o restante de outros 79 países. O site analisa as ementas das universidades, pesquisa as obras mais requisitadas pelos professores e segmenta por universidade, área de estudo ou país. Ao clicar no nome de cada uma das 164 mil obras catalogadas, o site exibe informações sobre as disciplinas em que as obras são usadas. O inverso também pode ser feito e a plataforma apresenta os principais livros estudados em cada área do conhecimento. Embora o site não tenha dados de nenhuma universidade brasileira, o 97º título mais indicado no conjunto de todas as disciplinas é “Pedagogia do Oprimido”, obra do educador brasileiro Paulo Freire. Conforme levantamento do Google Schoolar, ferramenta de pesquisa dedicada à literatura acadêmica, em 2016, o livro era o mais citado em trabalhos da área de humanas do mundo. Na Biblioteconomia, as três obras mais recomendadas nas universidades são “Foundations of Library and Information Science”, de Richard Rubin; “Management Basics for Information Professionals”, escrito por G. Edward Evans e Patricia Layzell Ward e “Cataloging and Classification: An Introduction” de Lois Mai Chan. As referências ocupam, respectivamente, a 49º, 43º e 27º posições no ranking geral dos livros catalogados. O portal de notícias Quartz fez um levantamento sobre as obras literárias mais estudadas nas disciplinas de “Inglês”, “Linguagem e Literatura” e “Clássicos” das 30 melhores universidades do mundo. Confira a lista: Frankenstein, de Mary Wollstonecraft Shelley Os Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald Édipo Rei, de Sophocles Coração das Trevas, de Joseph Conrad Paraíso Perdido, de John Milton A Volta do Parafuso, de Henry James Amada, de Toni Morrison Incidentes na vida de uma garota escravizada, de Harriet Ann Jacobs Ao Farol, de Virginia Woolf Seus Olhos Viam Deus, de Zora Neale Hurston A Odisséia, de Homero Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf Hamlet, de William Shakespeare Huckleberry Finn, de Mark Twain Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce Drácula, de Bram Stoker Homem Invisível, de Ralph Ellison Grandes esperanças, de Charles Dickens Ezra Pound, de T. S. Eliot

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Indexação e catalogação

By ALAMO | Published: 26 DE JULHO DE 2014 A sociedade globalizada, a cada instante requer profissionais aptos e competentes no planejamento e organização de seus recursos. Na atividade bibliotecária essa exigência é intensa quando se trata da recuperação de informação que, em geral, ocorre por meio da indexação e catalogação. A indexação é entendida erroneamente por alguns bibliotecários como operação realizada somente em serviços de informação que possuem bases de dados, essa compreensão torna-se uma falácia quando passamos a analisar a evolução científica e tecnológica ocorrida em todas as áreas do conhecimento, isso fez com que o modo de armazenamento da informação fosse revisto, atingindo significativamente as bibliotecas. A organização da informação na biblioteca compreende as atividades e operações do tratamento da informação, que envolvem o conhecimento teórico e metodológico disponível para a descrição do conteúdo temático da informação. O tratamento temático, diz respeito ao assunto tratado no documento, ou seja, compreende a análise documentária como teoria e metodologia para atingir as atividades de classificação, elaboração de resumos, indexação e catalogação de assunto, considerando as diversas finalidades de recuperação da informação. A distinção entre os processos de catalogação e indexação está na utilização de diferentes linguagens documentárias, onde temos, por exemplo, a lista de cabeçalho de assunto utilizado para a catalogação e os tesauros para indexação, no resultado dos dois processos termos o índice e o catálogo de assunto. Semelhantemente, ambas as práticas objetivam identificar o item e fornecer acesso a ele por diversas formas, inclusive o assunto, quanto as diferenças na catalogação do livro seu conteúdo é tratado no todo e os assuntos são fornecidos em uma escala limitada como, por exemplo, o número de classificação para arranjo nas estantes. Em compensação na indexação a tendência é o detalhamento onde existe mais termos para o acesso por assunto. Apesar dos diferenciais entre catalogação de assunto e indexação, é compreensível que a indexação é o processo que apresenta melhor desempenho na recuperação da informação. A catalogação de assuntos está ligada a construção de catálogos em bibliotecas enquanto a indexação está ligada à construção de índices bibliográficos que produzem base de dados. O bibliotecário, como gestor da informação, deve constantemente aprimorar seus conhecimentos e habilidades gerenciais. O tratamento temático é mais uma habilidade a ser desenvolvida por esse profissional, pois cabe a ele gerir a biblioteca como uma fonte socializadora de informações e agir na mediação entre o usuário e a informação desejada. Fonte: Vértice Books | Cátia Cristina Souza

