quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Universalização das Bibliotecas é Desafio

As Bibliotecas são importantes parceiras da sala de aula por funcionarem como aliadas na disseminação de conhecimento, principalmente, no processo de aprendizagem escolar. Desde 2010, a Lei 12.244 determina a obrigatoriedade de Bibliotecas em todas as instituições de ensino até 2020, situação longe de se concretizar. O próximo ano é data limite para as escolas se adequarem à disposição legal que definiu a Biblioteca escolar como “a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados à consulta, pesquisa, estudo ou leitura”. Em primeiro lugar, a proposta reforça a precariedade do cenário real das Bibliotecas escolares, destoando dos dados do Grupo de Trabalho instituído pelo MEC/FNDE, apresentando a proposta de resolução, estabelecendo os parâmetros mínimos para estruturação e o funcionamento. As Bibliotecas escolares extrapolam a noção de acervo e representam canais focados em diálogo e construção do conhecimento, adequados ao ambiente de informação. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que grande parte da população brasileira não possui um local apropriado que estimule a leitura. Como se não bastasse, o Brasil possui apenas uma Biblioteca pública para cada 30 mil habitantes do total de 7.166 cadastradas pelo Sistema Nacional de Bibliotecas do Ministério da Cultura. O Brasil precisa construir 64 mil Bibliotecas escolares até 2020. Os dados divulgados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019 revelam que 45,7% das escolas públicas de ensino básico contam com Bibliotecas ou salas de leituras. O levantamento do Todos Pela Educação, em parceria com a Editora Moderna, mostrou que apenas 14,1% das crianças do grupo de nível socioeconômico muito baixo possuem nível suficiente de alfabetização em leitura. A situação reforça a importância das Bibliotecas nas escolas, já que os livros contribuem para a formação intelectual, principalmente, entre as crianças em processo de alfabetização. Ao analisar os recursos de infraestrutura disponíveis nas escolas, a pesquisa identificou que 48% das escolas de ensino fundamental têm bibliotecas e/ou salas de leitura (só Bibliotecas 27,3% e só salas de leitura, 14,5%). Já, no Ensino Médio, esse número pula para 85,7% (só Bibliotecas 53,8%; só salas de leitura 20,6% e salas de leitura e Bibliotecas, 11,3%). Nas escolas de Ensino Integral, por sua vez, 53,1% dispõem de Bibliotecas e/ou salas de leitura. O Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª região (MG/ES) participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o processo de implantação da Lei, dia 5 de dezembro de 2018. A entidade defendeu os direitos de estudantes e profissionais escolares a um equipamento de qualidade, propiciando o acesso à arte, à reflexão e à arte humana registrada em suportes físicos e/ou digitais, portanto, uma Biblioteca escolar que, verdadeiramente, contribua para a formação da geração presente e futura. Um suposto desinteresse dos brasileiros pela leitura é apresentado no estudo Retratos da Leitura do Pró Livro, sendo que 44% da população não têm hábito de ler e 30% nunca compraram um livro sequer. O acesso gratuito a acervo e serviços de Bibliotecas poderia suprir as lacunas sociais e econômicas em relação à educação, formação e cultura. Nenhum país contemporâneo sério chegou à evolução de sua sociedade sem investir em educação, cultura e conhecimento em geral, nem em Bibliotecas públicas e escolares, em particular. O investimento é uma forma segura e inteligente de melhorar o futuro. Os pesquisadores demonstram que a universalização das Bibliotecas públicas e escolares é um passo fundamental para apoiar a erradicação do analfabetismo e a eliminação do analfabetismo funcional. A leitura e, mais ainda, o acesso à literatura, com suas diversas possibilidades de temas e formas, é uma janela incomensurável para o enriquecimento pessoal e social, para a formação permanente e, até, para buscas de soluções mais concretas. A leitura tem sido usada, inclusive, como coadjuvante em tratamentos de questões emocionais. A Biblioteca escolar costuma ser o primeiro contato de grande parte das crianças brasileiras com o livro. O momento de início da alfabetização define a relação do estudante com a leitura, literatura e com o simples ato de estudar e aprender durante a vida. Ou seja, uma biblioteca escolar aberta é também uma porta para o futuro. Artigo de Marília Paiva, presidenta do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região (MG/ES) Publicado no Jornal e Portal Estado de Minas (21/7). -----------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Uma lição que vem dos Bálcãs: jogar é bom!

