quarta-feira, 20 de abril de 2016

Política de desenvolvimento de coleções: uma introdução

Publicado em abril 20, 2016 por portaldobibliotecario - See more at: http://portaldobibliotecario.com/2016/04/20/politica-de-desenvolvimento-de-colecoes-uma-introducao/#sthash.ORALMRgj.dpuf


Especialmente, nos dias de hoje, a informação tornou-se a mais valiosa força de transformação do homem, ou seja, informação pode traduzir-se em poder. Esse poder da informação, associado aos contemporâneos meios de comunicação de massa, possui capacidade infinita de mudar culturalmente a sociedade como um todo. E a informação, quando aplicada corretamente, contribui como instrumento de sucesso, caso contrário, pode levar ao fracasso, dependendo do seu emprego e a quem se destina.
A gestão da coleção é fator fundamental à plena consecução dos objetivos das bibliotecas.
A formação, desenvolvimento e organização do acervo devem ser encarados como um processo permanente no qual as atividades de seleção, aquisição e avaliação de materiais devem permanecer em contínua sintonia com as necessidades de informação da comunidade de usuários.
A coleção deve ser desenvolvida tomando por base um plano preestabelecido que garanta sua continuidade e adequação necessária à formação da coleção (tanto em termos de conteúdo quanto de formato).
Conceito
A política de desenvolvimento de coleções é um conjunto de normas e diretrizes que buscam determinar ações, descrever estratégias gerais, estabelecer instrumentos e delimitar critérios para facilitar a tomada de decisão na composição e no desenvolvimento de coleções, em sintonia com os objetivos da instituição, dos diferentes tipos de serviços de informação e dos usuários do sistema.
Política de desenvolvimento de coleções
Visando nortear a formação e expansão de seu acervo, a biblioteca deve estabelecer sua política de desenvolvimento de coleções que será materializada em documento, onde serão levadas em consideração, dentre outros, os seguintes dados essenciais: os objetivos da biblioteca, o estado atual da coleção, as necessidades informacionais da comunidade a ser servida, orçamento e outros recursos informacionais disponíveis (consórcios entre bibliotecas).
Deve constar no documento a indicação da responsabilidade nas decisões para a seleção do acervo, ou seja, se deve haver uma comissão. Essa comissão, idealmente, deve ser composta por:
1 bibliotecário, responsável pela unidade de informação;
1 representante das principais áreas de atuação (ou departamentos acadêmicos) da instituição à qual está diretamente subordinada;
1 representante da área administrativa (setor de compras).
Recomenda-se que a coordenação dessa comissão seja de responsabilidade do bibliotecário, o qual precisará convocar os demais membros para reuniões periódicas e/ou reuniões extraordinárias. Quando ocorrer impossibilidade de agrupar a comissão, o bibliotecário tem o poder de decisão.
A política deve ser proposta por uma equipe/comissão formada por profissionais, usuários e assessores, devidamente analisada e aprovada pelos órgãos competentes. Precisa ser explicitada por um documento flexível que permita acréscimo e modificações, o qual deve conter a identificação dos responsáveis, os critérios utilizados no processo, os instrumentos auxiliares, as políticas específicas e os documentos correlatos.
Esse documento deve ser elaborado por uma equipe/comissão de seleção, visando garantir a representatividade da comunidade nas atividades do serviço de informação, contribuindo para uma expansão racional, eqüitativa e equilibrada do acervo. Essa comissão deve se responsabilizar por:
  • analisar os objetivos gerais da organização à qual está inserida a biblioteca;
  • definir a extensão e a profundidade na cobertura temática da coleção, segundo os diferentes níveis da comunidade a ser atendida;
  • conhecer a situação da coleção a fim de elaborar o orçamento necessário para solucionar os problemas;
  • proceder à análise quantitativa da coleção;
  • cobrir áreas de maior demanda da comunidade, definindo as prioridades da seleção;
  • determinar critérios para intercâmbio de material bibliográfico;
  • determinar critérios para recebimento de doações e descartes;
  • procurar atender a todas as sugestões, comunicando ao solicitador sobre a aquisição
    ou não do item solicitado;
  • determinar critérios para preservação e conservação dos materiais (encadernação e
    restauração etc);
  • definir critérios para avaliação do valor da coleção;
  • definir critérios para duplicação de documentos;
  • coordenar a reavaliação periódica da coleção, a fim de definir quando e sob quais condições o material será remanejado e descartado do acervo.
Embora não seja uma tarefa fácil, por demandar um minucioso e contínuo estudo, a elaboração desse documento servirá como diretriz para o estabelecimento de estratégias de ações e atuará como instrumento delimitador de critérios na tomada de decisões para a composição e desenvolvimento do acervo.
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A etapa mais importante da política de desenvolvimento de coleções é o processo de seleção, pois por meio dele se garante a qualidade e o ajustamento do acervo para atender a contento as reais necessidades dos usuários.
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terça-feira, 19 de abril de 2016

