terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CONTROLO DE AUTORIDADE: NOVOS CONTEXTOS E SOLUÇÕES

http://purl.pt/331/1/docs/comunicacao/12manha/controlodeautoridade.doc
CONTROLO DE AUTORIDADE: NOVOS CONTEXTOS E SOLUÇÕES

Por:
Fernanda Maria Campos
Subdirectora da
Biblioteca Nacional

1. INTRODUÇÃO
A Catalogação é o processo através do qual se descreve, formalmente, um qualquer objecto, documento ou recurso, e se estabelece um número variado e variável de pontos de acesso à informação recolhida, a fim de que o utilizador final encontre, identifique, seleccione e obtenha a informação que pretende numa biblioteca, num catálogo, numa base de dados.
A Catalogação tem a ver com a ordem, a lógica, a objectividade, a indicação precisa e a consistência, e necessita, por consequência, de mecanismos que assegurem esses atributos.
Um registo catalográfico consiste em três partes:
 o ponto de acesso
 a descrição bibliográfica
 a localização ou (para os recursos digitais) o próprio documento.
O ponto de acesso encaminha o utilizador para o registo; a descrição permite-lhe decidir se o recurso descrito interessa ou não e a localização conduz o utilizador para o documento desejado.
Esta formulação simples é a base de toda a Catalogação. Não obstante, cada elemento do registo catalográfico obedece a normalização.
Assim, a descrição faz-se de acordo com princípios pré-estabelecidos que determinam quais os elementos relevantes a registar e a ordem pela qual se devem apresentar. A normalização ISBD (Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada) é a mais conhecida e universalmente utilizada.
A localização obedece também a formas normalizadas, ainda que sem expressão nacional ou internacional, antes seguindo esquemas pré-determinados localmente.
A excepção é a formulação para a localização de recursos electrónicos, essa sim sujeita a regras internacionalmente aceites.
Já no que respeita aos pontos de acesso, a situação é diferente. Com efeito, para garantir que o utilizador do catálogo encontre um registo e/ou possa agrupar registos que partilham uma característica comum, é preciso que a formulação dos pontos de acesso seja normalizada, ou seja, é necessário que exista controlo de autoridade.

2. O QUE É O CONTROLO DE AUTORIDADE
O controlo de autoridade tem como objectivos gerais:
 a criação e manutenção de registos de autoridade que validam o trabalho do catalogador e a qualidade do catálogo;
 a provisão de um acesso à informação fiável e consistente.
O registo de autoridade, durante o tempo do catálogo em fichas, continha a forma autorizada para um cabeçalho e, noutras entradas, registavam-se as formas variantes autorizadas (como entradas remissivas “Veja também”) e as formas rejeitadas (como entradas remissivas “Veja”). O ficheiro de autoridade praticamente só existia em bibliotecas de grande porte, sendo em muitos casos o próprio ficheiro bibliográfico a fonte de informação sobre a(s) forma(s) autorizadas(s) e as formas rejeitadas.
O uso de formas consistentes nos cabeçalhos, consagrado pelos Princípios de Paris, 1961, proporcionavam às bibliotecas a possibilidade de, ao mesmo tempo, evitar informação inconsistente para o utilizador e facilitar o trabalho do catalogador. Os resultados eram tanto ou mais apreciados quanto, para além das entradas propriamente ditas, os registos de autoridade continham notas sobre as fontes utilizadas para estabelecer a forma autorizada ou para explicar a identidade de determinada pessoa de forma a poder distingui-la de outras com nome semelhante.
Esta tradição encontrou facilidades acrescidas no contexto automatizado e o registo de autoridade, concomitantemente com o ficheiro de autoridade, passou a ser uma peça fundamental na validação dos pontos de acesso.
Essencialmente, podemos afirmar que o papel do registo de autoridade se reveste de cinco componentes:
 Regista a forma normalizada de cada ponto de acesso.
 Possibilita o agrupamento de todos os registos com o mesmo ponto de acesso.
 Garante a normalização dos registos no catálogo.
 Documenta as decisões tomadas e as fontes utilizadas para estabelecer os pontos de acesso.
 Regista todas as formas do ponto de acesso que não a escolhida como normativa.
 Documenta outras formas usadas para o ponto de acesso (como formas anteriores do nome) de modo a servir de orientação para o catalogador.
Nos catálogos em fichas e outros pré-OPAC, o registo de autoridade existia, na maioria dos casos, só implicitamente, como atrás referimos. O cabeçalho utilizado era a sua manifestação evidente. Os catálogos em linha obrigam, não raro, à formulação explícita de registos de autoridade ligados às entradas do catálogo e contendo, pelo menos, os elementos que a seguir indicamos:
 o ponto de acesso normalizado
 todas as formas remissivas “Veja”
 relação (ou entrada remissiva “Veja também”) com registos de autoridade aos quais está ligado
 as fontes utilizadas para estabelecer o ponto de acesso
 listagem de formas anteriores e de outros usos de forma normalizada.
O registo de autoridade assim constituído está ligado, nos sistemas integrados, a todos os registos bibliográficos aos quais diz respeito, sendo a partir do ficheiro de autoridade que se desenrola o processo de pesquisa e a apresentação dos respectivos resultados sempre que o utilizador interroga a base de dados.
O conteúdo do registo de autoridade pode ser de grande importância para o catalogador e para o utilizador final, na medida em que reflecte do trabalho de pesquisa em torno de um autor, título ou assunto.
Em casos em que se verificam variantes há uma razão para escolher uma forma e não outras, bem como para optar por uma fonte de informação e não por outra. O agente principal que determina a escolha é o código ou as regras de catalogação em vigor na zona em que a catalogação é feita.
Dado que não há um código global de catalogação (apesar das Anglo-American Cataloguing Rules, second edition – AACR2 – serem largamente utilizadas ou inspiradoras de regras nacionais), os catalogadores em diferentes áreas geográficas podem chegar a conclusões completamente diferentes mesmo quando havia alguma similaridade na evidência. Esta, por sua vez, é uma mistura da atitude objectiva (a evidência que os documentos apresentam e as próprias obras de referência) e da atitude subjectiva (a interpretação que o catalogador faz das regras de catalogação e o modo como as aplica ao documento catalogado). As razões objectivas e subjectivas podem até motivar diferentes abordagens da mesma evidência dentro da mesma instituição ou por parte do mesmo catalogador.
Para evitar a frequência de tais situações convém ter em conta as fontes a utilizar na construção dos cabeçalhos:
 os ficheiros de autoridade existentes, a nível nacional ou local
 as regras de catalogação em vigor
 o documento que está a ser catalogado
 as fontes de referência (qualquer fonte que providencie informação).
Cada categoria deve ser sopesada face às outras e, mesmo dentro de cada uma, quando haja discrepâncias, certas fontes podem ter mais autoridade do que outras.