Uma lição que vem dos Bálcãs: jogar é bom! Publicado em 16 de agosto de 2019 por SisEB Foto: O lituano Eugenijus Stratilatovas palestra durante o Seminário Internacional Biblioteca Viva (Equipe SP Leituras) “Se você perguntar ao público o que é biblioteca, ele vai responder, na sua maioria, que é um lugar apenas de livros”, disse, com perplexidade, o lituano Eugenijus Stratilatovas no início da sua palestra sobre “Videogames e ambientes interativos em bibliotecas: por que precisamos deles?” na 11ª edição do Seminário Internacional Biblioteca Viva. Na Lituânia ainda existem bibliotecários que acham que este não é um lugar para jogos, porque eles viciam as crianças e não são úteis. E muito mais gente pensa como os lituanos e associa bibliotecas exclusivamente aos livros. Dito isso, o palestrante, vindo de um país bem pequeno se comparado ao Brasil, localizado ao norte da Europa, no Mar Báltico, tratou de explicar – e exemplificar com o caso da própria Lituânia – por que a tecnologia, os videogames e os ambientes interativos são necessários e grandes aliados das bibliotecas. “Precisamos deles simplesmente porque trazem conhecimento, embora muitos de nós ainda consideram que exclusivamente os livros são este lugar”, disse Stratilatovas, que contou com mediação de Luiz Ojima Sakuda, da consultoria da área de jogos digitais Homo Ludens. De acordo com esta nova agenda das bibliotecas, o conhecimento vem dos livros, claro. Mas não apenas deles. Somos capazes de aprender a partir da prática contínua. “É por isso que as bibliotecas têm que ter espaços “maker ” – importantes na educação e na pedagogia”, diz o palestrante. Crianças com dificuldades na escola se interessam e têm bom desempenho nas oficinas. E as bibliotecas podem ser um local para as pessoas se sentirem bem. Mas por que então incluir jogos? Porque a inteligência, além do que já foi aprendido nos livros e nas escolas, tem a capacidade de aprender coisas novas. “Na biblioteca, para continuar aprendendo, há necessidade de que esse espaço desempenhe o papel completo do conhecimento, fazendo as duas coisas”, diz Stratilatovas. Assim, jogar ou participar de oficinas é aprender lições que estão fora dos livros. Na Lituânia, as bibliotecas têm incluído, gradativamente, atividades que vão muito além da leitura como maratonas de jogos (game jam), concertos de música, feiras de livros, experiências de realidade virtual. Os jogos são tão atraentes, diz Stratilatovas, porque possibilitam vivenciar o personagem, dão a sensação de conquista, significado, de sentir-se pertencente a um grupo e, ainda, a sensação de competência e autonomia. A discussão vai ficando complexa, mas Stratilatovas diz que o ideal é simplificar o processo. “Faz mais sentido criar jogos com os usuários e não para eles! Não é preciso criar algo milionário, mas atrai-los para a biblioteca – a experiência poderá ser divertida”, pondera o palestrante. Ele sugere começar com jogos com menor desenvolvimento, que possibilitem conexões com a cultura, seja ela dos livros ou das imagens. Nessa tentativa de criar relações horizontais, não deve haver diferença entre os criadores dos jogos e o bibliotecário. Ele fornece ferramentas que podem ser um computador, um jogo de peças para montar ou um martelo e auxilia com instruções, favorecendo um ambiente seguro onde todos podem experimentar e errar. Este é o verdadeiro convite para entrar em uma biblioteca. …………………………………………………………………………………………………………………………………………….. O caso da Lituânia – virando o jogo Stratilatovas carrega a experiência de ter gerenciado um dos maiores projetos de inovação social da Lituânia, “Libraries for Innovation 2”, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. Este plano mudou a forma de pensar o desenvolvimento de serviços centrados no usuário em 57 bibliotecas municipais do país que tem população de 2,8 milhões de habitantes. O ponto de partida para a transformação das bibliotecas de seu país aconteceu em 2015 e começou com indagações aos diretores de bibliotecas, usuários e não-usuários. Os líderes não consideravam como seu o problema da escassez de público. Argumentavam, explica o palestrante, que havia um problema social, com muita gente jovem imigrando para outros países da Europa em busca de oportunidades, ou recursos financeiros insuficientes. “Eles pensavam que sabiam das necessidades e dos desejos da comunidade. E quando a gente perguntava para eles se tinham parceiros, se ter parcerias é algo útil, algo necessário para as bibliotecas…isso parecia controverso – Por que um banco iria querer formar uma parceria com uma biblioteca? E os políticos, por que se interessariam por uma relação assim? ” As pesquisas de usuários nortearam as mudanças, que partiram de sugestões da própria comunidade. Então, o projeto foi estruturado com base em quatro pilares válidos para todas as bibliotecas do país e ajustáveis às particularidades dos territórios. Leia abaixo os comentários de Stratilatovas: Contexto: Em primeiro lugar, o projeto precisa ser importante para a biblioteca. Temos que entender em que contexto a biblioteca está – porque as bibliotecas não estão sempre no mesmo contexto. Pertencimento/propriedade: Um segundo ponto é que queremos que as bibliotecas sintam que este é um projeto delas e não algo que lhes foi entregue sem que a biblioteca sequer precisasse. Um exemplo que ilustra bem a ideia é daqueles casos em que projetos envolvendo fundações e o governo entregam computadores e outros equipamentos para as bibliotecas e eles ficam guardados num canto ou na sala do diretor. Basicamente significa que as bibliotecas não sabem o que fazer com aquilo. Acesso: Precisamos tratar do acesso à informação e ao conhecimento. Essa é uma responsabilidade também das bibliotecas. Sustentabilidade: É uma palavra coringa, da moda, mas a ideia é que precisamos considerar a durabilidade do que estamos propondo. Qual será seu efeito em 10 anos? A natureza é sustentável. As empresas também precisam ser sustentáveis para sobreviver.