Livros podem ajudar crianças a entenderem e enfrentarem perdas; veja lista

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Bruna Ribeiro, no UOL
Falar sobre perdas pode ser difícil para pessoas de qualquer idade — e elas são uma realidade de que não podemos fugir: a morte de uma pessoa próxima ou a separação de alguém que amamos.
A situação pode ser mais delicada se tais pensamentos estiverem ocupando as mentes de crianças. Como podemos abordar esses assuntos? Aliás, devemos falar sobre isso com os pequenos?
“Tudo isso [a morte, as separações] faz parte da vida. Existe uma ilusão em poupar as crianças de assuntos difíceis, como se eles deixassem de existir ao ignorá-los”, explica a psicanalista Maria Cristina Mantovanini, 55.
Uma estratégia é usar as histórias dos livros infantis para trazer a temática, porque as histórias proporcionam um distanciamento saudável, segundo Mantovanini.
Segundo a especialista, a partir de 7 anos, conforme a fantasia não é mais suficiente para todas as respostas, as crianças começam a entrar em crises existenciais e fazer questionamentos de muita angústia.
“Os assuntos vão chegar, independente de o adulto intermediar”, diz Maria Cristina. Os livros são indicados para todas as idades, até para as crianças mais velhas. “A arte, seja a música ou a escrita, pode ser reconfortante. A escrita é um pensamento mais elaborado. Em terapia, nós usamos histórias como exemplos para a vida até para os adultos, a exemplo dos contos de fada.”
“A literatura é um pulmão, onde a gente consegue respirar melhor e compreender no terreno simbólico o que não é fácil de ser digerido”, explica Márcia Leite, 55, diretora da Editora Pulo do Gato, que investe em assuntos dessa natureza em seu catálogo infantil. “A gente tenta mostrar que o livro é uma espécie de ensaio de vida. Não estamos vivendo aquilo, mas a obra nos convida a chegar perto do tema”, completa.
Veja uma lista com sugestões de livros:
O Amor Pega Feito Bocejo (Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, Companhia das Letras): Escrito em verso, o livro conta a história de um garoto que tem uma tia com Alzheimer. Ela vive na casa dele e um dia desaparece.
Cadê Meu Avô (Lídia Carvalho, Editora Biruta): Renato está muito triste, pois perdeu um avô muito querido, que gostava de contar histórias. No Natal, ele decide pedir ajuda ao Papai Noel para encontrar o velho amigo.
Chakchuca Desapareceu (Galia Oz, Companhia das Letras): Chakchuca é uma cachorrinha. Ela desaparece e deixa sua dona muito aflita, iniciando uma aventura para desvendar o mistério do sumiço do animal de estimação.
Começo, Meio e Fim (Frei Betto, Editora Rocco): A personagem é uma menina tão meiga e doce, que associa todos os membros da família às guloseimas que gosta de devorar. Quando descobre a morte, percebe que a vida também tem seu lado amargo. A descoberta é suavizada pela amorosa lição de vida dada por seu avô.
A Cruzada das Crianças (Bertolt Brecht, Pulo do Gato): O poema narrativo conta a história da árdua peregrinação de um grupo de crianças órfãs que foge dos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial. Juntas, elas buscam refúgio e lutam contra a fome, o frio, a miséria e o desamparo.
O Domingo Trocado (Ruth Löbner, Brinque Book): Filho de pais separados, Jonas passa a semana com Ana, sua mãe. Os finais de semana ficam por conta do pai, Pedro, que é muito atrapalhado. Certo domingo, Jonas decide trocar de papel com o pai, realizando todas as tarefas. Tudo funciona perfeitamente até irem ao parque tomar sorvete e viverem algo inesperado.
Eu Vi Mamãe Nascer (Luiz Fernando Emediato, Geração Editorial): Uma criança de oito anos narra suas reações diante da morte da mãe. O livro busca conforto não apenas ao falar da morte, mas também ao tentar responder qual é o sentido da vida.
Eloísa e os bichos (Jairo Buitrago, Pulo do Gato): Uma menina muda com o pai para uma nova cidade e enfrenta um mundo totalmente diferente do que conhecia, no qual se sente um verdadeiro bicho estranho.
Greve de Vida (Amélie Couture, Companhia das Letras): Uma garota perdeu a mãe durante o seu nascimento e foi criada pela avó. Tudo muda quando essa avó morre e a menina passa a viver com o pai, a nova esposa e o filho deles. Revoltada com as mudanças, a personagem decide fazer uma greve de vida e ficar trancada no quarto, sem fazer nada e nem falar com ninguém.
A História de uma Folha (Leo Buscaglia, Record): Como sugere o título, o livro conta a história de uma folha, ilustrando o equilíbrio entre a vida e a morte. Mostra-se como essa folha e suas companheiras mudam com a passagem das estações, caindo finalmente ao solo com a neve do inverno.
Íris – Uma Despedida (Gudrun Mebs, Pulo do Gato): A família de Íris descobre que ela está gravemente doente e precisa ser hospitalizada. A irmã mais nova narra os sentimentos que a afligem, como medo, a esperança e a tristeza.