3. CONTROLO DE AUTORIDADE NO AMBIENTE WEB
O ambiente Web vem abrir novas potencialidades para os registos de autoridade. A rápida acessibilidade à informação, a globalização desse mesmo acesso propiciando a entrada em várias bases de dados ao mesmo tempo, leva a que a construção do ficheiro de autoridade, enquanto acto isolado de uma biblioteca, passe a ser visto como um acto colectivo indispensável, sob pena de não ser possível encontrar, na pesquisa via Web, a informação fiável e exaustiva que, obviamente, o investigador pretende.
Do ponto de vista da gestão de recursos humanos e financeiros e dos objectivos estratégicos a alcançar por uma biblioteca, a partilha da informação em torno dos ficheiros de autoridade é um benefício porquanto reduz os custos globais que o trabalho de autoridade acarreta sendo que, ao mesmo tempo, permite um acesso controlado e uma maior precisão na pesquisa.
Da mesma maneira que vemos vantagens na cooperação para um controlo de autoridade mais eficaz e para a construção de melhores pontos de acesso, não podemos esquecer um conjunto de dúvidas que naturalmente se levantam à prossecução deste trabalho. A primeira é independente do acesso Web e tem a ver com os custos inerentes ao controlo de qualidade e o interesse (e viabilidade) de tal tarefa para as bibliotecas em geral.
Com efeito, para se executar as tarefas de Catalogação com a plenitude normativa que atrás se mencionou, é preciso pessoal adequadamente treinado, com um bom conhecimento das regras sobre determinação e forma dos cabeçalhos, instrumentos de referência para apoiar as escolhas feitas e um sistema automatizado que sustente o ficheiro de autoridade.
A atribuição de autoria, a escolha da forma do cabeçalho, a aposição de elementos de identificação ou distinção, o estabelecimento de entradas remissivas, a elaboração de notas explicativas, em suma, a criação do registo de autoridade, é uma tarefa morosa e dispendiosa. Nem todas as bibliotecas dispõem de meios para poder desenvolver um trabalho rigoroso ao nível da investigação, sobretudo, e nem todas assumem o controlo de autoridade como uma prioridade a prosseguir. Trata-se de um trabalho que foi sempre mais conotado com as agências bibliográficas nacionais, com a elaboração da bibliografia nacional corrente ou retrospectiva, considerando-se que, a partir dos registos de autoridade criados a esse nível, está constituída uma mais-valia de que as outras bibliotecas, a nível nacional, podem beneficiar, evitando a repetição do trabalho e assegurando cabeçalhos de qualidade para os seus registos. Por outro lado, a nível internacional, o ficheiro de autoridade da agência bibliográfica nacional é também um valor acrescentado pois, em ambiente de cooperação e sobretudo tirando partido da interoperabilidade entre sistemas, esse ficheiro serve de autoridade para os autores do respectivo país de origem.
Mas será que é mesmo necessário o controlo de autoridade no acesso à informação via Web? Não dispomos de ferramentas que o podem substituir, com vantagem, nas pesquisas com truncatura ou por palavra-chave? Como vencer as barreiras objectivas e subjectivas de que falámos atrás, num ambiente multilingue e de múltiplas variantes de códigos de catalogação? Será ainda necessário (e possível em termos de custo/benefício) o cabeçalho uniforme? Estarão os Princípios de Paris e as Regras de Catalogação desadequados aos novos contextos tecnológicos?
Comecemos pela primeira questão e analisemos as oportunidades e desafios que a Internet coloca ao controlo de autoridade.
A Web é, quase por definição, caótica. Muitos utilizadores lançam uma questão e obtêm uma resposta que consideram satisfatória mas ignoram que pode haver muito mais informação sobre o mesmo autor, título ou assunto que não foi recuperada. Pode ser porque o nome que pesquisaram não estava correcto ou a colectividade sobre a qual queriam investigar não é reconhecida pelo seu acrónimo mas sim por uma forma completa (ou vice-versa), enfim, uma multiplicidade de situações que conhecemos como variantes bibliográficas e que dão origem a uma recuperação de informação incompleta e, por vezes, errada.
Quando colocamos os nossos catálogos disponíveis através da Web, introduzimos os princípios de vocabulários controlados para assuntos, nomes e títulos. Os catálogos em linha podem, pois, servir de auxiliares de busca na Internet, sobretudo quando se estabelecem hiperligações entre o registo bibliográfico e o próprio recurso. Também podemos ter a situação inversa, isto é, ligações na Web para os nossos catálogos, a partir de ferramentas de referência ou de documentos em linha. Essas ligações permitem a quem pesquisa saltar directamente para catálogos em linha, a fim de encontrar obras de ou sobre determinado autor ou assunto. Quanto à origem da informação, tanto pode ser a partir dos registos bibliográficos como dos de autoridade, que proporcionarão outros elementos informativos de interesse sobre o autor ou o assunto pesquisado.
Poder-se-á dizer que para grande parte das pesquisas na Web, o acesso à informação controlada e normalizada não será absolutamente vital. Pesquisando tentativamente (experimentando chaves de pesquisa, procurando por palavras isoladas, truncando a expressão) ou recorrendo aos motores de busca para localizar sítios de interesse, muitos utilizadores da Internet vão percorrendo os recursos disponíveis e juntando informação relevante, sem que as suas pesquisas signifiquem mais do que um “browsing” à imensidão informativa de que a Web dispõe.
Porém, quando a pesquisa é mais fina, quando há necessidade de encontrar informação precisa e exaustiva, o utilizador sente, obviamente, que a estrutura habitual de um catálogo controlado é a que melhor facilita a procura e o agrupamento de informação. O controlo de autoridade permite precisão na recuperação dos registos ou obras de interesse e a estrutura de um ficheiro de autoridade, com as remissivas, assegura que os materiais relevantes serão encontrados, independentemente da forma usada na pesquisa. Ainda que, hoje em dia, a Web não ofereça grande quantidade de informação controlada, devemos desenvolver esforços para que se possa funcionar no caos … com alguma ordem e, sobretudo, compete às bibliotecas e aos bibliotecários dar aos utilizadores a opção de uma pesquisa mais fiável, se eles assim o quiserem.




4. CONTROLO DE AUTORIDADE GLOBAL: DA UTOPIA À REALIDADE
No domínio das oportunidades que a Internet potencia ao controlo de autoridade há pois um mundo a explorar. Quanto aos desafios, podemos considerá-los a diferentes níveis.
Um primeiro aspecto, já anteriormente referido, tem a ver com as dificuldades, custos e morosidade do trabalho de autoridade. O ambiente Web não produz qualquer benefício porquanto se trata de tarefa de natureza intelectual. No entanto, através de pesquisa interactiva, da cooperação internacional e da facilidade de acesso a instrumentos de controlo de autoridade produzidos por outras instituições, podem perspectivar-se boas hipóteses em termos de custos/benefícios.
Há, porém, um óbice que entrava o trabalho de autoridade à escala global e que tem a ver com as diferentes regras de catalogação existentes e as diversas línguas e escritas em que são formulados os cabeçalhos de autoridade.
Aproveitando as potencialidades que a interoperabilidade entre sistemas vem proporcionar, têm-se vindo a desenvolver projectos de cooperação nesta área, utilizando, por exemplo, o protocolo Z 39.50.
O projecto AUTHOR que decorreu entre Janeiro de 1995 e Dezembro de 1997, com financiamento da Comunidade Europeia, tinha como objectivo explorar a troca internacional e a reutilização de registos de autoridade para autores, pessoa física e colectividades. Participaram neste projecto, para além da Biblioteca Nacional, a Bibliothèque nationale de France, a British Library, a Bibliothèque royale Albert I (Bélgica) e a Biblioteca Nacional de Espanha. No âmbito do projecto, foi convertido para o formato UNIMARC (Autoridades e utilizando o conversor universal USEMARCON) uma amostra de registos de autoridade relativos às mesmas letras (e aos mesmos apelidos ou nomes de colectividades), tal como existiam nos ficheiros de autoridade das respectivas bibliotecas. Foi criado um protótipo de base de dados única, acessível via Web através do protocolo Z 39.50.
Os problemas encontrados foram múltiplos: cada biblioteca tem a sua língua (duas, no caso da Bélgica), regras de catalogação, formato e sistema automatizado diferentes. O estudo que acompanhou a experiência revelou práticas e regras diferentes para criar os registos de autoridade. Apesar de semelhanças, que entroncam basicamente na aplicação dos Princípios de Paris, havia diferenças assinaláveis. Por exemplo:
 Portugal, Espanha e Bélgica não faziam entradas de autoridade para grupos eventuais, como as conferências;
 França e Bélgica consideravam, no cabeçalho de autoridade, a nacionalidade do autor, enquanto Portugal, Espanha e o Reino Unido apenas o mencionavam em nota;
 Os esquemas de transliteração não eram idênticos nem aplicados do mesmo modo.
O projecto AUTHOR veio, na prática, pôr em evidência questões que eram mais ou menos sabidas e que podemos sistematizar da seguinte forma:
 Diferenças resultantes de usos linguísticos diversos, sobretudo em autores clássicos ou personalidades com formas vernáculas consagradas pelo uso.
Ex.:
1. LUCIANUS (IT)
LUCIEN DE SAMOSATE (FR)
 Práticas diferentes quanto ao uso de indicativos geográficos e/ou elementos de identificação ou distinção.
1. CATHOLIC CHURCH. Archdiocese of Milan (Italy) (UK)
ÉGLISE CATHOLIQUE. Diocèse (Milan) (FR)
MILANO (Arcidiocesi) (IT)
MILÃO. Diocese (PT)
2. AUGUSTINUS, Aurelius (DE)
AUGUSTINE, Saint, Bishop of Hippon (UK)
AGOSTINHO, Santo, 354-430 (PT)
 Esquemas diversos de transliteração e romanização
CEHOV, Anton Pavlovic (IT)
CHEHOV, Anton (PT)
CHEKHOV, Anton Pavlovich (US)
TCHEKHOV, Anton Pavlovitch (FR)
 Formatos MARC diferentes que podem não ter os elementos suficientes para uma correcta conversão .
 Diferenças na grafia da mesma língua quando utilizada por países diferentes.
Para fazer face a estes obstáculos e atingir os propósitos do controlo bibliográfico universal, organizações internacionais, como a IFLA, desenvolveram, ao longo dos últimos 20 anos, importantes esforços.
Em 1984, os Guidelines for Authorithy and Reference Entries (GARE) preconizavam a necessidade de controlar as formas dos nomes e ofereciam algumas medidas metodológicas com vista a produzir registos uniformes que pudessem ser permutados e partilhados mas a verdade é que as diferentes línguas, os problemas de transliteração e as formas vernaculares consagradas pelo uso demonstraram que o objectivo de estabelecer um cabeçalho único e idêntico para um nome de autor não era sustentável. Tal foi afirmado nas conclusões do Grupo de Trabalho da IFLA sobre Minimal Level Authority Records e, finalmente, em 2001, aquando da revisão do GARE que deu lugar aos Guidelines for Authority Records and References (GARR), toda a filosofia por detrás do controlo de autoridade e do acesso aos registos bibliográficos se alterou.
O critério de “uniformidade”, consagrado nos Princípios de Paris, 1961, dá lugar à adopção de um ou mais cabeçalhos “autorizados”, relacionados com a mesma entidade, iguais em estatuto mas diferentes na forma por corresponderem a ambientes culturais diferentes e a regras catalográficas também diferentes.
O objectivo da uniformidade linguística é ultrapassado a nível internacional. Não se procura a língua única (o Latim, para outros tempos ou o Inglês, no presente). Ao contrário: o trabalho de autoridade de uma determinada agência bibliográfica deve passar a ser também uma busca de formas autorizadas noutras línguas (uma espécie de cabeçalhos “paralelos”), compiladas de acordo com outras regras, outras línguas e outras escritas. Os resultados dessa busca devem ser incluídos no registo de autoridade, como entradas remissivas.
O método permite grande liberdade para consagrar usos locais, ao mesmo tempo que reconhece as formas equivalentes noutros países, com evidente benefício para o utilizador que já não tem de adivinhar o nome correcto ou a forma linguística precisa em que determinado nome se encontra catalogado num dado país.
Claro que não está subjacente a esta nova filosofia um acréscimo de trabalho manual na criação do registo de autoridade. Pretende-se tirar partido das novas tecnologias no estabelecimento de interoperabilidade através de registos de autoridade provenientes de vários ficheiros. Não se trata, pois, de um modelo como o do projecto AUTHOR que compilava as diferentes formas encontradas e as convertia para uma única base de dados UNIMARC. Trata-se de ligar registos de autoridade criando um ficheiro de autoridade virtual.
As formas possíveis para o conseguir estão a ser objecto de investigação no âmbito de vários projectos internacionais, com o objectivo de usar as tecnologias disponíveis e, de preferência, contribuir para um melhor desenvolvimento de automatismos nas ligações, não só entre ficheiros de autoridade mas (e porque não?) a outros recursos na Internet, incluindo objectos digitais.
O projecto LEAF – Linking and Encoding Authority Files, que está a ser desenvolvido com o apoio da CE, tem como objectivo estudar um modelo para este tipo de ligações, ainda que mais na área dos registos de autoridade produzidos pelos arquivos. A Biblioteca Nacional participa nesse projecto, de que tivemos oportunidade de ouvir falar no âmbito destas Jornadas.