Leitura e Acessibilidade para Deficientes Visuais

Os livros contribuem para a formação intelectual e pessoal durante toda a vida, mas de modo especial, em relação a crianças em processo de alfabetização. O ideal é que a apresentação da literatura ocorra de forma integral, inclusive envolvendo pessoas com necessidades especiais. O Brasil ainda está longe de se tornar um país de leitores. Conforme o último estudo Retratos da Leitura do Ibope, 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca, sequer, compraram um livro. O que torna esse retrato ainda pior é a falta de acessibilidade a leitores deficientes. De acordo com o IBGE, 23,9% de brasileiros são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que 6,6% deles são visuais. Uma biblioteca acessível acolhe o maior e mais diverso público para oferecer o mesmo serviço, independentemente de limitações físicas ou intelectuais. Infelizmente, a falta de investimento ainda resulta na realidade de que são poucas as bibliotecas com obras adaptadas ou aparelhos que possibilitem a leitura e prédios planejados para receberem deficientes físicos. À primeira vista, parece que as mudanças para atender a democratização da literatura são um pouco complexas. Entretanto, as alterações podem ser feitas de forma gradativa, mesmo em caso de recursos financeiros escassos. Além do mais, uma das barreiras mais importantes a se superar são as barreiras comportamentais, que envolvem as reações e as relações com os usuários com deficiência. Para romper essas barreiras a informação e a formação dos mediadores nas bibliotecas são as providências mais importantes, e nem sempre dependem de algum dinheiro. A internet tem algumas videoaulas e contação de histórias em libras que podem auxiliar no atendimento a pessoas com deficiência auditiva e também existem aplicativos, como o Eye-D, possibilitando a leitura de livros para portadores de deficiência visual, além dos já antigos audiolivros (quem se lembra dos disquinhos coloridos de décadas atrás?). Os exemplos são vários, alguns apenas paliativos que podem auxiliar na rotina da biblioteca e não uma solução efetiva. Entretanto, já são um caminho, considerando que o mais importante é todos entenderem a importância da democratização do acesso à cultura escrita, buscado efetivamente minimizar o problema, que não se limita só aos portadores de necessidades especiais, mas os brasileiros em geral. Os obstáculos ainda são muitos para se ampliar o acesso ao livro e a acessibilidade no Brasil, mas não podem e devem ser superados. A leitura é importante para a formação e orientação de qualquer cidadão, pois permite acessar o conhecimento e contribui para uma maior evolução social e aí, sim, secundariamente, melhorar a posição brasileira no ranking mundial de leitores. Artigo de Marília Paiva, presidenta do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região (MG/ES) Publicado no Jornal Estado de Minas (05/7), Hoje em Dia (05/7) e no portal Literalmente Uai (15/7)