Lá e Aqui (Carolina Moreyra e Odilon Moraes, Pequena Zahar): uma criança fala sobre a separação dos pais e mostra como a situação pode ser vivida de maneira positiva, sem menosprezar o sofrimento.
Malala – a menina que queria ir para a escola (Adriana Carranca, Companhia das Letras): A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai foi baleada por membros do Talibã aos catorze anos por defender a educação feminina. O livro conta a história, as perdas e os ganhos da menina que se tornou Prêmio Nobel da Paz.
O Medo da Sementinha (Rubem Alves, Paulus Editora): Durante o seu desenvolvimento, uma semente passa por medos e preocupações. A mãe dela acompanha esses sentimentos e a conforta.
Menina Nina – Duas Razões Para Não Chorar (Ziraldo, Melhoramentos): Ao falar dos sentimentos de uma criança que perde a avó, o autor aborda os mistérios da vida e da morte, falando de dor e esperança.
O Menino e o Vento (Regina Machado, Companhia das Letras): Desobedecendo o pai, um menino se lança ao mar para pescar sozinho e embarca em uma longa viagem. Ele se divertiu muito, até se dar conta que estava perdido dos pais.
Meu Filho Pato (Vários autores, Companhia das Letras): Idealizado pelo escritor Ilan Brenman com a equipe de psicólogas do Instituto 4 Estações, especializadas em lidar com situações de perda, o livro reúne seis histórias sobre o assunto, escritas por seis escritores diferentes. Há contos cômicos, tristes, poesia e até cordel, além de textos de apoio para tratar o tema com as crianças.
A Montanha Encantada dos Gansos Selvagens (Rubem Alves, Paulus Editora): O nascimento do gansinho Cheio-de-Jasmim alegrou a vida dos gansos selvagens, que enfrentavam o frio e o calor, os caçadores e a fome. O pequeno animal adorava ouvir histórias. Uma delas falava sobre a Montanha Mágica, para onde iam os gansos mais velhos…
A Mulher que Matou os Peixes (Clarice Lispector, Editora Rocco): A personagem se esquece de alimentar os peixinhos de seu filho. Ela pede perdão aos leitores e procura explicar como tudo aconteceu.
A Operação de Lili (Rubem Alves, Paulus Editora): A elefantinha Lili precisa fazer uma operação para retirar Gregório de sua tromba. O amigo sapo foi parar lá após uma brincadeira. Com muito medo da cirurgia, Lili contou com a ajuda da Fada da Floresta.
Os Porquês do Coração (Nye Ribeiro e Conceil C. Silva, Editora do Brasil): Mabel é uma menina curiosa e vive fazendo perguntas, na tentativa de entender o mundo. Ela ganha um peixinho de aniversário e com ele vai descobrir o sentido da amizade, do amor e da perda.
A Preciosa Pergunta da Pata (Leen van den Berg, Brinque Book): Uma pata perdeu seu patinho e está muito triste. Surge a pergunta: Para onde vamos quando morremos?
O Reino Partido ao Meio (Rosa Amanda Strausz, Companhia das Letras): O reino de um príncipe é partido ao meio por um dragão furioso. A partir de então, ele precisa aprender a viver com tudo quebrado na metade, até seus pais.
Roupa de Brincar (Eliandro Rocha, Pulo do Gato): A maior diversão de uma menina é brincar no guarda-roupa da tia. Até que um dia a garota vai visitá-la e percebe que ela está muito triste. Quando entra no guarda-roupa, nota que até as cores haviam sumido. Tudo isso porque alguém querido morreu.
Tempos de Vida (Brian Mellonie, Editora Global): A obra trata a morte como parte do ciclo natural, falando sobre o nascimento, crescimento, maturidade e o fim. Mostra que isso acontece com todos os seres vivos, dos insetos aos seres humanos.
Um Outro País para Azzi (Sarah Garland, Pulo do Gato): Azzi é um menino refugiado. Após fugir às pressas com seus pais, embarca em um país desconhecido, com pouca bagagem e a esperança de uma vida mais segura. Agora o menino terá de enfrentar a saudade que sente da avó e muitos desafios.
O Violinista (Colin Thompson, Brinque Book): Oscar toca seu violino na calçada de um teatro, entretendo as pessoas que aguardam na fila para comprar ingressos. Envolvido em sua própria música, ele sonha em ser um grande músico e ter ao seu lado a filha Marieta, que já se foi.
Vó Nana (Margaret Wild, Brinque Book): Vó Nana e Neta moram juntas e compartilham tudo, inclusive as tarefas da casa. Certo dia, elas precisam se despedir da melhor maneira que conhecem.
Vô, Eu Sei Domar Abelhas (Monika Feth, Brinque Book): Diego é muito apegado ao avô, que morre de repente. Mas as explicações para a morte não convencem o menino.
http://www.livrosepessoas.com/2016/03/25/livros-podem-ajudar-criancas-a-entenderem-e-enfrentarem-perdas-veja-lista/
Vovô Foi Viajar (Mauricio Veneza, Compor Editora): O sumiço do avô intriga a neta, mas os pais dela não conseguem responder suas perguntas.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Resposta produzida pelo CRB-6 repercute entre bibliotecários