5. NOVOS CAMINHOS PARA O CONTROLO DE AUTORIDADE
Esta mudança de atitude que faz evoluir um cabeçalho “uniforme” para um cabeçalho “autorizado” é um marco histórico na forma como encaramos a Catalogação e o próprio Controlo Bibliográfico Universal. Não basta, porém, mudar a atitude, é preciso rever todos os princípios em que se apoiam as regras para o estabelecimento e forma do cabeçalho de modo a podermos verificar da sua adequação aos novos contextos tecnológicos e aos novos recursos de informação.
Foi precisamente com essa intenção que a Secção de Catalogação da IFLA, com o apoio da Secção das Bibliotecas Nacionais, organizou de 28 a 30 de Julho de 2003, um Encontro de peritos para discutir da viabilidade de um Código Internacional de Catalogação (IFLA Meeting of Experts on an International Cataloguing Code – IME ICC).
Este Encontro, que pretendeu ser o primeiro de vários a organizar sempre antes das Conferências anuais da IFLA e em diferentes partes do mundo, destinou-se à avaliação das práticas de Catalogação na Europa com vista a fazer aumentar a capacidade de partilha de informação catalográfica e de promover normas para registos bibliográficos e de autoridade.
No decorrer do Encontro foram examinados os códigos e práticas de Catalogação nos países europeus, comparando semelhanças e diferenças e analisando das possibilidades de uniformizar regras.
Foi dada uma atenção muito especial aos Princípios de Paris, 1961, e à necessidade da sua revisão para uma melhor adaptação à actual realidade tecnológica (pois é preciso não esquecer que aqueles princípios visavam a construção de catálogos manuais), bem como aos novos conceitos e terminologia adoptados no estudo da IFLA intitulado FRBR – Functional Requirements for Bibliographic Records.
Verificou-se que, no geral, as regras de catalogação utilizadas na Europa se baseiam nos Princípios de Paris, 1961, para a escolha e forma dos cabeçalhos e determinação da palavra de ordem. Quanto à utilização da ISBD, como modelo de descrição bibliográfica, há também consenso a nível europeu, o que significa que os registos bibliográficos produzidos pelos diferentes países são normalizados e compreensíveis, independentemente da língua e da escrita.
Foram avaliadas as eventuais necessidades de mudança (ou de maior precisão), sobretudo nos Princípios de Paris, mas também nas ISBDs ao nível, por exemplo, da serialidade à luz da nova ISBD (CR), das estruturas bibliográficas em múltiplas partes, dos títulos uniformes e das indicações gerais da natureza do documento. Para cada um destes assuntos, alocado a um grupo de trabalho específico, foram formuladas recomendações que cão incorporar a Declaração final do Encontro.
Essa Declaração reitera que os princípios se destinam aos catálogos correntes das bibliotecas, na sua forma em linha e WebOPAC, com vista a uma aproximação consistente à catalogação de recursos bibliográficos e ao acesso por parte dos utilizadores. Eventualmente, os princípios serão alargados no futuro também à classificação e acesso por assunto. Os princípios podem ser aplicados por outras comunidades ligadas à informação.
O ponto de partida desta Declaração, considerado como principal princípio de qualquer código de Catalogação, é a conveniência do utilizador do catálogo.
Outro aspecto de grande relevo é a revisão das funções do catálogo, actualizando os Princípios de Paris e colocando-os mais na linha dos FRBR. As ISBDs são explicitamente reconhecidas como o fundamento básico das regras de descrição. Quanto à escolha e estrutura dos cabeçalhos de autoridade utilizados para controlar os pontos de acesso, bem como a importância dos registos de autoridade para garantir a precisão da pesquisa e do acesso, são princípios que ficam explicitamente declarados.
Como se sabe, os Princípios de Paris não consignavam esse tipo de entradas, considerando que a entrada no catálogo constituía o cabeçalho uniforme e as formas alternativas e rejeitadas, entradas remissivas explicativas ou remissivas simples, respectivamente.
Também o princípio do cabeçalho autorizado sobressai nesta Declaração, substituindo o conceito de cabeçalho uniforme, para efeitos de cooperação internacional.
As discussões durante os dois dias e meio que durou o Encontro foram muito vivas, com apontamentos interessantes, por exemplo por parte dos colegas que lidam com outros alfabetos que não o latino. Outras questões que se debateram foram, por exemplo:
a) – da viabilidade de todos usarem as mesmas regras de catalogação (e a hipótese que se discutia era as AACR2), situação essa que foi rejeitada;
b) – de todos usarem a mesma língua nos cabeçalhos (o Inglês ou o Latim para os autores mais antigos), situação que também foi rejeitada;
c) – de acabar com o conceito de entrada principal porquanto nos catálogos em linha é um princípio inútil, situação que também não foi aceite, tendo em vista a apresentação do registo no ecrã e a sua formulação em bibliografia, listas ou catálogos impressos;
d) – de normalizar, com outra terminologia, as Indicações Gerais da Natureza do Documento, que hoje em dia revelam fragilidades conceptuais, situação que foi aceite;
e) – de consagrar o direito à diferença nos cabeçalhos, em nome da comodidade do utilizador, mas de tudo fazer para viabilizar um ficheiro de autoridade virtual à escala internacional.
O texto final da Declaração ainda está em documento de trabalho mas, logo que seja considerado definitivo, será traduzido para português e amplamente divulgado.

6. CONCLUSÃO
Procurámos responder com o que é, no momento, o estado-da-arte em matéria de controlo de autoridade, àquelas questões que tínhamos formulado sobre
 a necessidade do controlo de autoridade no acesso à informação via Web – e tudo aponta para que é, efectivamente, premente e necessário esse controlo para assegurar melhor informação, mais precisa e mais fiável;
 a substituição desse controlo por formas não autorizadas, baseadas, por exemplo, no nome do autor tal como se apresenta na obra e sem qualquer trabalho de autoridade que permita agrupar ou relacionar cabeçalhos – e tudo parece indicar que, pelo menos no mundo das bibliotecas e tendo em conta a informação que preparam para o utilizador, esta simplificação não é aceitável, à luz dos princípios que norteiam a missão das próprias bibliotecas;
 a dificuldade de ultrapassar as barreiras que, objectiva e subjectivamente, se opõem ao trabalho de autoridade, como sejam regras e práticas diferentes, múltiplas línguas e escritas, tarefas de pesquisa morosa e dispendiosa, etc. – e, não querendo ser demasiado optimista no vencer destas barreiras, tudo se encaminha para um maior entendimento à escala internacional, com respeito pelos usos nacionais e aproveitando o potencial tecnológico da interoperabilidade em rede para tentar atingir o ficheiro de autoridade virtual;
 o surgimento de novos conceitos e princípios, como o cabeçalho autorizado, em vez do cabeçalho uniforme ou, a nível mais geral, a revisão dos próprios Princípios de Paris que virá, naturalmente, a motivar a revisão de regras de catalogação.
Como vamos, então, trabalhar no futuro? Qual é o papel de uma agência bibliográfica nacional neste novo contexto? O trabalho de autoridade vai ter de prosseguir tendo em conta dois contextos distintos:
O primeiro é o contexto nacional onde teremos que encarar, diariamente, qual a forma a escolher como autorizada e a fazer todas as tarefas inerentes à criação do registo de autoridade, de modo a garantir a efectiva funcionalidade do ficheiro de autoridade.
A escolha da forma normalizada, a partir de regras e critérios consistentes, é a principal prioridade pois só assim se podem providenciar cabeçalhos coerentes em listas de pontos de acesso, com a vantagem de se implementarem facilidades na identificação e selecção de nomes para o utilizador final e para as outras bibliotecas que pesquisem a base de dados para colher informação de autoridade.
O trabalho de autoridade, especialmente a atenção aos termos exactos e o estabelecimento da sequência dos elementos, é tão importante (ou mais) no contexto em rede em que toda a ordenação é feita automaticamente. A adopção de formas consagradas pelo uso, localmente, não deve ser vista como uma abolição de práticas como a busca em obras de referência. Ela é, antes de mais, a chave para uma utilização mais racional do catálogo e para um serviço mais adequado ao utilizador. Esse princípio é, como atrás referimos, o ponto de partida da nova Declaração de Princípios.
A nível internacional e tendo em vista a partilha de ficheiros de autoridade, é necessário que existam princípios semelhantes e que se consagrem as áreas em que há direito à diferença.
Quer manualmente (em resultado de pesquisas feitas para estabelecer o cabeçalho de autoridade), quer utilizando ferramentas que a interoperabilidade proporciona, haverá que constituir ficheiros de autoridade onde se possa pesquisar por outras formas autorizadas do cabeçalho, ainda que não sejam as utilizadas naquele país ou naquela biblioteca.
De notar que mesmo o modelo de ficheiro de autoridade virtual, tal como se pretende implementar, não dispensa alguma centralização de tarefas. O projecto VIAF – Virtual International Authority File que a Biblioteca do Congresso, a OCLC e a Deutsche Bibliothek estão a desenvolver, é virtual no sentido em que os registos de autoridade estão fisicamente nas suas bases nacionais, mas destinam-se a ser identificados ou recolhidos por um servidor central onde ficarão ligados entre si.
Repare-se também que, para que essa recolha por um motor de busca tenha bons efeitos, é necessário que os registos contenham um mínimo de informação que permita a sua identificação inequívoca.
Podemos, naturalmente, encarar no futuro um ficheiro de autoridade internacional e partilhado, como sendo parte integrante da “Web Semântica”. A ideia será tornar a Internet mais inteligente para navegação automática, o que envolve a criação de uma infra-estrutura de recursos ligados e o uso de vocabulários controlados, aquilo que se designa por “ontologias”. Estas ontologias podem ser usadas para permitir apresentações ou visualizações na língua e escrita do utilizador.
É aqui, neste domínio, que as bibliotecas têm oportunidade de contribuir para a infra-estrutura da futura Web porquanto já dispõem de vocabulários controlados para os serviços de indexação, de dicionários biográficos e de muitas outras ferramentas e recursos de referência que ajudam o utilizador a orientar-se nos catálogos e a melhorar a precisão das pesquisas.
O universo da Web é formado essencialmente por ligações, pelo que os registos de autoridade, no ambiente partilhado e internacional que se prepara, não ficarão apenas ligados a registos bibliográficos mas sim a diversas comunidades, como editores, agências de direitos de autor, arquivos, museus e bibliotecas em geral. Idealmente, os registos de autoridade serão um elemento chave ou uma parte indispensável na infra-estrutura da Web Semântica, permitindo um acesso mais preciso à informação e ainda uma apresentação dessa informação na língua e escrita que o utilizador escolha.