quinta-feira, 4 de julho de 2019

O futuro da profissão de bibliotecário

O futuro da profissão de bibliotecário por Moreno Barros Não tem como não assistir a reportagem da Andreza no globo reporter e não se identificar. Afinal, qual não foi o bibliotecário que acordava às 6 pra ir pra facul e voltava meia noite do estágio mal remunerado, comia aquela marmita vez ou outra estragada, mas fazia tudo isso esperançoso e hoje é um profissional com orgulho dessa saga? Não entendi bem se o programa era sobre o futuro do trabalho ou sobre pessoas que precisaram mudar suas rotinas para garantir um salário. Pagando bem, que mal tem? Ou ainda se era sobre o futuro da educação, porque gostar de aprender como requisito para ter espaço no mercado de trabalho até ontem pra mim era somente sinônimo de diploma universitário. De tempo em tempos sai na mídia estudos que indicam que ora a biblioteconomia é uma das profissões mais promissoras para o futuro, ora uma das condenadas a deixar de existir. Eu já fiz minha análise sobre o futuro do nosso trabalho e gosto sempre de acompanhar as taxas de ocupação da profissão. Não sei se o CFB possui esses dados compilados, mas vou chutar que nos últimos 20 anos o número de bibliotecários dobrou, refletindo o aumento no número de escolas de bibliotecas também nesse recorte de tempo. É fácil admitir que a nossa é uma população pequena comparada a outras profissões, mas eu nunca consigo saber ao certo se estamos formando o número adequado de profissionais para a suprir a demanda real de vagas de trabalho, pra mais ou pra menos. Me recordo quando da data de lançamento da lei da universalização das bibliotecas escolares haveria uma demanda reprimida de cerca de 175 mil vagas de bibliotecários referente aos postos em todas as instituições de ensino no país, e uma média de 20 mil profissionais registrados nos CRBs (considerando a relação dos que se aposentam e registram ao longo dos anos). Comparativamente, parece uma relação muito saudável, mas certamente há muitas preocupações sobre o excesso de bibliotecários se formando em um mercado de trabalho saturado, especialmente nas grandes capitais, e a mítica onda de aposentadorias que abriria muitas novas vagas, não parece estar acontecendo na mesma escala (aqui mesmo na firma tem um número grande de gente que já tem idade e tempo de serviço mas que prefere ou precisa continuar trabalhando pra manter a renda). Deve ter até um punhado de graduados que encontram um mercado de trabalho tão hostil que eles voltam para a escola e escrevem dissertações e teses sobre a crise do mercado de trabalho na área de informação. Ou seja, ainda que seja promissora conceitualmente, no mundo real o bibliotecário e outros profissionais estão disputando vaga pra ser entregador do rappi. A outra equação do futuro do trabalho está no futuro da educação. Desafios de outras épocas como a crescente divergência de objetivos entre o curso de biblioteconomia e as necessidades do campo de trabalho, tanto para as habilidades administrativas quanto de administração, continuam os mesmos. Ninguém discorda que não tem como a universidade adequar seus currículos na mesma velocidade que as indústrias alteram suas formas de querer ganhar mais dinheiro. Mas individualmente, se um aluno só vai conseguir obter um pequena fatia de habilidades para o mercado e depois terá que ter contínua "disposição para aprender" então afinal pra que serve a faculdade? Dizer que o profissional do futuro precisa gostar de aprender é tão óbvio quanto o desafio de aplicar um pacote de teorias e conceitos fundamentais, adaptando os conhecimentos adquiridos não só na faculdade, mas durante toda a vida, aos problemas elementares do trabalho remunerado. É uma estratégia bem simples. Mas não vai ter nenhum requisito de vagas de bibliotecários descrito dessa maneira. Então bem, que tal fazer um apanhado das descrições de trabalho oferecidos a bibliotecários e traçar um paralelo com os tópicos oferecidos na formação tradicional nas escolas e em cursos de especialização? Acho que existe uma margem grande hoje pra ter currículos flexíveis e professores/instrutores oferecendo disciplinas a distância, compondo um mega currículo agregado entre todas as escolas de biblioteconomia do país. Mas isso é difícil demais de colocar em prática por conta da burocracia e dos feudos. Eu fico feliz pela Andreza, que teve a sagacidade de ocupar nichos novos, mudar de cidade em busca de melhores oportunidades, que se manteve fiel ao ethos da profissão atualizando a práxis. Ela muito bem representa a classe. Como fazer agora pra replicar esse espírito, sem que ele seja mero fruto do destino individual? Moreno Barros | 4 de julho de 2019 às 15:43 | URL: https://wp.me/p4wHv-2vb

terça-feira, 4 de junho de 2019

Livro “Biblioteconomia e os Ambientes de informação” tem Contribuição de Conselheiro do CRB-6