By PROCEDATA INFORMÁTICA LTDA 

Ilustração da matéria da revista Nova Escola (Foto: Reprodução/Editora Abril)
Na edição do mês de março, a revista Nova Escola publicou uma matéria com o título “Assim não dá: colocar um profissional só para fiscalizar a biblioteca”, cujo texto defende a ideia de que a função de bibliotecário pode ser exercida por um pedagogo para atuar como mediador da leitura. A reportagem apresenta depoimento de educadores, mas não abre espaço para que profissionais de Biblioteconomia se posicionem, por meio de argumentos técnicos e científicos, indicadores, pesquisas e exemplos práticos que mostrem a importância das bibliotecas escolares serem geridas por especialistas da área, capacitados e aptos para a atividade, inclusive para o fomento da leitura. 
Em resposta ao texto, a Comissão de Bibliotecas Escolares do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região (CRB-6), coordenada pela bibliotecária Sindier Antônia (CRB-6/1542), posicionou-se a respeito do assunto, por meio de carta aberta à comunidade. A mensagem repercutiu nas redes sociais e nos sites ligados à Biblioteconomia, mobilizando diversos profissionais a manifestarem suas opiniões sobre o tema.
Pensando nisso, selecionamos alguns comentários enviados para nossos canais, com a intenção de fomentar a discussão em torno do tema, ampliando, assim, as informações sobre os conceitos abordados na matéria. Participe você também desse debate e dê sua contribuição. Confira, abaixo, alguns posicionamentos de profissionais.
Comentários via email:
Maria José Valentim Nunes (CRB-6/ES 523)
“Parabéns pelo posicionamento. Nós que atuamos em biblioteca escolar sabemos o quanto colaboramos para o desenvolvimento da leitura, entretanto, não somos reconhecidos. Na verdade, a escola quer um professor e não um bibliotecário. Pesquisa, organização do acervo etc, em geral, não são relevantes para eles, que entendem que nossa atividade se limita a receber, organizar e distribuir kits de livros didáticos. Um grande absurdo!”
Janete Gomes
“É lamentável como nossa profissão é, muitas vezes, desvalorizada. Não distante dessa reportagem, quantas vezes já ouvi que nossa atividade pode ser executada por qualquer um; que somos apenas uma exigência do MEC. Infelizmente, não temos nem o direito de reposta. Mas, parabéns ao CRB-6 por nos defender diante de uma repórter que, mais uma vez, quis dizer que a biblioteca é um amontoado de livros em uma sala, como já constatamos em diversas escolas.”
Liliane Domingues (CRB-6/757)
“Parabéns pela carta. E espero que a repórter Raissa Pascoal, que redigiu a matéria, tenha acesso à mesma e possa ter a gentileza de se retratar. Todos os profissionais da Biblioteconomia que leram a revista ou o texto na internet se mostraram indignados com o total desrespeito e desvalorização da nossa profissão. Além disso, ela demonstra na sua reportagem que desconhece completamente nossa atividade e, sendo assim, deveria ter tido o cuidado de primeiro conhecer para depois se manifestar. Foi realmente lamentável a publicação dessa matéria!
Espero ainda que o nosso Conselho, que nos representa, tenha entrado em contato com a direção da revista para declarar o nosso repúdio e indignação pela atitude dessa repórter que escreveu sobre algo que ela desconhece, e que desvaloriza toda uma classe profissional.”
Comentários no Facebook:
Fabiano Otávio Vitulli Cassettari
“Essa postura assertiva, serena e profissional do órgão de representação deve ser a regra, não uma exceção. Parabéns!”
Emanuelle Amaral
“Orgulho do CRB-6! Parabéns pela coerente nota! Na torcida para que a revista nos dê amigavelmente o direito de resposta.”
Lilia Santos (CRB-6/1776)
“Ótimas considerações para um debate qualificado sobre a importância da biblioteca escolar e sobre a valorização do profissional de Biblioteconomia.”
Comentários no Blog:
Claudio Marcondes
