quarta-feira, 31 de julho de 2013

O trabalho em atendimento e serviço de referência em bibliotecas

O trabalho em atendimento e serviço de referência em bibliotecas


Leandro no seu posto de atendimento

Leandro Hauser, aluno do 5º semestre noturno, trabalha na biblioteca da Câmara Municipal de São Paulo e entre suas atividades está o atendimento ao público, composto principalmente por estagiários de direito que trabalham na casa e cidadãos. A biblioteca é especializada, com seu acervo jurídico, mas de acesso público.
Os vereadores mesmo nunca passam por lá, nem mesmo para retirarem livros apenas por prazer, sem necessariamente terem um projeto de lei para ser estudado. 

  De vez em quanto aparece algum assessor com alguma questão. “Outro dia, o assessor do vereador Orlando Silva veio nos consultar sobre uma rua com o nome do delegado do DOPS de São Paulo, Sergio Fleury Paranhos.” O policial é conhecido por ser um torturador que perseguia obstinadamente os opositores do regime de exceção no país, envolvido em diversas atrocidades, desde a caça à Carlos Marighella em 1969  até a Chacina da Lapa. Só por esse nefasto curriculum, qualquer homenagem 
Leandro busca um livro para usuário
já seria uma injustiça, mesmo que apenas um nome de logradouro público. “Queremos ter certeza que a rua em São Paulo se refere ao delegado e propor a substituição do torturador por uma de suas vítimas”, afirmava o usuário, justificando sua pesquisa. O embasamento para a propositura da mudança de nome, estava, descobriu Leandro com a ajuda de sua chefe, nos arquivos da Prefeitura, por que o nome havia sido atribuído por um decreto do Executivo, não por um vereador através de um projeto de lei.
   "O que eu mais gosto de fazer, entre as minhas atividades, é o atendimento ao público. Eu faço empréstimos, devoluções ou renovações de livros, pessoalmente ou por telefone. Também cuido das estatísticas de consulta de periódicos e de jornais, consulta ao Diário Oficial do Município e auxilio na pesquisa de referência."

 Conhecer o seu usuário é uma questão fundamental no atendimento ao público. "Muitos cidadãos que vêem aqui são frequentadores da biblioteca e sempre consultam os mesmos itens. Por não serem funcionários, não podem retirar material. Outros, como alguns moradores de rua que já identificamos, passam a tarde folhenado uma revista por não terem outro lugar para ir e por que aqui são aceitos."

 
O Palácio Anchieta tem muitas atividades à noite também
Há casos curiosos, como o do senhor que sempre consulta o mesmo livro de referência e as duas amigas, moradoras de albergues da região, que fazem estudo linguísticos em aramaico e história da aviação. Leandro está na bilioteca da Câmara desde novembro do ano passado e já se acostumou com seu público: "Já sei quem pesquisa o quê, o temperamento e até o horário de cada um dos usuários, por isso posso desenvolver com eles um relacionamento de maior confiança e isso valoriza a prestação de serviços."


A importância do serviço de referência e atendimento


O serviço de referência é uma das atividades mais importantes da gestão de uma unidade informação. Na realidade das bibliotecas é consenso entre os estagiários que são eles que, muitas vezes, vão para a linha de frente fazer o atendimento ao usuário sem o devido treinamento e supervisão.

 “É necessário que um bibliotecário dê apoio, treinamento e supervisione o trabalho dos estagiários 
Professora Adriana
ou outros profissionais que estejam no atendimento”, afirma a bibliotecária especializada em serviços de referência e professora da FESPSP, Adriana Maria de Souza.
“O usuário procura pela informação usando uma linguagem natural, do dia-a-dia. Por isso a importância do bibliotecário de referência fazer a entrevista de referência e passar dessa linguagem coloquial para a linguagem técnica utilizada na biblioteca”, explica a professora.

Não é sem motivo que os cursos sobre qualidade no atendimento ao cliente específicos para serviços de informação estão muito em voga. Coordenadora do curso de extensão da FESPSP "Excelência no atendimento em unidades de informação", a professora Adriana aponta que a competência para desempenhar bem esta função é primordial: “Temos um problema hoje: a entrega. Ela não é feita pelo bibliotecário e este muitas vezes deve dar o treinamento para quem está na linha de frente. É responsabilidade do profissional bibliotecário capacitar quem vai ficar ali, nessa função. Você nunca coloca uma pessoa que não conhece o serviço. Você a prepara antes.”

Pessoas e pessoas

 É, mas sabemos que nem todo mundo tem o perfil ideal para ficar no atendimento. O gestor deve saber explorar e incentivar os potenciais de seus colaboradores, mas algumas características são requisitos básicos: “Os atributos são pessoais: querer ter interesse depende de mim. Não é só profissional. Gentileza, respeito, cooperação e comprometimento são características da pessoa, e não as aprendemos na escola” cita Adriana. Mas, por outro lado,  as pessoas podem ser treinadas para que se comportem mais adequadamente no atendimento. A busca pelo perfil desta função deve estar sempre entre as prioridades do gestor e o follow-up do processo é crucial para se manter a excelência, por ser uma área extremamente dinâmica.

Atendimento é um processo de comunicação

Em atendimento, é aconselhável ir além do cliché “para entendermos o nosso usuário, temos que entender o que ele precisa”. Isso parece simples para o profissional que presta o atendimento, mas nem sempre o usuário está ciente da sua própria necessidade. A função do profissional de informação é fazer esta ponte entre o usuário e a sua necessidade informacional e estar sensível à estas situações. E a auto-reflexão é imprescindível para se mensurar o compromentimento com a entrega:

 “Estamos transmitindo nosso conhecimento? Estamos nos responsabilizando por essa informação?”, questiona a bibliotecária e professora. “Atendimento é um processo de comunicação. Afinal, estamos nos comunicando com eficiência com nosso usuário?”
Um cafezinho para a reflexão, por favor.