Softwares de Automação de Bibliotecas

Os sistemas ou softwares de automação de bibliotecas são ferramentas essenciais para administração dos serviços prestados por bibliotecas. Objetivos Os sistemas de automação de bibliotecas têm por objetivo a manutenção, o desenvolvimento e o controle do acervo. Oferecem, geralmente, um catálogo em linha de acesso público pré-programado, que pode ser adequado às necessidades específicas da biblioteca. Bibliotecas em cooperação As bibliotecas participam há muitos anos de empreendimentos cooperativos, ou redes e consórcios, com o objetivo de intercâmbio de registros catalográficos, fornecimento de documentos impressos ou empréstimo inter bibliotecário. Projeto de Automação de Bibliotecas O projeto de automação deve prever o levantamento de informações relativas aos software disponíveis e o agendamento, com as empresas, para a demonstração destes software. Pré-requisitos Um sistema de gerenciamento de bibliotecas necessita de uma rede local que interligue as estações de trabalho distribuídas nos diversos setores da biblioteca Softwares proprietários Aleph Arches Lib BiblioBase BNWeb Dixi GIB GIZ Biblioteca Informa Pergamum Sábio Siabi Sophia Softwares Livres Evergreen GNUTeca Koha NewGenLib PHL

SEIS FILMES SOBRE LIVRO, LEITURA E BIBLIOTECAS PARA ASSISTIR NO NETFLIX

Para os amantes dos livros, da leitura e das bibliotecas alguns filmes disponíveis no catálogo do Netflix são interessantes para uma imersão nestes temas. Pensando nisso, a Biblioo preparou uma lista com sete título para você assistir durante o feriadão. Confira: 1. O menino que descobriu o vento Existe algo fundamentalmente contraditório no costume de identificar casos excepcionais dentro da sociedade e utilizá-los como modelos que qualquer um poderia seguir. William Kamkwamba (Maxwell Simba) foi um garoto inteligentíssimo, autodidata, que descobriu um método de criar energia eólica no meio das terras secas do Malawi, de modo a garantir a irrigação das colheitas e a sobrevivência de uma população faminta. O diretor Chiwetel Ejiofor faz deste caso real um exemplo sobre a importância dos estudos, [e dos livros e das bibliotecas] da ecologia, de políticas humanitárias e do senso de comunidade. Em outras palavras, o garoto é instrumentalizado para caber dentro do formato narrativo e moral de uma fábula. Ele jamais representa a si mesmo, e sim algo muito maior: a importância das escolas, da união, da luta contra as opressões, do respeito ao próximo etc. Por esta razão, a história se transforma num grande tratado de valores morais que o diretor acredita serem necessários a todas as pessoas. […] O artista também acredita na necessidade da informação, tratando de explicar, aos olhos europeus e americanos, as consequências da miséria e da corrupção nos países africanos (Bruno Carmelo, Adoro Cinema). 2. A garota do livro Alice Harvey, de 28 anos, é assistente de uma editora de livros, que sonha em ser escritora. Filha de um poderoso agente literário de Nova York, ela vai ser obrigada a enfrentar dolorosos acontecimentos de seu passado ao ser convidada para trabalhar no lançamento de um livro de Milan Daneker, um antigo cliente de seu pai, que a abusou sexualmente quando está tinha apenas 14 anos (Netflix). 