“Solidarizo com os colegas do CRB-6 pela resposta à matéria publicada na revista Nova Escola, pois a área de biblioteca escolar é de suma importância para sociedade.”
Valdeci Maria Clemen
“Esclarecimento perfeito. Parabéns CRB.”
Jussara Feitosa de Santana Gomes (CRB-6/1094)
“Bibliotecários em ação
Uma resolução da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais determinou que o professor formado em Biblioteconomia deve ser o profissional habilitado para estar à frente das bibliotecas da rede estadual de ensino. Até que enfim. Isso já era mais que esperado. Muitos professores bibliotecários foram designados para a função.
Geralmente, em várias escolas, a realidade era que os profissionais encarregados de exercer uma função na biblioteca eram os professores em afastamento da sala de aula, em processo de aposentadoria, excedentes, ou ainda, doentes, depressivos e até com síndrome do pânico, já que não conseguiam enfrentar o dia a dia da sala de aula com os alunos. Essa é a imagem do bibliotecário na escola, estigmatizada como aquela pessoa que precisa descansar e que não pode trabalhar com o aluno.
Muitas escolas no Estado já possuem uma biblioteca, sobretudo as da rede de ensino público estadual, cujo acervo é doado pelo Governo e composto por livros bem-selecionados, títulos premiados, clássicos universais estrangeiros e brasileiros, best-sellers atuais e da literatura infantil. São coleções literárias adquiridas, também, por meio dos projetos do Governo Federal e de instituições comerciais que oferecem oportunidades para formação de acervos e de leitores.
O que instiga a nós, profissionais da biblioteconomia, é encontrar bibliotecas na condição de depósitos de livros sem nenhum tratamento, misturados e dispostos desordenadamente. São paredes de livros didáticos já descartados, enfileirados e que enchem as prateleiras. Enquanto isso, os bibliotecários são convidados a trabalhar com a mediação da leitura, de projetos de comemoração de datas festivas, para confeccionar murais, enfeites e outros itens que exigem muita habilidade manual e artística e são necessários à estética escolar de acolhimento e de informação. Concordo que essas funções precisam ser executadas, afinal, estamos na escola para somar. Mas e o tempo necessário para o serviço técnico de organização do acervo? Isso sempre parece ser superficial na visão de leigos e, até mesmo, dos colegas professores que esperam a nossa colaboração nos projetos de leitura propostos na instituição de ensino.
O olhar de um bibliotecário, mesmo com a formação pedagógica, é diferente da percepção do professor. Por mais organizado que um profissional seja, a capacidade de ordenar uma biblioteca requer formação e capacitação. Que bom que já começaram a abrir portas para que especialistas da área estejam à frente das bibliotecas escolares. Contudo é necessário que entendam que esse profissional está preparado para uma função que exige local adequado, equipamentos e mobiliário apropriados. Tal estrutura ainda não é uma realidade nesses espaços.
É muito importante a compreensão de todos nesse momento, pois em Minas Gerais, só agora, em 2016, nós bibliotecários estamos ocupando nossas funções nas bibliotecas escolares e propondo, simplesmente, que esses locais possam ser organizados, limpos, sistematizados e tratados como merecem. Afinal, como fazer a mediação de leitura, a distribuição dos livros didáticos e o controle dos empréstimos? Como indicar obras que não foram identificadas, listadas, carimbadas, registradas, classificadas, catalogadas e organizadas dentro de um sistema? Um dos principais objetivos de uma biblioteca não seria facilitar o acesso aos materiais e às informações?
Queremos, sim, partilhar o mundo do conhecimento por meio da leitura, com todos os que estão ao nosso redor, e é para isso que nos preparamos. Estamos ocupando um espaço que é nosso por direito e queremos trabalhar com dignidade.”