 Quem é Adriana Maria de Souza



Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (2000). Especialista em Gerência de Sistemas e Serviços de Informação pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (2003). Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo - ECA-USP (2011). Atua como professora do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e como Consultora. Tem experiência na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, com ênfase em Serviços de Informação, Tratamento da Informação, Coaching e treinamentos de equipes.






Dewey foi o primeiro a pensar o serviço de referência

O termo “reference service”, o nosso “serviço de referência”, foi criado e utilizado pela primeira vez por Melvil Dewey, em 1884. Naquela época, o profissional bibliotecário estava muito vinculado a um perfil especializado em classificação e catalogação, e o usuário, ou consulente, como era chamado, não era o foco dos serviços de informação, e sim o acervo. Em seu artigo Circular of Information, Dewey afirma que, entre as responsabilidades do bibliotecários estava o “serviço de referência” e listou membros do “departamento de referência” na Biblioteca da Universidade de Columbia, a qual dirigia à época. Dewey entendia o serviço de referência como o “departamento que, sozinho, era o mais importante em uma biblioteca”. Apesar do seu legado mais conhecido ser a Classificação Decimal que leva seu nome, ele foi uma personalidade que promoveu o movimento das bibliotecas públicas e a noção de assistência individual ao leitor nas bibliotecas universitárias, revelando seu pioneirismo também no atendimento ao usuário, como conhecemos hoje.

Ridendo castigat mores

São muitas as histórias de quem trabalha com atendimento, das mais ingênuas às mais bizarras. Com 
Roselene
anos de experiência à frente do atendimento da biblioteca do Clube Atlético Paulistano, a aluna Roselene Medeiros, do 3º semestre noturno, colecionou algumas passagens divertidas para provocar nossa reflexão:

"Perolas, falta de bom senso e perguntas irritantes em uma Biblioteca"

Temos que estar preparados para uma infinidade de situações e necessidades dos usuários, para que se sintam acolhidos e satisfeitos com o atendimento em uma biblioteca ou serviço de informação.
Assim, as aulas de psicologia, gestão, sociologia, lógica e todas as matérias técnicas têm razão de ser, pois temos que lidar com os usuários da melhor forma possível e adequar o acervo a esse ser que às vezes parece ser um tanto bizarro. Vejam alguns exemplos e envie o seu  comentário para enriquecer nosso repertório:
  
Antes de a biblioteca abrir:
Batem na porta com o aviso de horário fixado nela.

Ao abrirmos a biblioteca:

“Por que não abrem mais cedo?”

Ao auxiliar uniformizado: “Você trabalha aqui?”

Ao trocarmos a peça do uniforme: “Sua irmã trabalhou aqui?”

Ao entrar: "Não consigo encontrar nada"

Ao afirmarmos que um livro é ótimo: “Você leu?”

Ao tentarmos fechar a Biblioteca:
“Por que não fecham mais tarde?”
“Tenho que sair?”
“Posso levar os jornais do dia? Ninguém mais vai ler hoje!”

“Quero um livro sem morte, doença, tragédia, sofrimento ou qualquer mal humano...”Dah.

“Quero um livro excelente!” (Na opinião de quem?)

Após várias sugestões e uma pilha de 20 livros sobre o balcão:
"Não tem nenhum livro interessante... volto depois"

“Detestei o livro que você me recomendou!”

“Quero um livro de um autor russo, chamado.... ah, quer dizer, dodo, dot, alguma coisa assim, você não tem? Ah, não? Você não deve saber mesmo, da próxima vez soletro pra você, tchauzinho!”

“Livro infantil não é considerado livro para empréstimo, né? É tão fininho!”

O bibliotecário-gestor público: Elisa Machado

O bibliotecário-gestor público: Elisa Machado

Elisa Machado

Biblioteca Pública. É assim mesmo, com maiúsculas cheias de orgulho, que Elisa Machado se refere às milenares instituições. As 5.565 unidades identificadas no último Senso Nacional de Bibliotecas Públicas (2011) fazem parte do  Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, que Elisa coordenou recentemtente, junto com o Cadastro Nacional de Bibliotecas. Em entrevista gentilmente cedida ao blog da Monitoria Científica FaBCI-FESPSP, um pouco antes de deixar o cargo, Elisa conclamou os cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação a olharem com mais atenção para a Biblioteca Pública, trazendo o tema para debates e estimulando a pesquisa 
"Precisamos ampliar o número de profissionais que atuam em Bibliotecas Públicas", afirma Elisa, que compõe nosso perfil de Bibliotecário-gestor público. Acompanhe a entrevista:

MC:  Na sua função, frente ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, como é sua rotina de gestão?

ELISA: O Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) está atualmente subordinado à Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Tem por objetivo ampliar e fortalecer as ações e serviços desenvolvidos pelas bibliotecas públicas e comunitárias, com vistas à democratização do acesso à leitura e à informação no Brasil.

As premissas básicas que permeiam os trabalhos do gestor do SNBP são o diálogo, a transparência, a responsabilidade e o estímulo ao controle social, dentro de um modelo de gestão integrado com as Coordenadorias dos Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas.

Fundamentalmente, a direção do SNBP trabalha com políticas públicas e todas as suas ações tem por foco a construção de uma cultura colaborativa, com vistas ao estabelecimento de diretrizes, marcos legais e orientações para ampliar e qualificar os espaços e serviços oferecidos por esse tipo biblioteca no país.