3. A livraria A história de “A Livraria” centra-se na trajetória de Florence Green — interpretada por Emily Mortimer, indicada ao Goya de Melhor Atriz —, uma mulher gentil e otimista que decide abrir uma livraria numa pequena cidade costeira da Inglaterra, no final da década de 1950. Viúva há vários anos, tendo perdido o marido na Segunda Guerra Mundial, Florence acredita que quando lemos uma história “nós a habitamos. As capas dos livros são como telhado e quatro paredes: um livro é uma casa”. E é exatamente sua própria casa, transformada em livraria e chamada de Old House pela comunidade, que vai desencadear os eventos que farão de “A Livraria” mais do que uma pacata história de empreendedorismo. Apesar dos temores iniciais, o comércio prospera. Embora com certo estranhamento, os habitantes da vila acabam se aventurando timidamente pelo mundo das letras. Não demora para que Florence aprenda que ficção e ensaios vendem mais do que poesia. O lucro é suficiente para manter o sonho (Ademir Luiz, Revista Bula). 4. A sociedade literária e a torta da casca de batata Inspirado no romance escrito por Annie Barrows e Mary Ann Shaffer (esta última, falecida em 2008), o filme “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” (original The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society), um nome longo e carregado de certa dose de humor, foi lançado no ano passado pelo Netflix e já conta com a aprovação do público. A história é simples: em meio a uma crise criativa, a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma inesperada carta do fazendeiro Dawsey (Michiel Huisman), relatando como um livro o ajudou a passar pelos tortuosos dias de guerra. Intrigada com a missiva e com a existência de uma sociedade literária que carrega o nome de um alimento, Juliet conta com a colaboração de seu editor Sidney (vivido pelo excelente ator Matthew Goode, mas que ficou completamente obliterado no longa) e do noivo diplomata Mark (Glen Powell) e parte para Guernsey, uma das Ilhas do Canal tomada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (Mara Vanessa, Biblioo). 5. O mestre dos gênios Baseado na biografia vencedora do National Book Awards Max Perkins: Editor of Genius, escrita por A. Scott Berg, o filme relata a história real da relação de amizade entre o gigante literário Thomas Wolfe (Jude Law) e o renomado editor literário Max Perkins (Colin Firth). Ao encontrar fama e sucesso de crítica ainda jovem, Wolfe é um talento em chamas com uma personalidade difícil de lidar. Perkins é um dos mais respeitados e conhecidos editores de todos os tempos, sendo o responsável por descobrir romancistas icônicos como F. Scott Fitzgerald (Guy Pearce) e Ernest Hemingway (Dominic West) (Guia da Semana). 6. Um sonho de liberdade Andy é um homem de negócios bem sucedido, traído pela esposa e acusado injustamente por um crime que não condiz com seu caráter. É reservado, conhece suas forças e sabe como usá-las, especialmente quando enfrenta adversidades. Ele cria uma vida com significado mesmo dentro da prisão, conectando-se com as pessoas certas, fazendo favores aos guardas e resolvendo questões financeiras para o diretor em troca de melhores condições para os presos. Andy é otimista, tanto nas pequenas empreitadas como a doação de livros para a biblioteca, como nos grandes projetos como a sua saída da prisão. Red, o melhor amigo de Andy, já teve o pedido de soltura rejeitado muitas vezes e demonstra apatia e pessimismo mas vai mudando à medida que interage com Andy até a sua espetacular fuga, que se torna símbolo do valor da esperança (Cineterapia).