O Bibliotecário-chefe da Biblioteca Universitária José Carlos Valle de Lima, do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG - Campus Montes Claros e conselheiro suplente, Josiel Santos (CRB-6/2577), escreveu um capítulo do e-book “Biblioteconomia e os Ambientes de Informação”, publicado no último mês pela Editora Atena. A obra aborda os campos interdisciplinares voltados para o processo de análise, coleta, classificação, manipulação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação e compreende uma série constituída por dois volumes. Os capítulos desse primeiro volume refletem sobre a aplicabilidade da informação em diversos suportes junto às organizações. O e-book é dividido em “Ação da Biblioteca”; “Atuação Profissional”; “Processo Técnico”; “Automação de Biblioteca” e “Biblioteca Universitária”. Josiel é autor do segundo capítulo sobre a Ação da Biblioteca, intitulado “A Bibliocastia no início do século XXI: faces de uma tragédia”, tratando sobre a destruição de livros e Bibliotecas por desastres naturais, intolerância religiosa, política ou ideológica, focando na supressão da cultura e da memória coletiva, objetivando a manipulação da sociedade, da liberdade de expressão e da diversidade de valores, explica. A obra ganha importância para a Biblioteconomia e a Ciência da Informação com reflexões e subsídios para uma sólida discussão sobre a prática biblioteconômica. “A Biblioteconomia nacional parece ignorar pontos importantes de sua história, podendo ser observado pela ausência de autores brasileiros dedicados ao tema, uma vez que das referências pesquisadas para a elaboração do artigo, somente uma estava em língua portuguesa”, observa. (Crédito: Divulgação) Organizado pela pesquisadora e pós-doutora em Museologia Guilhermina de Melo Terra, o e-book tem de acesso livre, gratuito e sem fins lucrativos. Para leitura on-line ou para fazer o download, acesse o link.