À direção do SNBP cabe administrar os recursos públicos destinados à modernização e instalação de novas bibliotecas públicas, assim como à capacitação de pessoal que atua nesses espaços. Isso significa planejar e gerir o orçamento público da área, cuidando para que os investimentos sejam realizados de forma igualitária, privilegiando as áreas e populações que encontram-se em situação de maior vulnerabilidade em relação ao acesso à informação e à leitura.

A rotina da direção do SNBP é pautada também pelas articulações com os Estados e os Municípios, o que significa contato direto e estabelecimento de relações de trabalho conjunto com gestores públicos locais, sejam eles secretários de cultura, prefeitos, governadores, coordenadores de sistemas e/ou redes locais de bibliotecas, assim como bibliotecários e profissionais que estão a frente das Bibliotecas Públicas e comunitárias.

Outra atividade que é realizada pela direção do SNBP é o fomento à pesquisa na área de bibliotecas públicas. Precisamos ampliar o número de profissionais que atuam em Bibliotecas Públicas e, para isso, é determinante que o SNBP incida positivamente junto às universidades e escolas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, no sentido de colocar a Biblioteca Públicana pauta destas instituições. Precisamos de mais pesquisa e mais projetos de extensão voltados para a temática das Bibliotecas Públicas brasileiras.

As articulações com diferentes instituições, públicas e privadas, nacionais e internacionais, da área do livro, leitura e literatura, também fazem parte das rotinas da direção do SNBP. Entendemos que é necessário somar esforços e aproximar ações e projetos de qualidade que estão sendo liderados por instituições, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos comuns.

Dirigir o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas requer muita energia e comprometimento, pois o volume de trabalho é grande e, como a maioria dos órgãos públicos, não possui estrutura organizacional, infraestrutura tecnológica e equipe suficiente para atender às inúmeras e diversificadas demandas que recebe.

Além disso, a burocracia no servico público brasileiro é imensa, fazendo  com que grande parte do dia do gestor seja consumido na administração de processos, contratos, convênios e em uma série de procedimentos administrativos. Nesse contexto, um dos grandes desafios é lidar com a administração do órgão de maneira eficiente e eficaz, sem perder o foco na articulação e no fomento ao trabalho em rede.

MC: Quais são as competências para se desenvolver bem essa gestão?

É importante esclarecer que este é um cargo de gestor público que tem caráter comissionado e, por esse motivo, vai além de um cargo técnico administrativo.

O cargo exige competências políticas, que se traduzem em habilidades de comunicação, relacionamento e análise estratégica. Nesse contexto, o gestor precisa dialogar com os diferentes atores e líderes locais para interferir positivamente na realidade das Bibliotecas Públicas e comunitárias. Além disso, suas decisões são pautadas nas demandas locais, portanto, deve levar em consideração, por exemplo, indicadores sociais, econômicos, educacionais e culturais.

Exige também competências na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, leitura e literatura o que envolve habilidades específicas em áreas técnicas e normativas, tais como desenvolvimento e tratamento de acervos, assim como em áreas relacionadas aos serviços de referência e ação cultural.

Nesse sentido, considero imprescindível que o gestor tenha conhecimento profundo da realidade das Bibliotecas Públicas no Brasil e no mundo. Gosto sempre de lembrar que existem vários tipos de bibliotecas e que cada uma delas tem as suas especificidades, portanto, é importantísssimo conhecer a realidade destas instituições e dos atores que atuam nesses espaços. Esse conhecimento dará melhores condições para que o gestor público seja sensível às diferentes realidades que temos em nosso país.

As competências administrativas, voltadas para a gestão participativa, são inerentes ao cargo de direção do SNBP. Um sistema se suporta com base em uma gestão matricial que resulte em ações efetivas, sistêmicas e intersetoriais. Assim como é inerente também o domínio de diferentes ferramentas tecnológicas e de gestão.  Diagnóstico, planejamento, monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas pela instituição, utilizando tecnologias de informação e comunicação, fazem parte do dia a dia desse gestor.


MC: Como a produção acadêmica feita hoje no mundo e no Brasil lhe auxilia na gestão? Há artigos, pesquisadores, revistas de destaque?

A produção acadêmica é fundamental para ampliarmos o conhecimento na área e melhorarmos as práticas cotidianas e, no Brasil, atualmente a Biblioteca Pública carece de pesquisa e de produção científica. Isso é extremamente prejudicial para nós, brasileiros, pois os poucos profissionais que se formam em Biblioteconomia no país não tem informação e conhecimento suficiente sobre o potencial transformador que é a Bibliotecas Públicas e, por conseguinte, não lutam para reverter a atual situação das mesmas.

Já tivemos no Brasil bons momentos de pesquisa e produção de conhecimento nessa área, no entanto, a partir dos anos 1990 tivemos uma queda brusca das pesquisas sobre o assunto. Entendo que, com a ampliação do uso e aplicação das tecnologias de informação e comunicação, os interesses acadêmicos se voltaram para as áreas especializadas e de negócios, onde também encontravam-se os melhores salários.
"Sem pesquisa a área não avança e a situação dasBibliotecas Públicas tende a se agravar, pois se nem os bibliotecários que estamos formando entendem o que é e o que pode uma biblioteca pública fazer para transformar a realidade de uma determinada comunidade, que dirá os gestores públicos locais e a sociedade desprovida de equipamentos e serviços culturais de qualidade?"
Nesse sentido, vale informar que o SNBP tem investido na ampliação do Fórum Brasileiro de Bibliotecas Públicas, evento que tem o objetivo de se firmar como um espaço para a divulgação e troca de informações sobre as pesquisas e práticas bibliotecárias que tenham como foco aBibliotecas Públicas. O Fórum vem sendo realizado desde 2009, como um evento paralelo ao Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Ciência da Informação (CBBD) e, este ano, está na sua 3a. edição. Acontecerá em Florianópolis no periodo de 07 a 11 de julho.  Mais informações podem ser obtidas no site do SNBP (www.snbp.bn.br), ou no site do CBBD (http://xxvcbbd.febab.org.br).

