quarta-feira, 25 de junho de 2014

Livros






Festa de São João - 24/06/2014



















sexta-feira, 20 de junho de 2014

domingo, 15 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Analfabetismo funcional: a biblioteca pode ajudar.

   Chamou-me muito a atenção uma matéria que li em uma revista do ministério da educação que enaltece a função social de nossas bibliotecas, o texto retrata um tema bastante presente em nossa sociedade embora não nos atentemos a ele: o analfabetismo funcional.

   Mas o que é analfabetismo funcional?

    Bom, é considerado analfabeto funcional a pessoa que lê e escreve frases simples, mas não possui a capacidade de interpretar textos, bem como problemas matemáticos. Elas não são capazes de associar informações e utilizá-las no seu dia-a-dia. Em 2001 foi criado o INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional) que investiga o nível de alfabetismo da população brasileira adulta. O INAF identifica através de questionários e testes práticos as habilidades de escrita, leitura e matemática dos brasileiros e todo este processo são realizados por especialistas do IBOPE apoiado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM). Segundo a matéria aproximadamente e absurdamente 70% da população brasileira economicamente ativa se constitui de analfabetos funcionais.

   De quem é a culpa?

   A deficiência educacional de nosso país não é nenhuma surpresa, sabemos onde está a falha: no abandono da educação. O sistema escolar defasado é o principal causador desta triste realidade. A escola cumpre a sua função pela metade, ensina a ler e a escrever, mas não ensina a pensar. De acordo com dados de 2009 do INAF, quanto à escolaridade 52% dos brasileiros que estudaram até a 4ª série atingem apenas o grau rudimentar de alfabetismo e 9% são analfabetos absolutos. Os que cursam da 5ª a 8ª série, apenas 17% podem ser considerados plenamente alfabetizados. Dos que completaram o ensino médio menos da metade, 41% estão de fato alfabetizados. Os que chegaram ao ensino superior 71% dominam leitura, escrita e habilidades matemáticas. Percebemos que a escola esta formando uma quantidade absurda de analfabetos funcionais.

    A biblioteca pode ajudar?
  
   Como bem citado na matéria, segundo o manifesto da UNESCO a liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento social só podem ser alcançados quando todos os cidadãos estiverem informados, ratificando o que nós bibliotecários já sabemos e a sociedade começa a se dar conta: a informação liberta o individuo desta privação que é não saber pensar, questionar, mudar... As bibliotecas, principalmente as comunitárias, podem sim interferir nesta realidade, pois existem justamente para prover a comunidade, informações que lhe sejam uteis. O exercício constante de diversos tipos de leitura ajuda a desenvolver a capacidade intelectual do individuo. O ideal seria que mais do que fornecer livros a biblioteca, isto é, prestando um verdadeiro serviço de informação e orientando a comunidade em questões referente à sua cidadania.

Na chamada sociedade da informação, ainda existem pessoas desinformadas diante da privação do direito de participação. A existência de bibliotecas comunitárias que atendam as necessidades de informação pode minimizar a exclusão social [...] (FERRAZ, 2010, p.48).
  
   Sem duvida a biblioteca pode ajudar, mas é necessário que haja interesse do poder público e principalmente da comunidade em receber, cuidar e usufruir de um espaço como este.
Mais informações:
IPM- http://www.imp.org.br/       
INAF- http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.00.00&ver=por
FERRAZ, Kátia. Bibliotecas comunitárias contra o analfabetismo funcional. Geografia. São Paulo, n.29, fev.2010.

Ana Paula Lopes

1 COMENTÁRIOS:

Raimundo soares disse...
Pura realidade, "não só/apenas a biblioteca"; mais uma educação de qualidade e incentivando assim a leitura, ....


F. W. Lancaster, História e Livros I

F. W. Lancaster, História e Livros I
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014 

Frederic Wilfrid Lancaster nasceu em 1933 na Inglaterra, tendo estudado na Newcastle School of Librarianship de 1950 a 1954, seguindo sua carreira profissional no sistema de bibliotecas públicas de Newcastle. Em 1959, imigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou em firmas particulares e bibliotecas especializadas no desenvolvimento e avaliação de sistemas de recuperação da informação (JACKSON, 2005). 
   Foi pioneiro na avaliação de bases de dados, com o trabalho clássico chamado Medical Literature Analysis and Retrieval System (MEDLARS), que realizou em fins da década de 1960, para a National Library of Medicinedos EUA (JACKSON, 2005). 