O perigo da censura

O perigo da censura POR FABÍOLA FARIAS | 25 DE MAIO DE 2019 | CULTURA DA INFÂNCIA, FORMAÇÃO DE LEITORES, MERCADO EDITORIAL, POLÊMICAS E REFLEXÕES | Dentre as muitas efemérides em torno do livro, da leitura e das bibliotecas, está o 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, estabelecido pela Lei 10.402/2002, em homenagem ao escritor Monteiro Lobato, em sua data de nascimento. Embora se apresente apenas como mais uma data comemorativa a ser lembrada em escolas e bibliotecas, com ações festivas que muitas vezes pouco se voltam para o objeto da comemoração, o Dia Nacional do Livro Infantil pode ser tomado como convite para pensar a potência da literatura na formação das crianças, especialmente em sociedades como a nossa, que se empenham em fazer parecer simples o que é complexo, em evidentes tentativas de tutela e ordenamento moral no campo da Cultura. Por enquanto, ainda não voltamos a assistir a queimas de livros em praças públicas, apesar da hipótese não poder ser descartada no atual contexto brasileiro. Mas a inexistência de fogueiras, mais inofensivas porque escancaradamente reprováveis e violentas, não significa muita coisa. O medo dos livros, e de tudo que eles podem oferecer, se reinventa todos os dias, em artimanhas veladas, muitas vezes investidas de valores morais e disciplinares, pouco perceptíveis a olhares desatentos. Nada menos que isso são a onda de denúncias e perseguições a livros de literatura nas escolas brasileiras, pretensamente iniciadas por famílias preocupadas com a reverberação das leituras em suas crianças e adolescentes, e os termos cada vez mais limitadores dos editais de compras públicas de livros para bibliotecas escolares, que interditam temas considerados incômodos. Distinta de situações em que livros são analisados como ofensivos a um grupo ou aos direitos humanos porque suas narrativas e imagens contribuem para a naturalização de imaginários opressores, como vem acontecendo em leituras críticas mais recentes sobre parte da obra lobatiana, a patrulha conservadora se dedica ao apagamento de vozes e narrativas que não compõem o repertório e a visão de mundo de determinados grupos, muitos deles ligados a instituições religiosas e partidos políticos. A reemergência e o recrudescimento de discursos conservadores reverberam diretamente na criação, na produção e no acesso à literatura infantil no país, de diversas maneiras. Em grande medida, escritores, ilustradores e editores são instados a produzir livros que atendam às demandas dos editais governamentais e dos projetos escolares, uma vez que são, Governo e escola, os principais compradores de livros para crianças no Brasil. Mas isso não se restringe às compras com recursos públicos e de livros adotados em escolas, reverberando também no mercado. A reinvenção dos clubes do livro, com empresas que oferecem serviços de venda de títulos infantis por assinatura, é hoje um grande nicho de mercado e uma forma interessante de fortalecimento da circulação de livros de literatura no Brasil, que conta com ínfimo número de livrarias em relação ao seu território e à sua população. Mas iniciativas como essas, que poderiam ser revigorantes para o sistema livresco – a criação, a edição e a circulação de livros – acabam se tornando, em muitos casos, mais uma engrenagem do sistema. Em busca de êxito comercial e de sua sobrevivência financeira, empresas do ramo vêm se adequando ao comportamento conservador brasileiro em voga, priorizando em sua seleção títulos escolhidos por psicólogos e pedagogos, muitas vezes sem formação específica no campo literário, o que pode significar que os critérios que norteiam as escolhas não são prioritariamente artísticos (em recente edital para aquisição de títulos, uma das maiores empresas do ramo estabeleceu que não aceitaria inscrições de livros que “apresentem seres mágicos, como bruxas, fadas e duendes, como temática central na história”, em clara observância a instituições religiosas que proíbem a leitura de livros dessa natureza. O edital foi refeito após intensa manifestação de escritores, ilustradores e editores na imprensa e nas redes sociais). O Dia Nacional do Livro Infantil pode ser apenas mais um momento de festa na escola e de postagens nas redes sociais. Mas pode também extrapolar sua aparente irrelevância e fortalecer o debate público sobre a oferta de livros e a educação literária das crianças no Brasil. Para isso, a primeira questão que se coloca é a razão de ser da literatura, especialmente junto ao público infantil; ou, dito de outra maneira, por que ler literatura com e para as crianças? Embora raramente se dediquem à produção para crianças, muitas vezes considerada menor, a história e a crítica literária acumulam discussões sobre o tema que podem iluminar nossa reflexão. O que nos importa, essencialmente, é pensar nas ofertas que os textos literários podem fazer aos pequenos. As promessas que comumente ouvimos sobre os livros infantis estão, quase sempre, ancoradas em uma concepção prévia e idealizada de infância, que pressupõe padronizações de medos, fantasias, desejos e interesses, inexistentes em sujeitos e grupos sociais concretos. Ainda, em uma percepção dos livros, incluindo os de literatura, como instrumentos de aprendizagem, intrinsecamente vinculados ao desenvolvimento cognitivo, que funcionam como informações adicionais para o incremento da vida escolar. Apesar de não estarem completamente equivocados, estes entendimentos se revelam acanhados frente aos convites da literatura para as crianças. A leitura na infância, especialmente de textos literários, permite que as crianças compreendam a língua como instrumento de fantasia; não aquela que se restringe a dar voz a objetos ou fazer com que humanos voem e transitem livremente entre o passado e o futuro, mas a que cria condições para