BIBLIOGRAFIA

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

3. Congresso de Educaçáo em Muzambinho





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Congresso de Educaçáo 2012


3. Congresso de Educaçáo em Muzambinho


Casas antigas de Arceburgo

Avaliação do Impacto da Biblioteca Escolar

Avaliação do Impacto da Biblioteca Escolar
Avaliação do impacto da biblioteca escolar
Editor Rede Bibliotecas Escolares
Travessa Terras de Sant’Ana, 15
1250-269 Lisboa
www.rbe.min-edu.pt
rbe@rbe.min-edu.pt
Design gráfico Rede Bibliotecas Escolares
fevereiro de 2012
Todd, Ross; Kuhlthau, C.; Heinström, J.
Avaliação do impacto da biblioteca escolar
(Biblioteca RBE)
CDU
027.8
371.32


No número 1 da Biblioteca RBE, Ross Todd defende a prática baseada em
evidências como a melhor forma de garantir o futuro das bibliotecas
escolares. Entre nós, o Modelo de Avaliação da Biblioteca Escolar tem vindo
a induzir rotinas de recolha de evidências, permitindo a identificação de áreas
de melhoria nas práticas das bibliotecas escolares. No entanto, e apesar de o
modelo prever, nos vários domínios, indicadores de impacto a quantificação
objetiva desses impactos é difícil.
A publicação deste segundo número, Avaliação do impacto da biblioteca
escolar, da autoria de Ross Todd, Carol C. Kuhlthau e Jannica E. Heinstrom,
vem ao encontro das dificuldades que sentimos.
School Library Impact Measure (SLIM), que traduzimos como Avaliação do
Impacto da Biblioteca Escolar, é um conjunto de instrumentos que permitem
acompanhar e avaliar os resultados da aprendizagem dos alunos quando
estes estão envolvidos num processo de pesquisa orientada (guided inquiry)
conduzido, em colaboração, pela biblioteca escolar e pelo professor da
turma.
Este conjunto de instrumentos é precedido de um manual de enquadramento
do processo que foi elaborado pelo Center for International Scholarship in
School Libraries (CISSL) da Universidade Rutgers (New Jersey, EUA), dirigido
por Ross Todd e que conta com a colaboração de Carol Kuhlthau , como
investigadora. R

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Importaçao de dados Formato MARC

http://cdij.pgr.mpf.gov.br/sistema-pergamum/orientacoes-tecnicas/manuais/PER-MAN-004-Catalogacao.pdf

PESQUISOU EM OUTRA FONTE E ENCONTROU A OBRA CATALOGADA EM FORMATO MARC?
“Não encontrei” – Inicie a catalogação da obra,.
“Encontrei a obra na Rede Pergamum” – Faça a Importação.
• Clique sobre o título para ver dados da obra;
• Clique em Exportar MARC;
• Clique em Copiar dados;
• Entre no sistema Pergamum / Catalogação / Importação;
• Selecione a pasta Copiar dados para Importação;
• Clique em Transportar dados;
• Faça as alterações necessárias. Não esquecendo de acrescentar no campo 040 o subcampo $d
com o código da biblioteca que está fazendo as alterações;
• Clique em Gravar dados;
• Se os dados foram gravados com sucesso, clique em OK na mensagem que aparecer.
• Selecione a pasta Importação do MARC;
• Clique no botão Abrir Arquivo;
• Se os dados foram abertos com sucesso, clique em OK na mensagem que aparecer;
• Clique sobre o título para que as autoridades possam aparecer na tela Cadastro de
Autoridade(s)/Fornecedor(es) do(s) Acervo(s) gerado(s) pelo Arquivo.
• Clique no botão Verifica Dados para verificar se as autoridades e o fornecedor estão cadastrados.
Ao acionar esse botão todas as autoridades serão verificadas na base local;
• Se todas as autoridades e fornecedores estiverem cadastrados, a coluna Status da
Autoridade/Fornecedor aparecerá na tela preenchida com a informação Autoridade Cadastrada
ou Fornecedor Cadastrado;
• Caso alguma autoridade não esteja cadastrada, dê um duplo clique na linha desejada. Se
necessário, é possível efetuar aqui as alterações. Para verificar a Autoridade correta, utilize a Tela
de Pesquisa;
• Se a pesquisa for negativa, ou seja, caso não exista a Autoridade desejada, volte e cadastre a
nova Autoridade;
• Se a pesquisa for positiva, ou seja, caso encontre a Autoridade desejada, verifique se há algum
dado diferente; altere o que for necessário, volte, e verifique os dados;
• Cadastre a(s) Autoridade(s);
• Somente após a criação de todas as autoridades é que o botão Gerar Dados no Acervo será
ativado, permitindo a criação de um novo acervo. Manual PER-MAN-006 Cadastro
Catalogação APC 1-5
• Após ter gerado o código do acervo:
• Anote o código do acervo;
• Clique no botão Sair;
• Ainda no Módulo Catalogação, clique na opção Cadastro;
• Digite o número do acervo e complete as informações, realizando as alterações necessárias
inclusive em Cad Acervo-Acervo Geral e no campo 008;
• Crie o(s) exemplar(es) normalmente;
• Atualize o acervo.
A importação pode ser realizada em qualquer biblioteca, desde que a a mesma
utilize o Formato MARC.

Procedimentos:
• Acessar OCLC CatCD;
• Selecionar no menu Search, a opção Bibliographic Collection(s);
• Na janela Limit Formats to selecionar o tipo de material;
• Em Query Text: digitar a expressão de busca;
• Em Compact Disc(s) to Search selecionar a opção desejada;
• Clicar no botão Find;
• Selecionar o título com duplo clique.

• Deletar os parágrafos não utilizados pela Biblioteca;
• Modificar os demais parágrafos, se necessário.
É necessário retirar todos os acentos no momento da importação, principalmente
das autoridades, evitando o cadastro das mesmas de forma incorreta

Procedimentos:
• No menu Tools selecionar a opção Options;
• Na tela Options, escolher a opção Export.

Procedimentos:
• Clicar no botão Create para nomear o arquivo de exportação;
• Na tela New Export Destination, manter setada a opção File;
• Clicar .

Em Nome do arquivo, digitar o nome do arquivo com a extensão .dat;
Clicar
Na janela Export Destination Name, clicar para confirmar a criação do arquivo de
exportação;
Em Options clicar ;
Continuar o processo no Pergamum/Catalogação/Importação/Importação do MARC
Exportação de dados da OCLC
Entrar no site: http://lcweb.loc.gov/

Procedimentos:
• Selecionar o Tipo de Importação (Bibliográfico ou Autoridade)
• Clicar em Transportar Dados para colar o texto selecionado;
• Efetuar as alterações necessárias;
• Clicar em Gravar Dados para iniciar a importação;
• Selecionar a pasta Importação do Marc para concluir a importação.