   Após se juntar a Graduate School of Library and Information Science da University of Illinois (EUA) em 1970, Lancaster continuou prestando consultoria em desenvolvimento de recuperação da informação em sistemas automatizados. No começo dos anos 1970, o autor aconselhou a Central Intelligence Agency (CIA) no desenvolvimento de um sistema que permitiria aos analistas da agência a fazer uma gama de tarefas em uma ambiente sem papel, incluindo criar e fazer busca de arquivos em sistemas automatizados, receber mensagens eletrônicas e fazer busca em bases de dados on-line (JACKSON, 2005). 

   Em Toward paperless information systems, de 1978, e em trabalhos posteriores, o autor defendia a inevitabilidade da mudança das publicações em papel para uma sociedade sem papel. Essas e outras ideias levaram Lancaster a crer que a biblioteca como uma instituição física se tornaria obsoleta. Segundo o autor, na medida em que as buscas eletrônicas ganhassem importância e os computadores se tornassem comuns nas casas e escritórios, a necessidade de visitar bibliotecas diminuiria. Lancaster era, também, bastante otimista em relação ao papel dos bibliotecários na era eletrônica. O autor previa que os profissionais se tornariam “desinstitucionalizados”, livres do trabalho entre quatro paredes de uma biblioteca para servir como consultores em informação, na organização e exploração.

    Foi membro da British Library Association desde 1955; em 1959 imigrou para os Estados Unidos onde iniciou um importante trabalho na National Library of Medicine tendo inclusive feito um estudo de avaliação do seu sistema de base de dados (MEDLARS)

   Em 1970 ingressou como professor de Biblioteconomia na Universidade de Illinois, tendo lecionado até 1992.

   Durante a sua carreira lecionou disciplinas ligadas a recuperação da informação, bibliometria, organização bibliografia e avaliação de serviços bibliotecários e de informação. Foi editor da revista Library Trends no período de 1986-2006.

   Lancaster é reconhecido internacionalmente como um dos lideres nas áreas de biblioteconomia e ciência da informação; escreveu 15 livros e mais de uma centena de artigos. Também realizou inúmeras consultorias para a UNESCO e Nações Unidas.

 1933 - 2013  

No Brasil lecionou no IBICT, na UFMG e na UnB.

Dentre os seus livros publicados são destaques:



LANCASTER, F. Wilfrid. Avaliação de serviços de bibliotecas. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1996. 356 p.



LANCASTER, F. Wilfrid. Indexação e resumos: teoria e prática. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1991. 347 p. ISBN 8585637013



LANCASTER, F. Wilfrid. Information retrieval systems: characteristics, testing and evaluation. 2. ed. New York: John Wiley, 1968. 381 p.



LANCASTER, F. Wilfrid. Libraries and the future: essays on the library in the twenty-first century. New York: Haworth Press, 1993. 195 p.

REFERÊNCIA

ARAÚJO, C. A. A. A contribuição de F. W. Lancaster para a ciência da informação no Brasil. Disponível em: <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/viewArticle/3355acesso em: 16 Jan. 2014.

Raimundo Soares 


Uma breve introdução à classificação decimal de Dewey

Uma breve introdução à classificação decimal de Dewey

segunda-feira, 21 de abril de 2014 

Bibliotecário(a) da Semana: Fabiola Nunes. "O profissional da Classificação".


Bibliotecário(a) da Semana: Fabiola Nunes. "O profissional da Classificação".


  Acesso hot pergunta, você responde! 

“A classificação, entendida como processo mental de agrupamento de elementos portadores de características comuns e capazes de ser reconhecidas como uma entidade ou conceito constitui uma das fases fundamentais do pensar humano” (Astério de Campos).

   A arte de classificar expressa na citação acima é uma das atividades mais importantes desempenhadas pelo bibliotecário dentro de uma biblioteca. Agrupar o conhecimento segundo seu conteúdo e organizá-los nas estantes como tal, determinando o destino e utilidade dos mesmos. O poeta e escritor Jorge Luis Borges já dizia: "Ordenar bibliotecas é exercer de um modo silencioso a arte da crítica”.
   Mas como expressa Astério de Campos, classificar é uma das fases do pensar humano, não está privada ao bibliotecário, todos nós “classificamos” e a todo o momento quando separamos homens de mulheres, amigos de inimigos. O que diferencia então a classificação bibliográfica feita pelos bibliotecários da classificação comum do dia-a-dia. Estas e outras questões serão discutidas através de uma entrevista com Fabiola Nunes, bibliotecária do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Piauí e ministrante da disciplina de classificação no curso de biblioteconomia da Universidade Estadual do Piauí.