a imaginação do outro, daquilo que nos parece estranho. Um conto ou um poema muito curto, uma narrativa por imagens, pode convidar uma criança a se colocar em outro tempo, em outro espaço, a experimentar condições de existência, medos, angústias, desejos e esperanças alheios. Apesar de não existir para ensinar, as crianças (e também os adultos) aprendem com a literatura, uma vez que percebem jeitos de estar no mundo, relações de poder e a potência das palavras para comunicar, ordenar, desorganizar e reinventar a vida tal como a conhecemos. E, claro, a leitura e o contato com os livros, objetos de cultura, desde a primeira infância, as ajudam a compreender e a participar da cultura escrita. Assim, mais que facilitar a aprendizagem das letras, as crianças começam a compreender o que significa ler e escrever, mesmo que sem condições para elaborar tal percepção. Compreendida dessa maneira, a educação literária das crianças pode ser tomada como projeto de desenvolvimento humano, nos termos que postula o prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen: ampliação de liberdades. Criar as condições para que as crianças tenham acesso e se apropriem do conhecimento e das narrativas produzidas pela humanidade ao longo do tempo e do espaço, desde a primeira infância, faz parte da construção de tempos mais justos. Livros, bibliotecas, boas escolas, professoras e bibliotecárias bem remuneradas e com formação adequada são muito pouco se considerada a terrível desigualdade socioeconômica em que vivemos, mas são uma possibilidade de compreensão do tempo, do espaço e das relações que vivemos. Ao contrário do que costuma acontecer em momentos de crises econômicas agudas, em que bibliotecas e equipamentos culturais são deixados em segundo plano e até mesmo fechados, é preciso uma resistência intransigente, como fez a alemã Jella Lepman. Viúva, com dois filhos pequenos, fugiu da Alemanha para a Inglaterra para escapar da perseguição e do massacre dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, apesar da resistência e da indignação de seus amigos, Lepman voltou para a Alemanha, com o objetivo de contribuir para a recuperação de mulheres e crianças. Para isso, ela escreveu a escritores, editores, amigos e personalidades de várias partes do mundo, pedindo que enviassem livros. Com um ônibus e poucos livros disponíveis, Lepman passou por vários lugares da Alemanha, lendo para as crianças. Para ela, aquelas histórias as ajudariam a vislumbrar um futuro melhor, a se amparar em meio a tanta destruição e, principalmente, a desejar reconstruir suas vidas, apesar de todo o horror. Esses livros se tornaram a Biblioteca Internacional da Juventude de Munique, com a maior coleção de livros para crianças e jovens do mundo. Onde falta muito, como na Alemanha do pós-guerra e em tantos lugares do mundo, faltam, especialmente, palavras para dizer da carência, do medo e da desesperança. IMAGEM: ILUSTRAÇÃO DE ROBERTO INNOCENTI PARA O LIVRO DE SUA AUTORIA ROSA BLANCA O perigo da censura Dentre as muitas efemérides em torno do livro, da leitura e das bibliotecas, está o 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, estabelecido pela Lei 10.402/2002, em homenagem ao escritor Monteiro Lobato, em sua data de nascimento. Embora se apresente apenas como mais uma data comemorativa a ser lembrada em escolas e bibliotecas, com ações festivas que muitas vezes pouco se voltam para o objeto da comemoração, o Dia Nacional do Livro Infantil pode ser tomado como convite para pensar a potência da literatura na formação das crianças, especialmente em sociedades como a nossa, que se empenham em fazer parecer simples o que é complexo, em evidentes tentativas de tutela e ordenamento moral no campo da Cultura. Por enquanto, ainda não voltamos a assistir a queimas de livros em praças públicas, apesar da hipótese não poder ser descartada no atual contexto brasileiro. Mas a inexistência de fogueiras, mais inofensivas porque escancaradamente reprováveis e violentas, não significa muita coisa. O medo dos livros, e de tudo que eles podem oferecer, se reinventa todos os dias, em artimanhas veladas, muitas vezes investidas de valores morais e disciplinares, pouco perceptíveis a olhares desatentos. Nada menos que isso são a onda de denúncias e perseguições a livros de literatura nas escolas brasileiras, pretensamente iniciadas por famílias preocupadas com a reverberação das leituras em suas crianças e adolescentes, e os termos cada vez mais limitadores dos editais de compras públicas de livros para bibliotecas escolares, que interditam temas considerados incômodos. Distinta de situações em que livros são analisados como ofensivos a um grupo ou aos direitos humanos porque suas narrativas e imagens contribuem para a naturalização de imaginários opressores, como vem acontecendo em leituras críticas mais recentes sobre parte da obra lobatiana, a patrulha conservadora se dedica ao apagamento de vozes e narrativas que não compõem o repertório e a visão de mundo de determinados grupos, muitos deles ligados a instituições religiosas e partidos políticos. A reemergência e o recrudescimento de discursos conservadores reverberam diretamente na criação, na produção e no acesso à literatura infantil no país, de diversas maneiras. Em grande medida, escritores, ilustradores e editores são instados a produzir livros que atendam às demandas dos editais governamentais e dos projetos escolares, uma vez que são, Governo e escola, os principais compradores de livros para crianças no Brasil. Mas isso não se restringe às compras com recursos públicos e de livros adotados em escolas, reverberando também no mercado. A reinvenção dos clubes do livro, com empresas que oferecem serviços de venda de títulos infantis por assinatura, é hoje um grande nicho de mercado e uma forma interessante de fortalecimento