Represa de conhecimento

terça-feira, 5 de abril de 2016

16 razões para ter MUITO orgulho de ser compulsivo por livros


Publicado: Atualizado: 
BAGUNA DE LIVROS

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Sua pilha mais alta de livros quase caiu em cima de seu gato outro dia.
Não há mais espaço nas suas estantes de livros e você não tem espaço para mais estantes. Sua melhor amiga anda lendo trechos de A Mágica da Arrumação, de Marie Kondo, em voz alta quando está do seu lado.
Você quase começou a chorar quando seu namorado sugeriu que você doasse alguns de seus livros didáticos antigos.
Soa familiar? É possível que você seja uma acumuladora de livros. Sim, isso mesmo.
Mas e daí? Apesar da onda minimalista que parece estar varrendo o país, guardar todos seus livros pode trazer muitos benefícios.
Se você não tem coragem de livrar-se de quase todos seus livros, deixando apenas uma estante com seus favoritos (seria como escolher filhos favoritos para guardar na estante!) e se você teme que esteja perdendo os benefícios psicológicos e interpessoais de aderir ao minimalismo, inspire fundo um pouco desse ar impregnado de livros velhos e lembre-se das
16 razões abaixo por que você pode se orgulhar de colecionar livros.










segunda-feira, 4 de abril de 2016

CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DE OBRAS RARAS

 Rizio Bruno Sant'Ana

RESUMO: Discute-se a adoção de critérios de raridade em bibliotecas. Para tanto, são analisados os critérios, muitas vezes antagônicos, adotados por colecionadores e por diversas instituições públicas. Em seguida, são estudadas as normas presentes nos principais códigos de catalogação de obras raras, incluindo textos recentemente disponibilizados na Internet. Finalmente, são estudados mais detalhadamente vários textos, encontrados nos catálogos de obras raras das bibliotecas brasileiras, bem como os critérios adotados na Biblioteca Mário de Andrade, da Prefeitura Municipal de São Paulo.
 PALAVRAS-CHAVE: Obras raras; Critérios; Bibliotecas públicas; Colecionadores de livros.