MC: Qual a percepção da biblioteca pública brasileira sobre sua própria gestão? E no nível mundial? Como os outros países enxergam o Brasil na gestão de bibliotecas públicas?

Acredito que os bibliotecários que atuam nesses espaços têm a noção de que precisamos avançar e melhorar nossas práticas de gestão. No entanto, dentro da realidade brasileira, é preciso levar em conta que nem todas as bibliotecas públicas contam com bibliotecários no comando dessas instituições, ou com profissionais capacitados para gerir uma unidade de informação e leitura desta natureza.

Sem dúvida alguma existem excelentes profissionais fazendo a diferença em suas localidades ao administrar com maestria Bibliotecas Públicas no país. Mas, noto também, no dia a dia da administração da maioria das bibliotecas, a falta de compreensão, por parte dos bibliotecários, do que é atuar com um gestor público.

A administração de uma biblioteca requer profissionais com perfil articulador e aberto ao diálogo. Um profissional disposto a enfrentar desafios, a estimular a constituição de equipes criativas e a desenvolver ou apoiar projetos inovadores. Atualmente estamos enfrentando inúmeros desafios na gestão das bibliotecas públicas e isso as transformam em espaços incríveis de protagonismo. Tanto isso é verdade que temos visto no Brasil e no mundo afora profissionais de todas as áreas do conhecimento prontos para nos ajudar a melhorar, atualizar, qualificar esta instituição milenar. Mas, ainda percebo que muitos bibliotecários não estão preparados para atuar nesse contexto.
 "O bibliotecário tem que entender que para sobreviver terá que sair da cômoda posição de receptor e executor e assumir o papel de  protagonista nessa história."

Em relação a como o mundo vê a Bibliotecas Públicas brasileira acredito que, tendo em vista a diversidade e consequente complexidade social e cultural do nosso país fica difícil para os outros países terem uma noção exata da nossa realidade. No entanto, os países iberoamericanos têm se aproximado bastante nos últimos anos. Uma iniciativa resultante dessa aproximação é o Programa Iberoamericano de Bibliotecas Públicas,  IBERBIBLIOTECAS, que reúne fundos para apoiar os sistemas nacionais e locais, as bibliotecas públicas e profissionais que atuam nesse segmento. O Brasil foi um dos primeiros a aderir a este Programa Intergovernamental.

Também no nível internacional estamos estabelecendo uma parceria muito interessante com a Bill & Melinda Gates Foundation, uma instituição que já investe em projetos de Bibliotecas Públicas em vários países da América Latina, África e Ásia e, agora, está iniciando os investimentos na bibliotecas públicas brasileiras por meio do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.

MC: Quais as perspectivas para os próximos 5 anos: o que é esperado dos egressos dos cursos de graduação e pós em Ciência da Informação e Biblioteconomia?

Com os investimentos que temos implementado, as parcerias que estabelecemos nos últimos tempos, e com a nossa participação em programas intergovernamentais acreditamos que temos condições de interferir positivamente nesse cenário nos próximos anos.

Acredito também que precisamos de um número maior de profissionais qualificados para atuar nessa área, seja na gestão, ou na implementação dos serviços bibliotecários nestes espaços.

"Mas, se não tivermos bibliotecários aptos e dispostos a atuar como gestores públicos, entendo que outros profissionais irão assumir nosso lugar como protagonistas de projetos inovadores para Bibliotecas Públicas. E, a Biblioteconomia e a Ciência da Informação vão perder um espaço incrível de atuação, pois a Biblioteca Púbica tem tudo para se repaginar e se firmar nesse cenário de informação e tecnologia que pauta o mundo contemporâneo."

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Panorama sobre a leitura no Brasil

Panorama sobre a leitura no Brasil

Diário da Manhã - 11/07/13
Enquanto que em outros países a leitura é vista como parte indispensável e fundamental na educação do indivíduo, no Brasil poucos pesquisadores dispuseram a refletir sobre o assunto.
Nos Estados Unidos por exemplo; foram publicadas 1.588 pesquisas na área da leitura no período 1975-1977. Esta quantidade está vinculada por apenas uma única revista especializada.
O panorama da pesquisa sobre leitura no Brasil, feita por Aparecida Joly Gouveia, consta nada mais que 50 pesquisas sobre leitura, sendo assim a leitura do aluno brasileiro está em escassez, merece um aplauso ...
Os alunos universitários onde estão suas propostas referente as pesquisas bibliográficas e os textos argumentados, não existem nem um inquérito importante do estudante leitor ou dos livros aos mesmo apresentados. É comum relatar que a produção e circulação de livros no Brasil é regida por padrões de modismo e não pelo valor de seus saberes. ‘’ Smith
É essencial que saibamos mais sobre os fatores envolvidos na leitura eficiente, os interesses e preferências dos alunos – leitores numa sociedade em constante mudança, os efeitos da leitura em diferentes segmentos da população, os procedimentos apropriados para o ensino da leitura, as necessidades da leitura na população urbana ( ... ) a lesta poderia interminavelmente ( ... ) os estudos não precisam se originar do próprio investigados. As escolas estão freqüentemente identificando os seus próprios problemas, poucas pesquisam a solução para esses problemas.

Provavelmente os destinatários; pesquisadores e professores americanos de 1968 fazem esse alerta.

Acredito que serve para o contexto educacional brasileiro do presente.