Arquitetura de bibliotecas – edição nacional 2019

https://bsf.org.br/2019/05/27/arquitetura-de-bibliotecas-design-projeto-acessibilidade-2019/ Meu sonho de consumo...

Diretrizes da Ifla Sobre os Serviços da Biblioteca Pública

https://www.ifla.org/files/assets/hq/publications/series/147-pt.pdf As Diretrizes da IFLA sobre os serviços da biblioteca pública constituem um documento de referência para os bibliotecários e outros profissionais do setor. Consciente da sua importância, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, após obtida a necessária autorização da IFLA, procedeu à tradução para a língua portuguesa da 2.ª edição inteiramente revista desta obra, que agora disponibiliza. Nesta edição retificaram-se os endereços URL dos recursos Internet que entretanto haviam sido alterados e, exceto nos casos assinalados, confirmou-se a sua disponibilidade na primeira semana de julho de 2013. Esperamos que este trabalho seja útil para a prossecução de um serviço de biblioteca pública de qualidade.

Procedimentos para higienização de acervos

O que é? A higienização de um acervo é um dos procedimentos mais significativos que há no processo de conservação de materiais bibliográficos. A poeira é a grande inimiga da conservação dos documentos, pois contém partículas de areia que cortam e arranham; fuligem, mofo e inúmeras outras impurezas, atraem umidade e degradam papéis. Além de remover a poeira, sempre que possível, devem ser removidos objetos danosos aos documentos, como grampos, clipes e prendedores metálicos. A higienização corresponde a retirada da poeira e outros resíduos estranhos aos documentos, por meio de técnicas apropriadas. Como deve ser feita? A higienização deve ser feita em intervalos regulares. É importante assinalar que a própria limpeza pode danificar encadernações frágeis que muitas vezes não resistem ao manuseio para limpá-las. Nesse caso, é necessário bom senso para decidir quando os livros e documentos podem e devem ser limpos. Uma vez que a limpeza pode ocasionar danos aos livros e documentos, deve ensinar-se, aos funcionários, técnicas de manuseio além de conscientizá-los da importância dessa tarefa que, por ser tão detalhada e morosa, é freqüentemente adiada ou esquecida; ela deve ser executada de forma cuidadosa: volume a volume ou documento a documento. Procedimentos a) Higienização de livros • Colocar o livro sobre a mesa ou capela. • Passar pincel, trincha ou brocha de maciez adequada suavemente nos cortes. • Passar pincel, trincha ou brocha no cabeceado, de dentro para fora. • Passar pincel ou trincha suavemente na contracapa, nas primeiras e últimas folhas, empurrando a poeira no sentido contrário ao operador. • Limpar página a página, quando o documento apresentar sujidade. • Passar trincha ou pincel bem próximo à costura, pois geralmente é onde há um maior acúmulo de sujidades. • Passar trincha ou pincel sobre a superfície da capa. • Passar uma fralda macia em toda a superfície da capa. • Após a higienização das páginas, deve fazer-se a oxigenação da obra, isto é, folhear a obra várias vezes, o que proporciona a sua aeração. • Se a higienização for periódica, restringir a limpeza às quinze primeiras e às quinze últimas folhas. b) Higienização de processos e documentos textuais • Passar a trincha ou pincel no documento para remover as sujidades superficiais, sempre no sentido contrário ao operador. • Passar o saquinho com pó31 de borracha, se necessário, por toda a superfície do documento em movimentos leves e circulares. • Retirar o pó de borracha com o auxílio da trincha ou pincel. • Se houver dejetos de insetos, restos de alimentos ou outras sujidades, remover com um bisturi, tendo o máximo de cuidado possível. c) Remoção de grampos • Apoiar sobre a mesa o documento grampeado com o verso para cima. • Abrir o grampo, com o auxílio da espátula. • Puxar o grampo com delicadeza, para não rasgar o papel. • Passar a trincha ou pincel no documento, retirando a sujidade de oxidação. • Aplicar o saquinho com pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação. d) Remoção de clipes • Apoiar o documento sobre a mesa. • Retirar o clipe, puxando-o com delicadeza no caso de estar oxidado. • Passar a trincha ou pincel no documento, retirando a sujidade da oxidação. • Aplicar o saquinho com o pó de borracha, para retirar as manchas de oxidação.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Site Mapeia Livros mais Usados nas Melhores Universidades do Mundo