da circulação de livros de literatura no Brasil, que conta com ínfimo número de livrarias em relação ao seu território e à sua população. Mas iniciativas como essas, que poderiam ser revigorantes para o sistema livresco – a criação, a edição e a circulação de livros – acabam se tornando, em muitos casos, mais uma engrenagem do sistema. Em busca de êxito comercial e de sua sobrevivência financeira, empresas do ramo vêm se adequando ao comportamento conservador brasileiro em voga, priorizando em sua seleção títulos escolhidos por psicólogos e pedagogos, muitas vezes sem formação específica no campo literário, o que pode significar que os critérios que norteiam as escolhas não são prioritariamente artísticos (em recente edital para aquisição de títulos, uma das maiores empresas do ramo estabeleceu que não aceitaria inscrições de livros que “apresentem seres mágicos, como bruxas, fadas e duendes, como temática central na história”, em clara observância a instituições religiosas que proíbem a leitura de livros dessa natureza. O edital foi refeito após intensa manifestação de escritores, ilustradores e editores na imprensa e nas redes sociais). O Dia Nacional do Livro Infantil pode ser apenas mais um momento de festa na escola e de postagens nas redes sociais. Mas pode também extrapolar sua aparente irrelevância e fortalecer o debate público sobre a oferta de livros e a educação literária das crianças no Brasil. Para isso, a primeira questão que se coloca é a razão de ser da literatura, especialmente junto ao público infantil; ou, dito de outra maneira, por que ler literatura com e para as crianças? Embora raramente se dediquem à produção para crianças, muitas vezes considerada menor, a história e a crítica literária acumulam discussões sobre o tema que podem iluminar nossa reflexão. O que nos importa, essencialmente, é pensar nas ofertas que os textos literários podem fazer aos pequenos. As promessas que comumente ouvimos sobre os livros infantis estão, quase sempre, ancoradas em uma concepção prévia e idealizada de infância, que pressupõe padronizações de medos, fantasias, desejos e interesses, inexistentes em sujeitos e grupos sociais concretos. Ainda, em uma percepção dos livros, incluindo os de literatura, como instrumentos de aprendizagem, intrinsecamente vinculados ao desenvolvimento cognitivo, que funcionam como informações adicionais para o incremento da vida escolar. Apesar de não estarem completamente equivocados, estes entendimentos se revelam acanhados frente aos convites da literatura para as crianças. A leitura na infância, especialmente de textos literários, permite que as crianças compreendam a língua como instrumento de fantasia; não aquela que se restringe a dar voz a objetos ou fazer com que humanos voem e transitem livremente entre o passado e o futuro, mas a que cria condições para a imaginação do outro, daquilo que nos parece estranho. Um conto ou um poema muito curto, uma narrativa por imagens, pode convidar uma criança a se colocar em outro tempo, em outro espaço, a experimentar condições de existência, medos, angústias, desejos e esperanças alheios. Apesar de não existir para ensinar, as crianças (e também os adultos) aprendem com a literatura, uma vez que percebem jeitos de estar no mundo, relações de poder e a potência das palavras para comunicar, ordenar, desorganizar e reinventar a vida tal como a conhecemos. E, claro, a leitura e o contato com os livros, objetos de cultura, desde a primeira infância, as ajudam a compreender e a participar da cultura escrita. Assim, mais que facilitar a aprendizagem das letras, as crianças começam a compreender o que significa ler e escrever, mesmo que sem condições para elaborar tal percepção. Compreendida dessa maneira, a educação literária das crianças pode ser tomada como projeto de desenvolvimento humano, nos termos que postula o prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen: ampliação de liberdades. Criar as condições para que as crianças tenham acesso e se apropriem do conhecimento e das narrativas produzidas pela humanidade ao longo do tempo e do espaço, desde a primeira infância, faz parte da construção de tempos mais justos. Livros, bibliotecas, boas escolas, professoras e bibliotecárias bem remuneradas e com formação adequada são muito pouco se considerada a terrível desigualdade socioeconômica em que vivemos, mas são uma possibilidade de compreensão do tempo, do espaço e das relações que vivemos. Ao contrário do que costuma acontecer em momentos de crises econômicas agudas, em que bibliotecas e equipamentos culturais são deixados em segundo plano e até mesmo fechados, é preciso uma resistência intransigente, como fez a alemã Jella Lepman. Viúva, com dois filhos pequenos, fugiu da Alemanha para a Inglaterra para escapar da perseguição e do massacre dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, apesar da resistência e da indignação de seus amigos, Lepman voltou para a Alemanha, com o objetivo de contribuir para a recuperação de mulheres e crianças. Para isso, ela escreveu a escritores, editores, amigos e personalidades de várias partes do mundo, pedindo que enviassem livros. Com um ônibus e poucos livros disponíveis, Lepman passou por vários lugares da Alemanha, lendo para as crianças. Para ela, aquelas histórias as ajudariam a vislumbrar um futuro melhor, a se amparar em meio a tanta destruição e, principalmente, a desejar reconstruir suas vidas, apesar de todo o horror. Esses livros se tornaram a Biblioteca Internacional da Juventude de Munique, com a maior coleção de livros para crianças e jovens do mundo. Onde falta muito, como na Alemanha do pós-guerra e em tantos lugares do mundo, faltam, especialmente, palavras para dizer da carência, do medo e da desesperança. IMAGEM: ILUSTRAÇÃO DE ROBERTO INNOCENTI PARA O LIVRO DE SUA AUTORIA ROSA BLANCA