Limitação de alfabetização restrita. O que da para perceber que o mesmo não passou de uma alfabetização mecanicamente passiva, inconsequentemente na primeira série, primeiro grau e só. Possivelmente venha a ser hoje o chamado ensino fundamental. Exemplo: segundo ano e terceiro ano, assim sucessivamente ... ( Rosa P. 2012 )

As pesquisas voltadas ao sistema educacional brasileiro, são problemáticas, ou seja, está a desejar, existem escassez pois não temos leitores suficientes, o que dá para perceber é que são poucas as pessoas que adquirem o ato de ler, possível falta de divulgação até mesmo na mídia, é óbvio, são leitores superficiais ônticos.

Diante desse contexto vê se que a escassez da leitura brasileira é suposto e ao mesmo tempo questionado como um enigma, onde não temos pistas, dados no panorama sobre a leitura no Brasil, muito menos resoluções estruturais concretas para soluções. – O que é paradoxal devido a própria escassez abrangente em todo sistema que atravessa o Brasil a fora ... O que da pra entender talvez possa também haver uma regressão na área da leitura de dominação social ? 

Diante desse estudo bibliográfico gostaria de apresentar aos leitores, a escassez explícita de leitura na prova de uma faculdade particular, na qual solicitou o educando a descrever uma redação onde cujo tema era : Qual a importância do Vale da Paraíba.

A inquietação do aluno acredito que foi assustador pois vem acompanhando o mesmo ao longo do processo pede a resposta. A resposta gera a reflexão. 

O que dar para perceber que no Brasil infelizmente os grandes índices de pessoas que não conseguem concluir o ensino médio, na maioria das vezes é devido ao trabalho; pois as mesmas necessitam do trabalho para os sustentos da família...

É preciso mencionar que há casos concretos que os educandos desistam da escola, por motivo sérios que merecem se analisados e investigados pelos profissionais da educação, pois segundos os mesmos a escola de hoje torna-se sem significados e opressora estes alunos sentem marginalizados diante dos signos; sendo assim o individuo sofre transformações, pois a história de vida não está ligada com o ensino da escola. Ou seja, com sua cultura o mesmo não está constituído no aprendizado cultural. Compreendo que a escola deveria apropria da experiência histórica do aluno para introduzir os diversos saberes, principalmente a leitura para que o mesmos possa continuar no ensino formal, ou seja, ampliar seus conhecimentos e pensamentos cognitivos, pois o mesmos estão interligados com sua cultura, até no dia-a-dia que certamente o aluno irá usá-la na sociedade globalizada, para lutar e sobreviver por dias melhores... onde vivemos.

Desta forma, o ser despertará por um interesse de um ensino de qualidade, ou seja, para os menos favorecidos que mais sofrem devido ao processo do aprender na escola do Século XXI...

É por isso que pretendo abordar a seguinte questão: até que ponto é importante o professor levar a cultura e facilitação do aprendizado, quais os principais recursos do que o mesmo dispõe para evitarmos a manifestação galopante, incentivada pelos meios de massa, preparando nossas crianças desde a “Educação infantil para desenvolverem e aprenderem com a leitura e ao mesmo levantam-se com a tentativa de solucionarmos o problema da invasão de leitura e escrita e dos trabalhadores que abandonam a escola.

Em relação do panorama da leitura e escrita consiste no seguinte o resgate urgentemente de conhecimento dos valores culturais, pois nascemos enraizados com a linguagem cultural por esse breve histórico poderá deduzir que desde o ingresso da criança na escola o mesmos aprende com o processo saber histórico cultural, pois já conhecem o litramento é preciso de orientações didáticas com as finalidades de subsidiar o “aprender” sendo assim a facilitação do planejamento pedagógica irá influenciar neste aprendizado pois o aluno irá abordarem certamente intervir na problemática da escassez da leitura o mesmo irá buscar a importância do ato da leitura que poderá satisfazerem a curiosidades e indagações de um ensino na formação cultural visando inclusive na renovação da própria cultura. Ressaltando que a cultura é também “arte”, pois arte sem leitura torna-se uma obra morta, a relação entre ensino e aprendizado é um fenômeno complexo, pois diversos fatores de ordem social, econômico interferem na dinâmica na sala de aula, isto porque a escola não é uma instituição independente, está inserida na trama do tecido social. Desse modo podemos perceber que certamente a leitura dos brasileiros ainda parece ser bem complexos em relação aos demais pais que resolveram “investir” em leitores pesquisadores públicos alvos mirins e infanto juvenil e adulto...

Na concretização deste artigo serve para o professor integra o educando na sociedade, objetivo é demonstrar a esses sujeitos mesmo que não tendo um conhecimento amplo são capazes de construir saberes por meio da leitura na sua vida, ou seja, na sociedade, pois os mesmos são merecedores de respeito, porque são seres sociais e históricos que constroem seu saber no dia-a-dia mediante o processo da leitura para sua sobrevivência nesta sociedade competitiva onde a disputa é diversa verce os preparados cujo papel da empresa privada, pois dinheiro compra qualquer coisa até mesmos a boa educação. Ou seja, de qualidade... “Não sendo assim fingimos que ensinamos vocês fingem que aprenderam”

Rosa P. Barbosa
Pedagoga, pós- graduada em Neuropedagogia, cursando Direito na FacLions

A importância da leitura para o aprendizado

A importância da leitura para o aprendizado
O Povo Online - 12/07/13

Leitura sala de aula

A leitura realizada em muitas escolas ainda é vista como algo completamente sem interação, o aluno se mantém numa postura de leitura silenciosa, de cópias e não possui a oportunidade de expor sua opinião, enquanto a que prevalece em sala é a percepção do professor, esquecendo de que o aluno também tem sua história e sua vivência enquanto ser pensante. O que fazer para mudar? Como contribuir para uma aula mais dinâmica? O que fazer para chegar mais próximo do aluno e interagir com ele? É disso que trata a coluna de hoje, que fala do prazer que se tem em guardar de vez as práticas mecanicistas e o costume que se tem em memorizar regras, sem conhecer ao menos o que é de verdade, uma postura atuante diante da leitura.