O site Open Syllabus Project (OSP) foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) para reunir o programa de disciplinas das melhores universidades do mundo. Cerca de metade das informações coletadas e organizadas na plataforma é dos Estados Unidos e o restante de outros 79 países. O site analisa as ementas das universidades, pesquisa as obras mais requisitadas pelos professores e segmenta por universidade, área de estudo ou país. Ao clicar no nome de cada uma das 164 mil obras catalogadas, o site exibe informações sobre as disciplinas em que as obras são usadas. O inverso também pode ser feito e a plataforma apresenta os principais livros estudados em cada área do conhecimento. Embora o site não tenha dados de nenhuma universidade brasileira, o 97º título mais indicado no conjunto de todas as disciplinas é “Pedagogia do Oprimido”, obra do educador brasileiro Paulo Freire. Conforme levantamento do Google Schoolar, ferramenta de pesquisa dedicada à literatura acadêmica, em 2016, o livro era o mais citado em trabalhos da área de humanas do mundo. Na Biblioteconomia, as três obras mais recomendadas nas universidades são “Foundations of Library and Information Science”, de Richard Rubin; “Management Basics for Information Professionals”, escrito por G. Edward Evans e Patricia Layzell Ward e “Cataloging and Classification: An Introduction” de Lois Mai Chan. As referências ocupam, respectivamente, a 49º, 43º e 27º posições no ranking geral dos livros catalogados. O portal de notícias Quartz fez um levantamento sobre as obras literárias mais estudadas nas disciplinas de “Inglês”, “Linguagem e Literatura” e “Clássicos” das 30 melhores universidades do mundo. Confira a lista: Frankenstein, de Mary Wollstonecraft Shelley Os Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald Édipo Rei, de Sophocles Coração das Trevas, de Joseph Conrad Paraíso Perdido, de John Milton A Volta do Parafuso, de Henry James Amada, de Toni Morrison Incidentes na vida de uma garota escravizada, de Harriet Ann Jacobs Ao Farol, de Virginia Woolf Seus Olhos Viam Deus, de Zora Neale Hurston A Odisséia, de Homero Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf Hamlet, de William Shakespeare Huckleberry Finn, de Mark Twain Retrato do Artista quando Jovem, de James Joyce Drácula, de Bram Stoker Homem Invisível, de Ralph Ellison Grandes esperanças, de Charles Dickens Ezra Pound, de T. S. Eliot