Sobrenomes que começam por prefixos

6. Sobrenomes que começam por prefixos: juntar ao sobrenome mais próximo e considerar uma única palavra. Exemplos:
De Santis, Rinaldo na tabela: De D278 Des D441
Di Bernardo, Elza na tabela: Di D536 Dibd D544
Le Fort, Gertrud na tabela: Le L433 Lefo L494
Van Wyk, Carl na tabela: Van V217 Vanw V285

Para facilitar o entendimento de quais sobrenomes devem começar pelo prefixo, utilizamos a tabela abaixo:

Idioma

Iniciar pelo prefixo

Não iniciar pelo prefixo

Português

(Nomes de origem estrangeira, de acordo com o uso da língua

Todos

Alemão

Am, Im, Vom, Zum, Zur

Von, von der, zu

Espanhol

La, Los

De, de las, de les, de los, del

Francês

La, Le, L’, Des, Du

De, d’

Holandês e Flamengo

Ver

Todos os demais

Inglês

Todos

Italiano

A, D’, Da, De, Dell, Della, Di, Li, L

Fonte: MEY, Eliane Serrão Alves. SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. São Paulo, Briquet de Lemos, 2009. 217 p. ISBN 858563739-0

Sobrenomes que começam por prefixos

6. Sobrenomes que começam por prefixos: juntar ao sobrenome mais próximo e considerar uma única palavra. Exemplos:
De Santis, Rinaldo na tabela: De D278 Des D441
Di Bernardo, Elza na tabela: Di D536 Dibd D544
Le Fort, Gertrud na tabela: Le L433 Lefo L494
Van Wyk, Carl na tabela: Van V217 Vanw V285

Para facilitar o entendimento de quais sobrenomes devem começar pelo prefixo, utilizamos a tabela abaixo:

Idioma

Iniciar pelo prefixo

Não iniciar pelo prefixo

Português

(Nomes de origem estrangeira, de acordo com o uso da língua

Todos

Alemão

Am, Im, Vom, Zum, Zur

Von, von der, zu

Espanhol

La, Los

De, de las, de les, de los, del

Francês

La, Le, L’, Des, Du

De, d’

Holandês e Flamengo

Ver

Todos os demais

Inglês

Todos

Italiano

A, D’, Da, De, Dell, Della, Di, Li, L

Fonte: MEY, Eliane Serrão Alves. SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. São Paulo, Briquet de Lemos, 2009. 217 p. ISBN 858563739-0

Processo Técnico BICE/UCS Artigos iniciais a serem desconsiderados

Processo Técnico BICE/UCS
artigos iniciais a serem desconsiderados (para obras que tem entrada pelo título):
http://processotecnicoucs.wordpress.com/decisoes/cutter/

INSTRUÇÕES PARA CATALOGAR E DIGITAR NO PHL82

INSTRUÇÕES PARA CATALOGAR E DIGITAR NO PHL82
http://www.elysio.com.br/downloads/Catalogar_PHL82.pdf

Há necessidade de se conhecer bem as diferenças entre [Tipo de documento 005],[Nível
bibliográfico], [Tipo de suporte 022], [tipo de conteúdo 071] e [Tipo de coleção 026]. Veja no
Anexo 1 no final deste documento.
Os campos estão separados por áreas, seguindo a ordem que devem aparecer na referência
bibliográfica. Há normas técnicas nacionais e internacionais que padronizam a documentação e,
de modo especial, as referências bibliográficas. As informações para preencher os campos da
3planilha devem ser tiradas da página de rosto, de seu verso ou equivalentes. Não havendo, devese procurar em outros lugares: capa, colofão, prefácio etc.
Precisa distinguir bem exemplar de volumes. Veja o quadro abaixo:
Documentos ou obra Base Catálogo
5 exemplares = 5 cópias Somente 1 planilha com 5 números de tombo
Obra em 3 volumes, 1 exemplar Somente 1 planilha com 3 números de tombo
Obra em 2 volumes e 3 exemplares Somente 1 planilha, tendo 6 números de tombo
Como no sistema, o volume é transformado em exemplar, para facilitar o controle de empréstimo. Mas na etiqueta vem primeiro o volume depois o exemplar.
As instruções para a entrada de autores e entidades são as mesmas, tanto no nível monográfico
como no analítico: autores.
Distinguir a entrada principal (autoria) de um documento nos seguintes tipos:
a) até três autores
b) mais de três autores
c) entrada pelo coordenador, editor, adaptador etc. (veja item 11.11)
d) entidades e nome de eventos (veja itens 11.20 à 11.25)
e) entradas uniformes (veja itens 11.7, 11.19, 11.24, 11.26)
11.1 Inversão dos nomes – Como regra geral, indica-se a entrada dos nomes de pessoas pelo
último sobrenome, em letras maiúsculas, seguido dos pré-nomes e outros sobrenomes.
Roque de Brito Alves entra por ALVES, Roque de Brito
11.2 Os nomes espanhóis entram pelo penúltimo sobrenome, caso o tenha.
Pascual Chávez Villanueva entra por CHÁVEZ VILLANUEVA, Pascual
11.3 Em algumas línguas, os artigos, preposições e contrações precedem o sobrenome:
Inglês: D`, De, Du, Von - Francês: Le, La, Du, Dês
Italiano: A, De, Della, Lo - Alemão: Am, Aust´m, Vom, Zum, Zur
Jean de la Fontain (francês) entra por LA FONTAIN, Jean de la
Niccoló lo Savio (italiano) entra por LO SAVIO, Niccoló