ACESSOHOT: Fabiola, como você distinguiria a classificação bibliográfica da classificação comum intrínseca ao ser humano?


FABIOLA NUNES: A classificação realizada por nós, seres humanos, no dia-a-dia, pode ser pensada como um ato involuntário; classificamos a todo o momento pessoas, objetos, animais, etc. Um exemplo simples desse tipo de classificação é quando caracterizamos pessoas como magras, baixas, competentes, honestas, etc.; mas para isso não necessitamos de conhecimentos mais aprofundados sobre as áreas do conhecimento, necessidades dos usuários, bem como as relações semânticas e sintáticas existentes entre esses termos qualificadores, e isso é exatamente o diferencial nas classificações bibliográficas, que surgiram com o propósito de organizar acervos, tendo em vista a recuperação da informação.

ACESSOHOT: Com o documento em mãos, qual seria o primeiro passo para classificá-lo?

FABIOLA NUNES: O primeiro passo seria uma análise do próprio documento; o classificador terá que ficar atento principalmente a algumas partes do mesmo, a saber: título, folha de rosto, sumário, prefácio (no caso de livros), encarte (CDs), abstracts e key-words (teses, dissertações ou artigos científicos).

ACESSOHOT: Que instrumentos o bibliotecário pode se utilizar para realizar esta atividade?
FABIOLA NUNES: Os instrumentos são os sistemas de classificações e para atribuição de descritores, os tesauros.

ACESSOHOT: Que fatores podem influenciar negativa e positivamente o processo de classificação?

FABIOLA NUNES: O principal fator que pode influenciar positiva ou negativamente o processo de classificação é o conhecimento que o classificador tem acerca do assunto que está sendo classificado, por exemplo, em bibliotecas especializadas o bibliotecário precisa dominar alguns termos técnicos utilizados na área em questão, caso isso não aconteça, a recuperação da informação será insatisfatória.

ACESSOHOT: Que conseqüências se podem ter ao classificar uma obra de maneira errada?

FABIOLA NUNES: Como dito anteriormente, o usuário que for realizar uma pesquisa em uma biblioteca onde o profissional da informação não dá tanta importância ao processo de classificação, provavelmente a busca não será satisfatória.

ACESSOHOT: Como se explica a possibilidade de um mesmo documento ser classificado de formas diferentes dependendo de quem o classifica e do momento em que o mesmo é classificado?

FABIOLA NUNES: Um mesmo documento pode ter classificações diferentes, por que:  1) vai depender do tipo de biblioteca em que ele se encontra; numa biblioteca pública, comunitária a classificação tende a ser mais geral, tendo em vista o público-alvo; em bibliotecas especializadas, os termos tem que ser mais detalhados, pois lida somente com pesquisadores, estudiosos daquela área;  2) se um documento aborda dois ou mais assuntos, o classificador terá que classificá-lo de acordo com a necessidade do centro de informação, exemplo: A influências das TICs no ensino-aprendizagem, teremos algumas possibilidades de classificações, Informática, Comunicação ou Educação; 3) a edição do sistema de classificação, a 20ª edição da CDD possui diferenças nas classes em relação à 21ª.

ACESSOHOT: Que habilidades devem possuir um bom classificador?

FABIOLA NUNES: O classificador deve ter uma boa noção das áreas do conhecimento, ou da área em que ele trabalha, deve ser astuto e imparcial, pois ele tem que tentar suprir as necessidades de informações dos usuários do centro de informação em questão, e não pensar que o que ele acha é o que o usuário vai achar ou mesmo necessitar.

ACESSOHOT: Que importância você atribui à classificação dentro de uma biblioteca?

FABIOLA NUNES: A classificação é uma das atividades mais importantes de uma unidade de informação, se ela não é bem feita, a recuperação da informação não será satisfatória, entretanto, a classificação necessita de outras atividades tão importantes quanto ela, como por exemplo, a catalogação, se um item não é descrito de forma adequada, a busca também será prejudicada.

Ana Paula Lopes e Lorena Ramos