A leitura e o Futuro

Informe aos alunos da possibilidade de todos eles serem leitores permanentes, assim, no futuro, quando se tornarem profissionais de qualquer área, possarão a ter uma atuação de leitores proficientes e contribuir com outros leitores em desenvolvimento.

Leitura e afetividade

A afetividade é um instrumento infalível para que o prazer de ler se torne verdadeiro na vida dos alunos, e que os traumas não sejam vivenciados por eles nas creches, escolas, ONGs e universidades. No entanto, caso ocorra, a cada dia em suas vidas estudantis, há uma oportunidade de buscarem outras formas de práticas de leituras, de estarem com os livros que se identificam e aproveitar o prazer que eles oferecem. E claro, esforçando-se para serem bons alunos, sem perder a graça pela vida que eles mesmos possuem fora do ambiente escolar.

A leitura e o compromisso

O aluno precisa assumir o compromisso consigo mesmo e realizar dentro de si, a construção de um sentido pessoal através do ato de ler. E, mesmo com a influencia de professores, colegas de classe e o sistema de ensino, fazer sua própria história dentro do universo que é a leitura.

A leitura e os resultados
O aluno que passa a ter contato com a leitura de livros, revistas e jornais, terá um melhor desempenho nos resultados da escola. Por conta disso, a leitura precisa ser encarada com seriedade e um tempo de estudo precisa ser reservado para o ato de ler.

Conclusão
Assim, o aluno leitor será protagonista do seu próprio aprendizado, encontrando na escola ou em outro lugar que proporcione o ato de ler, a possibilidade de serem verdadeiros estudantes atuantes nesse mundo de constante transformação.

Bibliotecários têm seus trabalhos aprovados para o XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação - CBBD

Bibliotecários têm seus trabalhos aprovados para o XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação - CBBD

O 25º CBBD acontecerá no período de 7 a 10 de julho em Florianópolis e tem como tema principal: “Bibliotecas, Informação, Usuários – Abordagens de transformação para a Biblioteconomia e Ciência da Informação”, será um momento para reflexão e análise em torno dos avanços científicos e tecnológicos e seus impactos sobre o fazer do profissional e sobre a sustentabilidade das bibliotecas e unidades de informação, com um programa científico bastante intenso e atual.

Segue abaixo relação com os nomes dos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da UFC e os respectivos títulos de seus trabalhos aprovados para o 25º. CBBD.

Oportunamente a direção do Sistema de Bibliotecas parabeniza aos colegas bibliotecários pelo êxito.

  • Ana Cristina Azevedo Ursulino Melo; Aline Vieira Nascimento; Thelma Marylanda Silva de Melo
A Transcompetência delineando o perfil do bibliotecário de referência em bibliotecas universitárias.
  • Fabíola Maria Pereira Bezerra
A biblioteca pública e a infoinclusão: democratização da informação para usuários idosos.
  • Fabíola Maria Pereira Bezerra; José Fernando Fernando Pereira Bezerra
Arquivo de cemitério: fonte viva de informação.
  • Raimundo Nonato Ribeiro dos Santos; Isa Maria Freire; Breno Oliveira Nóbrega do Nascimento
Gestão da informação no Blog De Olho na CI.
  • Raimundo Nonato Ribeiro dos Santos; Isa Maria Freire; Júlio Afonso Sá de Pinho Neto
Competência em informação e inclusão digital: interseções conceituais.
  • Rosane Maria Costa e Raimundo Cezar Campos do Nascimento
Curso a distância de pesquisa documentária em saúde: parceria NUTEDS/UFC e Biblioteca de Ciências da Saúde/UFC
  • Rosane Maria Costa e Norma de Carvalho Linhares
O estilo Vancouver das revistas brasileiras de ciências da saúde

O bibliotecário e a educação

O bibliotecário e a educação
Nossa profissão está majoritariamente ligada à pedagogia