11.4 As palavras que indicam parentesco (Júnior, Filho, Sobrinho, Neto) são mantidas em letras
maiúsculas depois do sobrenome. Exemplo:
José da Silva Neto entra por SILVA NETO, José da
11.5 Quando um sobrenome tiver um adjetivo ou contiver elementos tais como Santo, São, fazer
a entrada por esses.
Virgílio do Espírito Santo entra por ESPÍRITO SANTO, Virgílio
Estevão do Santo Ângelo entra por SANTO ÂNGELO, Estevão
José Castelo Branco entra por CASTELO BRANCO, José
11.6 Os Santos entram pelo nome, seguido da palavra Santo, acrescentando a característica em
caso de nomes iguais e a data de nascimento e morte entre parênteses. Os Santos canonizados no
século XX, entram pelo nome e pelo sobrenome. Exemplo:
AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona (354-430)
JOÃO BOSCO, Santo (1815-1888)
FRANCISCO DE SALES, Santo (1567-1622)
11.7 – Autores clássicos e antigos anteriores a 476 d.C.: usar a forma como é conhecido na
Língua Portuguesa. Consultar obras de referências (enciclopédia) ou uma base de dados pela
internet para manter a coerência: Universidades, Biblioteca Nacional, colocando a data de
nascimento e morte entre parênteses. Exemplos: HOMERO (séc. IX a.C.), PLATÃO (427-347
a.C.), ARISTÓTELES (384-322 a.C.), CÍCERO (116-43 a.C) etc.
11.8 Pseudônimos: No caso da obra publicada sob pseudônimo, este deve ser adotado na
referência. Quando o nome verdadeiro for conhecido, digitá-lo no campo [Indivíduo como tema
078]. Exemplo:
PELÉ -> no campo autores [016] e
NASCIMENTO, Edson Arantes do -> no campo [Indivíduo como tema 078]
11.9 Havendo até três autores, registram-se todos eles, um em cada linha, separando-os com
[enter]. Ex:
SOUZA, José de Castro
DIAS, Gonçalves
PEREIRA FILHO, Albertino Castro
11.10 Publicações com mais de três autores: incluir somente o primeiro, seguido de espaço et al (= et alii = e outros). Exemplo:
DELFIM NETO, Antônio et al
11.11 Responsabilidade intelectual destacada – Quando houver indicação explícita de responsabilidade pelo conjunto da obra em coletâneas de vários autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável, seguida da abreviação, no singular, da participação: Organizador
(Org.), Compilador (Comp.), Editor (Ed.), Coordenador (Coord.), Adaptador (Adapt.).
SILVA, João (Adapt.) NEVES, José (Ed.)
Lembrar que a entrada principal dos filmes e vídeos é pelo campo [título 018]. A autoria, como Diretores, roteiristas etc., são digitados no campo Ementa/Créditos [015].
11.12 Obras adaptadas, comentadas ou críticas, considerar como autor o adaptador, o comentador ou o crítico se há alteração substancial da obra original ou os comentários ou a crítica são mais importantes que o texto da obra. Exemplo:
LACERDA, Roberto (Adapt.) -> No campo notas gerais [061], incluir: Adaptação de:
Odisséia, de Homero.
11.13 Entrevistas. O entrevistado é digitado no campo autor e o entrevistador no campo ementa/créditos. Exemplo: YOURCENAR, Marguerite (campo autor). De olhos abertos (campo título). Entrevista concedida a Matthiew Galey; tradução de Zibia Gasparetto (campo ementa/créditos). Mais de um entrevistado, o entrevistador passa a ser o autor e os entrevistados, se forem poucos, devem ser digitados no campo [Indivíduo como tema 078].
11.4 As palavras que indicam parentesco (Júnior, Filho, Sobrinho, Neto) são mantidas em letras maiúsculas depois do sobrenome. Exemplo:
José da Silva Neto entra por SILVA NETO, José da
11.5 Quando um sobrenome tiver um adjetivo ou contiver elementos tais como Santo, São, fazer a entrada por esses.
Virgílio do Espírito Santo entra por ESPÍRITO SANTO, Virgílio
Estevão do Santo Ângelo entra por SANTO ÂNGELO, Estevão
José Castelo Branco entra por CASTELO BRANCO, José
11.6 Os Santos entram pelo nome, seguido da palavra Santo, acrescentando a característica em caso de nomes iguais e a data de nascimento e morte entre parênteses. Os Santos canonizados no século XX, entram pelo nome e pelo sobrenome. Exemplo:
AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona (354-430)
JOÃO BOSCO, Santo (1815-1888)
FRANCISCO DE SALES, Santo (1567-1622)
11.7 – Autores clássicos e antigos anteriores a 476 d.C.: usar a forma como é conhecido na Língua Portuguesa. Consultar obras de referências (enciclopédia) ou uma base de dados pela internet para manter a coerência: Universidades, Biblioteca Nacional, colocando a data de nascimento e morte entre parênteses. Exemplos: HOMERO (séc. IX a.C.), PLATÃO (427-347
a.C.), ARISTÓTELES (384-322 a.C.), CÍCERO (116-43 a.C) etc.
11.8 Pseudônimos: No caso da obra publicada sob pseudônimo, este deve ser adotado na referência. Quando o nome verdadeiro for conhecido, digitá-lo no campo [Indivíduo como tema 078]. Exemplo:
PELÉ -> no campo autores [016] e
NASCIMENTO, Edson Arantes do -> no campo [Indivíduo como tema 078]
11.9 Havendo até três autores, registram-se todos eles, um em cada linha, separando-os com [enter]. Ex:
SOUZA, José de Castro
DIAS, Gonçalves
PEREIRA FILHO, Albertino Castro
11.10 Publicações com mais de três autores: incluir somente o primeiro, seguido de espaço et al (= et alii = e outros). Exemplo:
DELFIM NETO, Antônio et al
11.11 Responsabilidade intelectual destacada – Quando houver indicação explícita de responsabilidade pelo conjunto da obra em coletâneas de vários autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável, seguida da abreviação, no singular, da participação: Organizador (Org.), Compilador (Comp.), Editor (Ed.), Coordenador (Coord.), Adaptador (Adapt.).
SILVA, João (Adapt.) NEVES, José (Ed.)
Lembrar que a entrada principal dos filmes e vídeos é pelo campo [título 018]. A autoria, como Diretores, roteiristas etc., são digitados no campo Ementa/Créditos [015].
11.12 Obras adaptadas, comentadas ou críticas, considerar como autor o adaptador, o comentador ou o crítico se há alteração substancial da obra original ou os comentários ou a crítica são mais importantes que o texto da obra. Exemplo:
LACERDA, Roberto (Adapt.) -> No campo notas gerais [061], incluir: Adaptação de:
Odisséia, de Homero.
11.13 Entrevistas. O entrevistado é digitado no campo autor e o entrevistador no campo ementa/créditos. Exemplo: YOURCENAR, Marguerite (campo autor). De olhos abertos (campo título). Entrevista concedida a Matthiew Galey; tradução de Zibia Gasparetto (campo ementa/créditos). Mais de um entrevistado, o entrevistador passa a ser o autor e os entrevistados, se forem poucos, devem ser digitados no campo [Indivíduo como tema 078].
11.14 Obras de diferentes autores, reunidas em um só volume, sem título coletivo, e da mesma editora: colocar o autor da primeira obra no campo autor. No campo título [018], catalogar o primeiro título / primeiro autor [enter] e acrescentando os demais do mesmo modo. Exemplo:
The one day of the year / Alan Seymour.
Da natureza / Tito Lucrécio Caro.
Meditações da alma / Hal Porter
Se as editoras forem diferentes, catalogar a primeira obra e no campo notas gerais [061], incluir as demais, separadas com [enter]:
Encadernado com: Um dia pelo Brasil / Alan More. São Paulo : Loyola, 1950;
O hospital / Neil Sedaka. Rio de Janeiro : Ática, [1950?];
A lua não é queijo / George W. Bush. New York : Casa Branca, 2002
11.15 Obras de diferentes autores, reunidas em um só volume, com título coletivo: Registrar o título coletivo como título principal, colocando a primeira palavra toda em maiúscula. Os títulos específicos, se importantes, registrá-los no campo Notas de conteúdo [086], acrescentando os respectivos autores. Exemplo:
Gabriela, cravo e canela / Jorge Amado
Senhora / José de Alencar
A pata choca / Ricardo Ribeiro
11.16 Obras diferentes do mesmo autor, reunidas sem título coletivo no mesmo volume,o autor normalmente e registrar os títulos, separados com ponto e vírgula.
11.17 Várias obras do mesmo autor, reunidas sob um título coletivo. O título coletivo passa a ser o título principal e os demais títulos, se importantes, devem ser incluídos, um em cada linha, no campo [notas de conteúdo 086].
11.18 Biografados, Os autores das biografias entram normalmente, como nas normas acima, no campo autor. Os nomes dos biografados, completos e invertidos, devem ser digitados no campo [Indivíduo como tema 078].
11.19 Escrituras sagradas. A Bíblia e partes da Bíblia são publicadas, no original e em diversas traduções e por diferentes editoras. Colocar no campo autor [016] o título uniforme: Bíblia, Parte, Língua, Editora, Característica da Bíblia e Data.
BÍBLIA. Português. Paulinas. Pastoral. 2004
BÍBLIA. A. T. Francês. Du Cerf
BÍBLIA. N. T. Evangelho. Marcos. Vozes. 2000
11.20. Entidade(s) – As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários) têm entrada, de modo geral, pelo próprio nome,
por extenso em letras maiúsculas, de acordo com as obras editadas pela própria entidade.
Exemplo:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
11.21 Quando a entidade governamental tem uma denominação genérica, seu nome é precedido pelo nome da jurisdição geográfica à qual pertence e pelo nome do órgão superior.
BRASIL. Senado
BRASIL. Supremo Tribunal Federal
SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria de Educação
SÃO PAULO (SP) Secretaria do Planejamento. Coordenação de Ação Social
NAÇÕES UNIDAS. Secretaria Geral
11.22 As demais entidades entram diretamente com o próprio nome. Em caso de duplicidade de nomes, deve-se acrescentar no final a unidade geográfica.
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil)
BIBLIOTECA NACIONAL (Portugal)
COLÉGIO DOM BOSCO (Brasília)
COLÉGIO DOM BOSCO (Manaus)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Medicina
611.23 Há entidades em que somente a sigla é usada. A própria entidade só usa a sigla normalmente. As demais usam o nome e, às vezes, também a sigla. Nestes casos, as entidades que têm siglas muito utilizadas podem ser digitadas no campo [descritores secundários 088] ou adotar a forma de colocar após o nome a sigla entre parêntesis.
PETROBRÁS
UNESCO
IBGE
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB).
Pode também digitar a sigla no campo [descritores secundários 088], caso inclua este campo na planilha para a pesquisa.
11.24 Chefes de Estado, Soberanos e chefes de governo. Observe os exemplos:
BRASIL. Presidente (1956 -1961 : Juscelino Kubitscheck) -> escritos oficiais
KUBITCHECK, Juscelino (1902-1976) -> Como pessoa
IGREJA CATÓLICA. Papa (1922-1939 : Pio XI) – escritos oficiais
IGREJA CATÓLICA. Papa (1978- : João Paulo II) -> para escritos oficias
JOÃO PAULO II, Papa (1978- ) – como pessoa e também WOITILA, Karol
IGREJA CATÓLICA. Arquidiocese de Belo Horizonte. Cúria Metropolitana
Colocar campo [autor 016] como entrada principal e digitar os outros modos no campo [indivíduo como tema 078]. Assim o leitor encontrará a informação mesmo sem saber fazer a distinção entre as obras pessoais e os documentos oficiais do cargo que ocupa na instituição.
11.25 Eventos (Congressos e seminários, simpósios, conferências, reuniões, encontros, exposições) – No campo [017], digitar o nome do evento com letras maiúsculas, vírgula e o número arábico do evento (correspondente ao decimal); no campo [data do evento 054], dia inicial e final do evento, mês abreviado e o ano; no campo [Local do evento 056], o lugar de sua
realização. O programa faz a referência completa como no exemplo:
SEMINÁRIO SOBRE POLÍTICA BRASILEIRA, 4., 2-9 set. 1997, Brasília.
A [data padronizada do início do evento 055] favorece a pesquisa.
No campo [título 18] preencha com Anais ... Atti ... Actas ... Atas ... , Conclusões,Regulamento, Resumo, Programa, Relatório, Recomendações (três pontos), conforme escrito na publicação. Se o evento possuir tema, colocá-lo no campo [subtítulo 181], como “o profissional e as novas tecnologias”. Se o material não possuir a palavra anais, atos, etc., coloque o tema diretamente no campo título.
Reuniões, Assembléias Gerais de Instituições:
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Assembléia Geral, 21., 2000,
Itaici. No título incluir Documentos, Atas, etc.
IGREJA CATÓLICA. Sínodo dos Bispos. Assembléia Geral Ordinária, 11, 1990, Itaici.
11.26 – Legislação - Para catalogar leis, digitar no campo [autor 017] o nome da jurisdição em seguida a o tipo da legislação e a data entre parêntesis. Exemplos:
BRASIL. Constituição (1988)
BRASIL. Código civil (1916)
BRASIL. Congresso. Senado
IGREJA CATÓLICA. Código de Direito Canônico (1983)
No campo [título 018], digitar o título, numeração, data e dados do título. Exemplos:
Decreto nº 2134, de 24 de janeiro de 1997
Resolução nº. 11, de 3 de abril de 2001

