Pensar o indivíduo leitor no século XXI é sugerir algo inerente ao cotidiano social, mesmo que guardadas as exceções dignas de serem ressaltadas oportunamente. Um olhar retrospectivo, no entanto, pode lançar uma visão quase romântica sobre a relação entre o leitor e o livro: aquele que lê e aquilo que é lido.
O texto digital, disponível na tela do computador, ou em suas “nano” derivações, é mais um capítulo na longa História que permeia a escrita através dos tempos.
Não há dúvidas: hoje se lê de maneira diferente. A informação digital é facilmente absorvida pelo mais jovem estudante, o qual possui a capacidade de assimilar, editar, enviar e compartilhar o conteúdo.
De tempos em tempos, o usuário da informação se depara com mudanças radicais em seu modo de ler. Essas alterações, com características cronológicas diferentes, impactaram e continuarão a impactar os leitores.
Durante séculos, a sociedade presenciou reis, governadores, religiosos e intelectuais “desfraldando” seus papiros em formato de rolo, girando-os com agilidade ímpar e espantosa naturalidade. Encontrar um trecho ou citação, por mais que parecesse trabalhoso, era o necessário e predominante à época.
Os anos do papiro como principal suporte deram lugar ao pergaminho. Se antes os livros eram escritos sobre material vegetal, agora a pele ou couro animal, especialmente os de cabra, carneiro e ovelha, passam a ser a nova tendência.
O leitor da Idade Média viu o rolo se transformar em Códice (formato quadrado). Em lugar do texto envolto à aste, agora as páginas são viradas, passadas uma a uma, até o fim da obra. Certamente mais uma necessidade de adaptação e, quem sabe, estranhamento.
O pergaminho era, sem dúvida, mais resistente e nobre do que os outros materiais. Como exemplo desta produção, podemos citar a Bíblia de Mogúncia, de 1462, salvaguardada nos Cofres da Biblioteca Nacional brasileira. Mas, na história das mudanças, ele também teve seu fim.
Chegamos ao papel – mais leve, claro e prático -, passando do artesanal às largas produções industriais. Com ele, o aumento considerável das tipografias e as grandes tiragens de exemplares. Ao mesmo tempo em que o papel proporciona o baixo custo para produção, se comparado ao pergaminho, o aspecto artístico do livro diminui. As ricas encadernações em couro com filetes e dourações; as páginas com gravuras, capitais ornamentadas especialmente por artistas e belos ex libris, sucumbem às novas regras de produção. É o valor da informação que parece caminhar em direção oposta a do objeto.
Do manuscrito único à exemplaridade do livro impresso; do papel à tela. O novo século despontou junto com a era digital e o fascínio pelos feitos virtuais. A relação tátil entre leitor e informação ganhou mais interação no campo das novas tecnologias. O texto pode, de uma nova maneira, ser tocado. Obviamente essa relação física possui outros rituais, pois a liberdade de manuseio, de “ir e voltar” com a página; a possibilidade de fazer anotações marginais; a marcação sublinear das partes que tenham destaque para o leitor, por exemplo, ficará a cargo de uma adaptação que está em curso. Ao amante do livro e de seus formatos, resta esperar pela próxima transformação que, ao que parece, não levará muito tempo para acontecer.
Encadernação da Bíblia de Mogúncia, 1462 (Foto: divulgação)
Escolas de Biblioteconomia no Estado de São Paulo (Credenciadas pelo MEC)
Confira a lista das Instituições de Ensino Superior que oferecem, na modalidade presencial, o curso de Biblioteconomia no estado de São Paulo. ___________________________________
CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO – UNIFAI Cidade: São Paulo (SP) Site: http://migre.me/npl48
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – FABCI - FESPSP Cidade: São Paulo (SP) Site: http://migre.me/npl2z
FACULDADES INTEGRADAS CORAÇÃO DE JESUS – FAINC Cidade: Santo André (SP) Site: http://migre.me/nplj6
A obra “Para saber mais: fontes de informação em ciência e tecnologia”, de autoria de Murilo Bastos da Cunha, editada pela Briquet de Lemos em 2001, agora está disponibilizado no Repositório Institucional da Universidade de Brasília. A obra está esgotada e uma nova edição está sendo preparada.
rede de catalogacao cooperativa brasileira que visa difusao de acervos bibliograficos, aperfeicoamento de servicos de documentacao e informacao e compartilhamento de recursos entre bibliotecas
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacionaldisponibiliza para download gratuito o Caderno Técnico nº 09 - Mobilidade e acessibilidade urbana em centros históricos. A publicação faz parte do cumprimento da Portaria Iphan n° 623/2009, que estabelece um conjunto de ações no campo da mobilidade e acessibilidade urbana. O Caderno Técnico foi lançado em abril de 2014, no âmbito do Seminário Iberoamericano de Acessibilidade no Patrimonio Cultural, realizado em Salvador (BA).
Cada vez mais me encanta a diversidade, a pluralidade e a segmentação de serviços e campos de atuação para o profissional da informação.
Em Gangnam, distrito de Seul, capital da Coreia do Sul, uma biblioteca especializada em viagens (Hyundai Card Travel Library), com 15.000 livros sobre viagens, arquitetura e fotografia. O local inclui também um café e lugares ao ar livre, criando espaços propícios para que o usuário possa planejar suas viagens, e...se acontecer de a pessoa decidir o destino da viagem, poderá comprar as passagens lá mesmo.
Uma agência de viagem? Ou uma biblioteca especializada que agregou esse serviço? Pelo sim, pelo não, muito inteligente a “sacada” dos idealizadores do projeto!
AZUL."Comece fazendo o que é preciso, depois faça o que é possível e quando voce olhar para trás, o que terá feito é o que achava impossível." (São Francisco de Assis).