Trabalhando em uma biblioteca que ajudei a montar numa comunidade carioca, uma jovem adolescente entra com mais duas (menores do que ela), me deseja bom dia e pergunta se ela poderia ver os livros nas estantes; afirmei positivamente que ela poderia não apenas ver, mais levar um ou mais exemplares se fosse de sua vontade. A menina desapareceu entre as estantes e eu continuei o meu trabalho (catalogação para ser mais exato), naquela manhã nublada de fim de verão. Depois de muito tempo, me dei conta que a menina não voltava e nem emitia nenhum som, algo que me deixo intrigado. Fui em direção às estantes onde ela havia ‘sumido’ e a encontrei de pescoço torno lendo as lombadasque hora tem o título pra cima, ora tem o título invertido (crítica e grifo meus!).
Ao chegar, ela me perguntou se havia ali algum livro que falasse sobre gravidez e se eu poderia indicar a ela. Tomei um susto, pois a menina não deveria ter mais do que 14 anos. Mas não vacilei: disse que tínhamos sim uma coleção que falava sobre as mudanças no corpo humano, desde a tenra idade, até a velhice. Ela me pediu e tão logo a entreguei já foi folheando as páginas (que traziam ilustrações), e disse que se a irmã dela tivesse contato com aquele livro antes, talvez não estivesse grávida naquele momento! Minha reação foi ‘gelar’. Fiquei estático e sem saber o que falar; depois de um curto espaço de tempo, ‘voltei’ a terra e fiz o empréstimo àquela menina. Desejei que aquele livro nunca mais voltasse às estantes. Antes eu gostaria que ele passasse na mão de cada adolescente daquela comunidade.
Desse episódio extrai indagações acerca do papel do bibliotecário na sociedade e de sua relação com a educação. Com efeito, muitas pessoas até hoje perguntam o que faz um bibliotecário, qual a sua função além de guardar livros, e se é necessário ter ensino superior para ser tornar um. Muitos bibliotecários simplesmente preterem os autores de tais indagações, alegando que não são obrigados a responderem perguntais ofensivas. Eu sou um quase bibliotecário (diplomado, pois já atuo como um desde 2009), e sinto cada vez mais desejo de ajudar a acabar com essa visão errônea que a maioria da população tem para conosco. Entendo também que é preciso que os bibliotecários assumam uma postura mais atuante em prol do desenvolvimento da sociedade e do indivíduo de maneira geral, por meio do acesso a informação que transforma/liberta.
O bibliotecário tem um papel social muito importante, mas por vezes não o exerce. O Conselho Federal de Biblioteconomia em sua Resolução nº 42, de 11 de janeiro de 2002 diz que o bibliotecário precisa “contribuir, como cidadão e como profissional, para o incessante desenvolvimento da sociedade e dos princípios legais que regem o país”Qual a maneira mais eficaz de desenvolvimento de um país senão pela educação? O grande pedagogo pernambucano Paulo Freire não nos deixa dúvida sobre a resposta: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescente brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
O bibliotecário tem grande importância no como profissional. Ele lida com um bem (imaterial) cada vez mais precioso nos dias atuais: a informação. Se a atuação do bibliotecário for desempenhada como deve ser, ou seja, se a informação for fornecida de maneira certa, para a pessoa certa (que precisa exatamente daquela informação), e no momento certo, o profissional da informação estará elucidando o cidadão acerca dos seus direitos e deveres; aos jovens estudantes estará dando informações que possam esclarecer suas dúvidas no tocante à pesquisa e curiosidades, dentre outros.
Para Kátia Carvalho, no seu artigo: Missão do Bibliotecário: a visão de José Ortega y Gasset (2007) “no exercício do papel de mediador, o bibliotecário deve garantir a cidadania, assegurar os direitos de acesso à informação e à educação para os indivíduos, oferecer aos leitores, se não o conhecimento, pelo menos as técnicas, instrumentos que proporciona dignidade e sobrevivência em uma sociedade competitiva”.
Nossa profissão está majoritariamente ligada à educação. Estamos sempre (no cumprimento de nossas tarefas enquanto organizadores do conhecimento, servindo ou trabalhando ativamente, produzindo conhecimento), envolvidos com a educação. É notório que há falhas enormes na qualidade da nossa educação, e na qualidade da formação que é dada para as nossas crianças. Sabemos que o problema persiste e se mantém até para alguns que chegam ao ensino superior.
http://biblioo.info/o-bibliotecario-e-a-educacao/Usar das práticas biblioteconômicas associadas às pedagógicas é um bom caminho a ser trilhado pelos profissionais da informação. Agregar ao tecnicismo peculiar (leia-se técnicas mesmo, não é uma forma pejorativa) dos bibliotecários, teorias de áreas ligadas às ciências sociais como a Pedagogia, servirão para dar maior ênfase na recuperação da informação, e uma certa autonomia para o usuário usufruir da informação como lhe aprouver. Segundo E. T. Silva, no seu texto A dimensão pedagógica do trabalho do bibliotecário, publicado no livro Leitura na escola e na biblioteca (1993) a prática biblioteconômica está “na categoria mais abrangente das práticas educativas que, devido a sua natureza específica, devem ser conscientizadoras, transformadoras e criadoras”.
O bibliotecário tem meios para mudar muita coisa através da educação, e pode fazer com que a informação de qualidade chegue às pessoas que vivem num ‘deserto’ informacional. Como felizmente escreveu Freire: “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

Livros de Biblioteconomia

www.livrosdebiblio.com.br


Olá Pessoal!
Já está no ar a livraria virtual da livrosdebiblio, trata-se de uma livraria especializada na área de biblioteconomia, arquivologia e ciência da informação. Uma livraria montada por minha iniciativa, um ex-estudante do curso de biblioteconomia da UNIFAI-SP que, notando a dificuldade dos colegas de achar livros da área comecei a adquirir tais livros e vender a meus colegas de classe.
No momento temos 70 livros cadastrados e dentro em breve esse leque de opções irá aumentar.
Conto com a colaboração dos colegas da área para divulgação de mais esse canal.

Vale informar que, o frete na opção PAC dos correios é GRÁTIS!!

http://loja.livrosdebiblio.com.br
 
 

Como transformar a ida à biblioteca em um passeio inesquecível?

Como transformar a ida à biblioteca em um passeio inesquecível?

BIBLIOTECA PÚBLICA E MEDIAÇÃO


BIBLIOTECA PÚBLICA E MEDIAÇÃO

Ricardo Queiróz Pinheiro


[Julho/2013]

Ontem um amigo me fez uma pergunta complicada, daquelas que você hesita em responder não por dúvida ou excesso de cuidado, mas por medo da própria resposta:

- Qual o futuro das bibliotecas publicas?

Não vou reproduzir aqui a resposta, ela pode ter mudado durante a noite, ela pode mudar a qualquer momento, o que vou fazer é mudar o rumo temporal da pergunta:

- Qual o presente da biblioteca pública?