Tratamento Documental

[Tratamento Documental
http://www.cm-mafra.pt/rbem/pdf/Manual_de_procedimentos_colectivo.pdf
Nota prévia:
Com a ideia de uniformizar os procedimentos de tratamento documental nas
Bibliotecas do concelho de Mafra, surgiu a necessidade, e da necessidade a ideia, de se
criar um manual comum a todos nós. A partir do manual elaborado pela professora
Maria João Filipe, da Biblioteca da E.B. 2.3, em 2006, tido pelos elementos do grupo de
trabalho concelhio como um excelente ponto de partida, procedeu-se a algumas
reformulações pela mão da bibliotecária Maria João Inácio, pertencente à equipa de
apoio às bibliotecas escolares, da Biblioteca Municipal de Mafra.
Importa ressalvar aqui que, apesar da uniformização alcançada, se torna ainda
necessário que cada biblioteca adeqúe o presente manual à sua realidade, tendo
sempre presente que todos os exemplos apresentados se referem ao trabalho
desenvolvido na E.B. 2.3. de Mafra. De referir também que este manual em si não
constitui um documento finalizado, mas que pelo contrário se encontra aberto a todas as
contribuições/sugestões, ponto de partida de um trabalho que se pretende colaborativo.
Tal como referido na versão inicial, pretende-se dotar as bibliotecas de “um
mecanismo que assegure a continuidade do trabalho de gestão da documentação a
desenvolver na Biblioteca, independentemente da entidade física que a esteja a gerir.
Deste modo é possível mudar de coordenador e continuar o trabalho sem necessidade
de voltar sempre ao ponto de partida e à definição de procedimentos. Tal não invalida
que estes procedimentos possam ser repensados a qualquer momento, sempre que se
constate o seu desajuste relativamente às necessidades dos utilizadores e/ou dos
gestores da Biblioteca”.
Os diferentes documentos têm um número de registo sequencial. Com
excepção das monografias, o número de registo é precedido de uma letra, a qual
permite identificar o tipo de documento de que se trata. (Ver informação acima, junto aos
livros de registo).
Todas as obras passam pelo processo de catalogação, que é realizado, desde
logo, em suporte informático (numa folha de recolha de dados do programa de
catalogação BIBLIOBASE) e em que se procede à descrição da obra, seguindo, sempre
que possível, as Regras Portuguesas de Catalogação. A catalogação é sempre a mais
completa possível, mas tem em conta tanto o público a que se destina como o tipo de
suporte em que se encontra a informação.
Ao longo do processo de catalogação será pedida a realização de duas outras
tarefas: Indexação e Classificação.
A indexação consiste na identificação do assunto ou assuntos da obra em
causa e na introdução dos descritores (palavras-chave) que permitem ao utilizador
recuperar essa informação quando faz uma pesquisa por assunto. Para realizar este
processo deverá ser elaborada uma tabela de indexação própria que vá sendo
construída à medida que novos descritores são usados.
A classificação é um processo idêntico de identificação do assunto ou
assuntos da obra, mas conduz à atribuição de um número da Tabela Decimal Universal
(CDU).
Terminado este processo de catalogação, indexação e classificação, cada
documento recebe uma etiqueta de cota e é arrumado no local que lhe é destinado pela ordem constante nessa etiqueta. As etiquetas de cota poderão ter cores
Findo este circuito documental, o documento passou pelo processo de
catalogação e está disponível ao público, podendo ser consultado directamente ou
através da pesquisa na base de dados. Está também acessível para a produção de
boletins bibliográficos, catálogos e ainda para fins estatísticos.
- importar o ficheiro da Base de Dados da BN disponível on-line
Se não existir qualquer obra que permita um preenchimento rápido, pode-se
optar por fazer uma importação directa a partir da BN.
Para isso, é necessário estar ligado à Internet e abrir o site:
http://porbase.bnportugal.pt
Também é necessário abrir o módulo de catalogação do Bibliobase e abrir a
base de dados.
Na base da BN indicar as expressões de pesquisa, preferencialmente o título
da obra.
Conferir se se trata da edição que se pretende catalogar e abrir em formato
UNIMARC:
Seleccionar e com o botão do rato do lado direito copiar. Os campos 001, 005,
095 e de 800 para a frente não nos interessam. Se for possível não os seleccionamos.
Caso seja necessário seleccioná-los, devem ser apagados mais à frente
Findo o processo, teremos uma folha de registo preenchida com os dados
julgados pertinentes pela BN. É sempre necessário abrir o registo, rever os dados,introduzir os que estão em falta, eliminar os que estão a mais e preencher o campo 966 na totalidade.
- preencher um novo registo (a partir de folha em branco)
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Bibliotecas escolares: o bibliotecário, seu papel e as urgências do tema

“Bibliotecas escolares: o bibliotecário, seu papel e as urgências do tema”
Patrícia Cristina Rodrigues de Oliveira
1
4 ano – biblioteconomia USP
“LEI Nº 12.244 DE 24 DE MAIO DE 2010.
Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1o As instituições de ensino públicas e
privadas de todos os sistemas de ensino do País
contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se
biblioteca escolar a coleção de livros, materiais
videográficos e documentos registrados em
qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa,
estudo ou leitura.
Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de
livros na biblioteca de, no mínimo, um título para
cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo
sistema de ensino determinar a ampliação deste
acervo conforme sua realidade, bem como divulgar
orientações de guarda, preservação, organização e
funcionamento das bibliotecas escolares.
Art. 3o Os sistemas de ensino do País deverão
desenvolver esforços progressivos para que a
universalização das bibliotecas escolares, nos
termos previstos nesta Lei, seja efetivada num
prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão
de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nos 4.084,
de 30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de
1998.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 24 de maio de 2010; 189o da
Independência e 122o da República”
2

1
Bibliolab 28 de setembro de 2011 – VI Semana de Biblioteconomia Eca/USP Início minha discussão ä respeito da Lei 12.244 de maio de 2010, trazendo
trechos do texto da Diretora Geral da UNESCO sobre o Dia Internacional da
Alfabetização, comemorado no dia 8 de setembro:
“A alfabetização é pré-requisito para a paz, visto que
acarreta vários benefícios nas esferas humanas,
cultural, social, política e econômica (...). Segundo
estatísticas recentes (2009), 793 milhões de adultos
carecem de alfabetização básica, a maioria mulheres e
crianças. Essa situação inaceitável impede todos os
esforços para reduzir a pobreza e estimular o
desenvolvimento humano”
3
Tratar de Biblioteca Escolar é tratar não somente do acervo, do espaço e da
sobrevivência e porque não da luta pelo reconhecimento de sua importância no
processo educativo. Mas tratar diretamente do público, sendo no caso uma
comunidade delimitada pelos muros escolares, tendo por necessidade primeira o
apoio a atividades didáticas.
Então, entendo que tratar de biblioteca nesse contexto é, sobretudo tratar de
educação. Falar de alfabetização na educação é discutir o mais básico dos atos
daqueles que pretendem educar para os que necessitam ir a escola aprender e
apreeender.
Irina destaca 3 pontos sobre o porque a alfabetização é importante para a paz
e o desenvolvimento:
“- Dá maior autonomia aos indivíduos, permitindo a confiança necessária para
buscar informações importantes e fazer escolhas esclarecidas, que têm impacto
direto em suas famílias e comunidades;
- Condição imprescindível para que os indivíduos participem de forma eficaz nos
processos democráticos, tenham uma voz nas organizações comunitárias, ganhem

2
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.html.
conhecimento político e, portanto, contribuam para a formulação de políticas
públicas de qualidade;
- Programas de alfabetização fortalecem a compreensão mútua ao permitir que
pessoas compartilhem idéias, expressar, preservar e desenvolver a identidade
cultural e diversidade”
Termos como diversidade, democracia, autonomia e confiança tornam os
textos leves e adequados para divulgações massivas por serem clamores universais
e pela replicância dessas necessidades em toda sociedade complexa. Contudo,
antes de trazer calma, ele me inquieta, mas de certa forma me ajuda concatenar
como me apresentar com um tema tão caro e complexo de forma mais objetiva.
Penso então abordar em eixos:
- Atuação
- Formação
- Papel e responsabilidade do bibliotecário no processo educativo Pela brevidade que a palestra pede, serei panorâmica em alguns pontos, mas
pretendendo aqui ao menos introduzir teóricos, teorias e práticas de áreas de
conhecimento como pedagogia (representada por Emilia Ferreiro, Paulo Freire,
Morin, Telma Weisz), história e sociologia (José Murilo de Carvalho),
Biblioteconomia (Marta Valentim), dentre outro, que são áreas complementares e
irmãs que parecem tratar-se como Esaú e Jacó.
Educa cão e biblioteca escolar possuem relações óbvias. A educação
brasileira que avança em índices numéricos e alcança a excelência internacional
com programas de universalização dos diferentes níveis de ensino (por vezes
apenas pretensos e pretensiosos), traz agora no seus hol de obrigatoriedades, a
abertura e convivência física com a biblioteca escolar. Aquela que, assim como a
escola, historicamente denota a importância simbólica e material que governos e
sociedades concedem a educação. E no atual cenário, denotam que expandir não
automaticamente é bem qualificar e de fato democratizar educação e acesso à
cultura letrada. Explico.
A Lei 12.244 trata da Universalização das Bibliotecas nas instituições
escolares de ensino no Brasil.
A sanção em maio de 2010 eclode comemorações no universo bibliotecário.
Twittadas e “curtidas” denotam o quanto era esperada tal decisão, afinal a educação
é uma grande preocupação da nossa área, ao menos é interessante que o pareça.
A educação aqui relacionada à consciente tomada de posição sobre os
direitos sociais mínimos de uma sociedade que se pretenda equânime, mas também
a sua importância econômica e numérica, pois aumentar e positivar índices de
desenvolvimento talvez amenize nossa responsabilidade com o grande cisma
nacional, a desigualdade, inerente ã exclusão na educação.
Irei então tratar de índices para falar do que não é somente indício.
A maioria dos brasileiros entre 15 e 64 anos que estudaram da 1ª à 4ª série
(52%) atingem no máximo o grau rudimentar de alfabetismo. E ainda mais grave: 9%
destes indivíduos podem ser considerados analfabetos absolutos em termos de
habilidades de leitura/escrita, não conseguindo nem mesmo decodificar palavras e
frases, ainda que tenham cursado até a 4 série do ensino fundamental
4
. Dentre os que cursam ou cursaram da 5ª à 8ª série,apenas 17% podem ser considerados plenamente alfabetizados. 24% dos que completaram entre 5 e 8 séries do Ensino Fundamental ainda permanecem no nível rudimentar.
Apenas 71% dos que chegaram ao Ensino Superior dominam a leitura/ escrita A renda da família é um fator determinante na distribuição do alfabetismo.
Famílias com maior nível de renda têm ou tiveram, em sua grande maioria, acesso a
maiores níveis de escolarização há várias gerações, além de maior oportunidade de
acesso à informação e à cultura. Com renda de cinco salários mínimos, tem-se
nessa faixa o alfabetismo pleno, em contraste, analfabetismo funcional predomina
entre pessoas pertencentes a famílias com renda de até um salário mínimo, sendo
que 20% deste grupo estão no nível de analfabetismo absoluto.
“Está comprovado que bibliotecários e professores, ao
trabalharem em conjunto, influenciam o desempenho
dos estudantes para o alcance de maior nível de
literacia na leitura e escrita, aprendizagem, resolução
de problemas, uso da informação e das tecnologias de
comunicação e informação”
5
Trazendo novamente os eixos que escolhi para minha fala, grito:
- Realmente podemos dizer que a classe bibliotecária está de fato ciente da
problemática situação que a atuação na educação representa? A parte às
comemorações sobre a universalização das bibliotecas, estamos preparados e
preocupados para lidar com uma demanda tão carente ?
- O descaso com as bibliotecas escolares já existentes, a reformulação para
“Sala de Leitura” e outras medidas em políticas públicas já haviam nos sensibilizado
a Classe de forma positiva ou negativa? E quando digo classe não espero contar
apenas com a representatividade de Conselhos, mas sim com ações,
problematizações, textos e opiniões acerca daqueles que na biblioteconomia são
formados.
- A proposição de uma formação “fast thinking” trata de atendimento de
demanda... De qual demanda realmente? a dos usuários que agora teriam uma
biblioteca ä disposição ou a de mercado? De editoras, que ampliam o público
consumidor e podem dar vazão a sua produção cada dia mais crescente? E a oferta?
De postos de trabalho em escala nacional em números exponenciais?
Jogando com os termos oferta e demanda, parafraseando a lúcida colocação
de Castrillon (2011), a demanda que devemos focar é a de público, pois é
equivocado imaginar que apenas a oferta de bibliotecas irá auxiliar na melhoria da
educação. Melhora em números percentuais, mas a desigualdade mostra que para
desvelá-la é interessante também ser sensível a seus números absolutos (ainda que
índices tragam números positivados, a desigualdade persiste).
Ora, mercadologicamente pensando, e a guisa de resumo, não foco aqui nas
diferenças regionais de distribuição, acesso a livros de forma gratuita ou não, mas
verificando que nas últimas duas décadas o acesso a textos em diferenciados