segunda-feira, 3 de junho de 2019

BIBLIOTECAS SÃO O QUE SÃO GRAÇAS AOS PROFISSIONAIS POR TRÁS DELAS

Ser bibliotecário não é simplesmente um trabalho, é um modo e uma forma de vida que afeta diretamente um grande número de pessoas Julián Marquina Arenas / 28 de maio de 2019 É impossível lembrar de todas as bibliotecas que visitei ao longo da minha vida, o que eu lembro é que elas eram todas diferentes. Pode haver bibliotecas muito semelhantes, mas nunca iguais. Cada biblioteca é um mundo dentro do universo do conhecimento. As bibliotecas mudam sua atmosfera, sua coleção, seus usuários… e muda a equipe do bibliotecário por trás delas. Eu arriscaria dizer que uma biblioteca sozinha não é um grande negócio… É apenas uma coleção de recursos disponíveis para consulta e empréstimo. Então, por que tal admiração pelo mundo das bibliotecas? Sem dúvida de que é por causa dos seus bibliotecários. Esses profissionais são os verdadeiros responsáveis por tornar as bibliotecas excelentes. Eles são responsáveis por fornecer-lhes movimento e vida. Os bibliotecários são os especialistas e os que conectam os diferentes recursos com as pessoas que os procuram para satisfazer suas diferentes necessidades de informação, conhecimento e entretenimento. Eu percebo que as bibliotecas não podem fazer nada, exceto através de seus bibliotecários. Eles são os verdadeiros arquitetos da mudança e tudo o que é alcançado. Eles são o motor e o coração das bibliotecas. Isso me leva a pensar que as bibliotecas tomam a voz e a forma da equipe da biblioteca que as gerencia. Eles adquirem seu DNA e sua essência para criar uma simbiose perfeita para o benefício da comunidade de pessoas a quem servem. Ser bibliotecário não é simplesmente um trabalho, é um modo e uma forma de vida que afeta diretamente um grande número de pessoas. São equipes que trabalham para tornar as bibliotecas espaços democráticos e confiáveis ao alcance de todos. São também aqueles que procuram oferecer livre acesso à informação, tecnologia, ferramentas e outros recursos disponíveis e que quer formar, apoiar, participar, estimular, ouvir, compartilhar e criar para e com a sua comunidade de usuários. Sem dúvida, profissionais que buscam o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas, que querem facilitar a vida e oferecer oportunidades iguais. Pena que às vezes o papel das bibliotecas e o trabalho de seus profissionais estejam comprometidos. Eles devem frequentemente justificar sua existência e a das bibliotecas. E há pessoas que veem as bibliotecas como uma despesa e não enxergam além do afluxo de pessoas sem pensar na influência que elas sofrem. Para estas pessoas, comento apenas um fato: as bibliotecas são capazes de multiplicar o investimento que recebem por quatro (e ainda mais) em benefícios para a sociedade. Muitos também pensam que qualquer um pode ser um bibliotecário. Eu não os culpo por isso. Eu também pensei o mesmo de fisioterapeutas e suas massagens, ou psicólogos e suas palestras. Nós todos sabemos que eles são muito mais do que isso, e também que a equipe da biblioteca faz muito mais do que emprestar livros. Finalmente, gostaria de agradecer pelo seu trabalho e dedicação a todos as bibliotecárias e os bibliotecários que já passaram pela minha vida, e àqueles que estão vindo. Confesso que não tive boas experiências com todos, apesar de ter com a maioria. De todos eles aprendi alguma coisa… e essa é a imagem que a biblioteca projeta fora de suas paredes. *Publicado originalmente no site Qué Leer sob o título “Las bibliotecas son lo que son gracias a los profesionales que hay tras ellas”. Tradução e adaptação: Cláudia Anjos, bibliotecária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).