ABSTRACT: The author analyzes the adoption of criteria for the definition of rare books in libraries, studying the criteria adopted by book collectors and many public institutions. After that, we studied the main cataloging codes for rare books, including texts recently in the Internet. Finally, some texts, found in catalogues of rare books of the Brazilian libraries are studied more at great length, as well as the criteria adopted in the Mário de Andrade Public Library of São Paulo.) KEY-WORDS: Rare books; Criteria; Public libraries; Book collectors.

O conceito de obra rara está mais ligado aolivro, mas pode incluir também os periódicos, mapas, folhas volantes, cartões-postais e outros materiais impressos. Fotografias, manuscritos, gravuras e desenhos são obras únicas e originais, e portanto não recebem esta denominação de obra rara; devem receber, no entanto, o mesmo cuidado dispensado às obras raras em relação à preservação e conservação. Neste texto, as palavras “livro” e “obra” são algumas vezes empregadas indistintamente, no sentido de caracterizar qualquer material impresso. De qualquer forma, as obras raras devem ser consideradas como um aspecto específico de um conjunto maior, que seriam as coleções especiais, dentro das bibliotecas. De acordo com o senso comum e a maioria dos dicionários, o livro raro é aquele difícil de encontrar, invulgar, diferente do livro comum. A palavra raro significa também algo valioso ou precioso; uma obra rara seria portanto qualquer publicação incomum, difícil de achar, e com um valor maior do que os livros disponíveis no mercado. O livro raro seria “assim designado por ser detentor de alguma particularidade especial (conteúdo, papel, ilustrações), ou por já serem conhecidos poucos exemplares”, segundo as autoras do Dicionário do livro1. Da mesma forma, para Martínez de Sousa, é um “libro que por la materia de que trata, el corto número de ejemplares impressos o conservados, su antigüedad u otra característica o circunstancia se convierte en una excepción.”2 O uso de critérios de raridade, para criar uma distinção entre as obras valiosas e as demais, tanto por parte de bibliotecas como entre colecionadores, prende-se ao fato de que as obras raras merecem um tratamento 1 FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro: terminologia relativa ao suporte, ao texto, à edição e encadernação, ao tratamento técnico, etc. Lisboa: Guimarães, 1988. p.209. 2 MARTÍNEZ DE SOUSA, José. Diccionario de bibliología y ciencias afines. Madrid: Fundación Germán Sánchez Ruipérez; Piramide, 1989. p.468. diferenciado, devido à dificuldade na obtenção dos exemplares e a seu alto valor histórico e monetário. Parte-se do princípio de que a obra rara é mais difícil de ser reposta, caso desapareça; do mesmo modo, uma obra valiosa é sempre mais visada, merecendo um cuidado maior quanto à segurança do acervo onde está depositada. Em termos bibliográficos, podem ser considerados valiosos os aspectos ligados ao livro enquanto objeto físico ou enquanto meio de transmitir informações e novas visões de mundo (tanto literárias como científicas). Desta forma, o livro seria um representante factual da história do conhecimento, ou seja, um documento verdadeiro do desenvolvimento cultural e social da humanidade. Existe, todavia, uma quase total divergência entre os pontos de vista dos colecionadores e dos responsáveis por bibliotecas públicas especializadas na guarda de livros raros, quanto à definição do que seja uma raridade bibliográfica. Embora ambos reconheçam o valor histórico de uma obra antiga ou de um clássico da literatura, em geral os colecionadores não se prendem à antigüidade de uma obra para sua caracterização como rara, utilizando este termo mais como sinônimo de algo valioso. As bibliotecas, por sua vez, referem-se à data como um dos principais critérios de raridade, reconhecendo na obra a sua possibilidade de uso e não o simples valor monetário. EXEMPLARES ÚNICOS Para os colecionadores, são por vezes pequenos fatores acidentais que na verdade criam os livros raros, fazendo com que obras que poderiam ser consideradas comuns venham a ser muito procuradas, pela dificuldade de localização dos exemplares. Há inúmeros exemplos, inclusive do século XX: o primeiro volume da terceira edição da História geral do Brasil, de Varnhagen, impresso em 1907, teve sua tiragem quase inteiramente destruída em um incêndio na editora Laemmert, no Rio de Janeiro; os poucos exemplares sobreviventes são tão ou