5
Trecho amplo e socialmente conforme do Manifesto para Biblioteca Escolar d/UNESCO
versão 1999, traduzida para português em 2002. Disponível em:
www.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdfa IFLA/UNE

suportes e também o número de bibliotecas é expandido e requalificado, trazem os
índices que ainda assim, o letramento é crônica ferida que manter-se-há exposta em
nossa sociedade, pois acesso e qualidade dele são fatores de exclusão social,
condição desumana da qual nacionalmente desapontamos.
Nossa formação técnica generalista não parece alcançar a complexidade do
desafio que iremos enfrentar. A escola nunca é melhor do que a sociedade em que
ela está (Weisz, 2008, p.6). Parafraseio dizendo que a Biblioteca (não como acervo,
mas como serviço a serviço da cidadania) também não. E atualmente, escola e
biblioteca fracassam e ouvem o reverberar na sociedade por gerações déficits
educacionais, lesando indivíduos no direito histórico, cultural e, portanto social que é
a leitura, tomara um dia que auxilie também no direito político.
Leitura aqui entendida como histórico instrumento de poder e exclusão social,
que portanto:
“(...) não é boa ou ruim em si mesma, mas um direito,
não é um luxo, nem uma obrigação. Não é um luxo
das elites que possa [somente] ser associado a prazer
e recreação, tampouco uma obrigação imposta pela
escola. É um direito de todos, que, além disso, permite
um exercício pleno da democracia” (Ferreiro, 1996,
p.18).
“Pede-se pouco do profissional e muito da sociedade” (Valentim, 2000,
p.134).
Devemos como bibliotecários fazer uma reflexão constante e reconhecer que
há um problema. E aqui não incito ou sugiro suplantar o papel do professor, nem
tampouco virar um mero discursista de conceitos que não são próprios de nossa
área. Mas é refletir sobre esses, e então trazer a sua realidade aquilo que possa de
fato transformar sua prática. Devemos atentar que o problema existe e que seremos
componentes do ambiente escolar, dialogar com educadores, favorecer a
oportunidade de no processo educativo formar-se leitores e escritores.
Frases de efeito e sínteses motivacionais nublam o real enfrentamento das
questões: educação e possibilidades versus entraves no acesso democrático da leitura e escrita. “O sujeito não vai transformar sua ação, mas
contextualizá-la” (Barbosa, 1997, p. 32)
6
. E não mais nos perdermos em mares
normativos que deixam acervos brilhando com toda nossa qualidade de
processamento técnico para não serem utilizados por ninguém, e também em outros
mares de frases feitas e lugares-comum do trato da boa educação.
Cavalo dado se olha os dentes...interessa-nos mesmo olhar?
A pena pesada da Lei que coloca limite temporal para sua execução (10 anos
a contar da sanção) e limite técnico (profissional diplomado bibliotecário), pode de
fato esperançar, tendo como premissa que medidas políticas dessa monta trazem
vultuosas mudanças, e com sorte melhorias, a uma Classe profissional.
Contudo, esse substancial aumento do número de bibliotecas remete
certeiramente ä práticas políticas não pouco usuais em nosso país, e que coube
dentro de citação de Canclini sobre práticas políticas na América Latina:
“O favor é tão antimoderno quanto a escravidão,
porém mais simpático e suscetível de unir-se ao
liberalismo por seu ingrediente de arbítrio, pelo jogo fluído de estima e auto estima ao qual submete o
interesse material(...) o favor pratica a dependência da
pessoa, a exceção ä regra, a cultura interessada (...)”
Se meu texto versa totalmente sobre a alfabetização como forma de incluir o
indivíduo nas discussões públicas e políticas, careço esclarecer que meu
entendimento negativo sobre a demora, e paradoxalmente, precoce sanção dessa
Lei não acontece por tratar de universalização de Unidades de Informação, mas pela
acriticidade com que a informação parece ser tratada nos meios de interesse.
Trago então questões mais pontuais sobre as quais identifico problemas:
6
No artigo “Ação cultural do bibliotecário”, Maria Cristina Barbosa trata nesse trecho lucidamente
sobre a auto imagem negativa que o bibliotecário tinha de si, começa a usar o rótulo “animador
cultural”, como que um diferencial particular. Entretanto, é uma expansão da atuação mais
contextualizada, pensada, para aquele ambiente, e não um “plus” no currículo.

- Tendência de formação voltada para tecnologias (demanda de mercado)
sem ênfase ä educação e a biblioteca escolar (cursos públicos e privados)
- Profissionais com os déficits de leitura (bibliotecário não-leitor; professor
não-leitor)
- Leitura sendo “ensinada” em caráter de oficina e curso rápido (políticas
públicas rápidas, enfáticas e performativas na democracia como espetáculo)
- Qual (is) maior impacto da geração de tantos postos de trabalho? Cabide de
empregos? maior rodízio de profissionais? Profissionais em busca de colocação e
não de crítica atuação?
- Como serão constituídos a priore esses acervos? (compras massivas de
livros para o país todo?) Plano Nacional da Biblioteca da Escola é impositivo do Ministério da Educação? Como intervir coletivamente para uma maior intervenção
bibliotecária nesse processo de escolha dos livros?
- Que interesse tardio e ao mesmo tempo impulsivo por parte de quem pouco
se importa historicamente com a Biblioteca Escolar?
- “Sentindo-se necessário, comandava com submissão”
7
: combater com
prática e discurso a apatia tácita da Classe bibliotecária, e tratar entre os pares
sobre quais as expectativas e obrigações como profissionais de forma honesta e
crítica. Não deve ser analisado como questão de dom e missão profética daqueles
que se enveredam pela Biblioteca, mas sim aqueles que se identificam com o
ambiente e problemáticas escolares e que buscam por formação adequada externa
ao tecnicismo e normalismo próprio do exercício descompromissado e restritivo que é possível ter na área.
- Devemos como profissionais da informação preocupar-se com a própria
formação e com a do público que iremos lidar, para rompermos com a tradição de
“ensinar como aprendemos” (Castrillon, 2011, p.24). Nosso curso fornece espaços
para reflexão coletiva sobre a dimensão político-pedagógica da nossa atuação em
biblioteca escolar? Respondo que não.
- Devemos intentar que a alfabetização deva acontecer de fato na escola,
para que o indivíduo da escola saia alfabetizado para qualquer suporte, e que o
contato que esse venha a ter com a cultura letrada não seja de maneira
exclusivamente escolarizada: formar para a vida.
- Devemos lutar por e comemorar sim o acesso à novas tecnologias, mas
imputar a elas o qualificativo de democráticas é acrítico e personalista, e nem
tampouco esperarmos dela efeitos mágicos (Ferreiro, 1996, p.39).
- Devemos não se esquecer da variedade e problemáticas dos usuários:
“alguns não chegaram sequer aos jornais, aos livros, e a bibliotecas enquanto há
quem corra atrás de hipertextos, correio eletrônico” (Ferreiro, 1996, p.63).
- Devemos como profissionais atuar de fato e sem pieguismos com nossas ferramentas em conjunto com educadores, pois nosso silêncio e a apatia perante a
distinção social que vivem alfabetizados dos não alfabetizados é cínica. Não é se
calar somente como profissional é ser cúmplice como indivíduo.
- NÂO DEVEMOS NUNCA PERSONALIZAR OS SUCESSOS E
DESPERSONALIZAR RESPONSABILIDADES
- Devemos fazer com que nossa atuação supere o “(...) estritamente técnicoprofissional” e se reconheça que esse trabalho permite a outros transcender e
melhorar sua condição humana “(Castrillon, 2011, p.40).
Obrigada.

Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País

LEI Nº 12.244 DE 24 DE MAIO DE 2010.


Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.

Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares.

Art. 3o Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nos 4.084, de 30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de 1998.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de maio de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Carlos Lupi

Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.5.2010

Carinho - Alegrar o dia

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Biblioteca Municipal Irmã Maria de Lourdes

Biblioteca Municipal Irmã Maria de Lourdes Biblivre III - Versão 3.0.13
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Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas MINICURSO PARA INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS: SOFTWARE BIBLIVRE

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