Pergunta que deve ser feita a todo um Brasil que se apresenta plural nas ausências e nas acomodações, diverso nos improvisos e nas distorções, múltiplo em histórias criativas e exemplos isolados, exemplos esses que mais aprofundam a dificuldade de uma solução integradora do que a fomentam.

Mas não é só de desesperança que vivemos na área de bibliotecas, e se tentaremos um futuro distinto desse presente, temos que nos aprofundar nele para avançarmos. Presentificação.

Um dos passos fundamentais é olhar para quem hoje, de fato, trabalha e atende nas bibliotecas públicas. Que profissional que entrega para a população o cartão de visitas da dimensão pública da leitura em nossas bibliotecas?

Quando falamos em novos modelos de bibliotecas públicas, muitos detalhes e um amplo arcabouço de projeções e idealizações vêm à tona. Móveis, cores, equipamentos, iluminações, estudos sobre luz natural, gadgets, setorizações, acervo, sistemas de controle de acervo etc. A figura humana aparece, nessa escala de destaques e prioridades, como um apêndice a ser encaixado, sua atuação e seu papel muitas vezes têm menos destaque do que a decisão de derrubar ou não uma parede.

Voltando ao presente: a pessoa, o profissional que atua nas bibliotecas públicas, hoje, é o centro do receio que me fez temer uma resposta de chofre ao meu amigo. Muito simples seria elencar as precariedades e as carências que cercam este indivíduo, a falta de qualidade no atendimento, a total incompreensão das múltiplas possibilidades da mediação (aliás, qual mediação?) e a alienação sobre seu papel social, a falta de apetência para a empreitada.

Estas constatações bastam? Evidente que não bastam. Ao seguir esse caminho, cometeria o erro crasso de nem olhar para o futuro, nem me ater ao presente, e me fixar inocuamente no passado. Apontaria caminho nenhum.

A biblioteca pública surgiu no Brasil – como destaca uma grande amiga – fugida, escondida, fatiada, e tão somente como patrimônio a ser preservado. O Rei de Portugal a trouxe na bagagem para protegê-la da destruição, da invasão napoleônica. Este DNA é exemplar: algo que surge, que se inventa escondido merece o nome de público?

E este início de história não deve ser encarado como chiste, como piada, tampouco é o caso de se fixar no passado, o presente segue, confirma esta instituição provisória, escondida, quase clandestina e patrimonialista, o que parece é que as bibliotecas públicas estão prontas para voltar com seus reis perdidos para algum portugal imaginário.

O problema é que o Rei não estava tão perdido assim, ele sabia o que estava fazendo, mas a biblioteca que herdamos continua se perdendo.

A biblioteca pública que se fundou “não pública” e legou isso aos seus atores dos vários momentos históricos, enfrentou outras intempéries durante o tempo e continua buscando sua identidade. Reitero que dentro dessa trajetória de atropelos, existem exemplos de vitórias e êxitos, e não são poucos, porém, eles não se fixaram como modelos.

É preciso destacar uma prioridade, o momento, voltando ao hoje, é de inventar, de dar poesia ao ser humano que atua nas bibliotecas, como algo urgente e inadiável, priorizar a figura do mediador em biblioteca.

Sim, mediador, pois todo o profissional que atua numa biblioteca, independente de estar nas funções técnica, administrativa ou de atendimento, atua como mediador e, no mínimo, como suporte para a mediação, esse é o fim e não o meio.

Vou terminar não mais fugindo da resposta ao meu amigo, resolvi revelar essa resposta, não a de ontem, mas uma factível, presente, de hoje, não quero simular uma fuga redentora como o Rei de Portugal o fez, ele e sua Real Biblioteca, portanto volto à pergunta inicial:

- Qual o futuro da biblioteca pública?

Respondo:

- O futuro da biblioteca pública é investir, desde já, no presente, no agora, na formação de mediadores de leitura e informação, é colocar nas bibliotecas a vida e a diferença que faz o diálogo e as buscas conjuntas que dão sentido ao imobilismo das estantes organizadas.

Por que não um Programa Nacional de Formação de Mediadores que agregue todos os profissionais, instituições e organismos envolvidos na questão da leitura? MINC, MEC, União, Estados e Municípios, Universidades, juntos para retirar a biblioteca pública do seu eterno portugal abandonado.

Por ora, é um caminho apenas sugerido, a ser desvelado, construído, é o obvio que não se revela óbvio, é o futuro calcado na urgência de um presente, destacando que se esperarmos muito, voltamos rápido ao passado incerto. Quero já o “Programa Nacional de Formação de Mediadores”, confesso que é um ideia vaga ainda, quem se habilita a ajudar a dar essa resposta para o futuro?
http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=763


sábado, 27 de julho de 2013

BiblioConcurseiros: Vídeo-aulas de Biblio no Youtub


BiblioConcurseiros: Vídeo-aulas de Biblio no Youtube
biblioconcurseiros.blogspot.com

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Professor da Ufal é premiado em Congresso Nacional de Biblioteconomia

O trabalho "Disseminando práticas e saberes a partir da Ciência da Informação: relato de experiência do periódico Perspectivas em Gestão & Conhecimento", de autoria de Alan Curcino, professor de Biblioteconomia da Ufal, e dos professores Luciana Costa, Emeide Nóbrega e Jorge Gomes, professores da UFPB, conquistou o 1º lugar na categoria Relato de Experiência. O prêmio foi concedido pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições, durante o XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, realizado em Florianópolis, entre os dias 7 e 10 de julho deste ano. O Congresso está na 25ª edição e é realizado bienalmente.

http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vEditoria=Educa%E7%E3o&vCod=153020Professor da Ufal é premiado em Congresso Nacional de Biblioteconomia - Alagoas 24 Horas: Líder...www.alagoas24horas.com.br