quinta-feira, 25 de abril de 2013

23 de abril: Dia Mundial do Livro


23 de abril: Dia Mundial do Livro
Portal EBC23.04.2013 - 10h01 | Atualizado em 23.04.2013 - 10h22

"Os livros são a nossa mais bela invenção para compartilhar ideias além das fronteiras do espaço e do tempo”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova (CC)

Nesta terça-feira (23) é comemorado, internacionalmente, o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. A data foi instituída há 17 anos pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura – Unesco. A escolha da data se justifica por representar o aniversário de morte de dois destaques da literatura universal: William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

Em mensagem especial pela data, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, destacou a importância da celebração uma vez que promove a reflexão coletiva sobre as maneiras de melhor disseminar “a cultura da palavra escrita e de permitir que todos os indivíduos, homens, mulheres e crianças, tenham acesso a ela”. Este ano, a cidade de Bangkok, capital da Tailândia, foi designada a “Capital Mundial do Livro”. O título é um reconhecimento ao programa desenvolvido na região para a promoção da leitura entre os jovens e as camadas menos favorecidas da população.

1001 livros para ler antes de morrer


Posted: 23 Apr 2013 12:51 PM PDT
Encontrei o Blog Toca Leoa onde alguns títulos(livros) encontram-se disponíveis para download. 

1001 livros para ler antes de morrer (DOWNLOAD)

249 obras disponibilizadas gratuitamente pela Embrapa.


Posted: 24 Apr 2013 10:17 AM PDT
Foto: Sxc
249 obras disponibilizadas gratuitamente pela Embrapa.
São livros técnicos http://bit.ly/ZKdEER e científicos http://bit.ly/17fYnAS

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Marta Suplicy tira políticas de livro e leitura da Biblioteca Nacional

Marta Suplicy tira políticas de livro e leitura da Biblioteca Nacional

Folha de S. Paulo - 11/04/13

As políticas de livro e leitura do país deixarão de ser atribuição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e voltarão à estrutura do Ministério da Cultura, em Brasília.

A decisão da ministra Marta Suplicy foi consolidada na última segunda-feira, quando José Castilho Marques Neto, presidente da Editora Unesp, aceitou o convite para voltar ao cargo de secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), com mais responsabilidades do que tinha de 2006 a 2011.

A transferência de todas as políticas de livro e leitura do MinC para a FBN, oficializada em junho de 2012, na gestão de Ana de Hollanda, levou às principais críticas a Galeno Amorim como presidente da biblioteca, de 2011 até o mês passado.

Na avaliação de especialistas, o acúmulo de funções sobrecarregou a Biblioteca Nacional num momento crítico da instituição, responsável pela preservação da memória nacional --em maio, a bicentenária biblioteca deve completar um ano sem ar condicionado, uma ameaça ao maior acervo do país.

No último dia 27, Marta demitiu Galeno, substituindo-o pelo cientista político Renato Lessa. Não comentou o que faria com as políticas de livro e leitura, mas dias depois convidou Castilho a assumi-las.

Com a decisão, Marta retoma um posicionamento de Juca Ferreira como ministro da Cultura, até 2010. Na ocasião, o MinC buscava centralizar em Brasília as políticas da área, historicamente divididas entre a capital e o Rio.

INSTITUTO DO LIVRO

Esse poderá ser o primeiro passo para a criação de um novo Instituto Nacional do Livro (INL), órgão instituído em 1937 --tendo Monteiro Lobato como defensor-- e esvaziado em 1990, no governo Collor, que o transformou em um departamento da FBN.

Desde então, essas ações eram divididas entre o MinC, em Brasília, e a FBN, no Rio, com mais ou menos atribuições para cada lado conforme as mudanças de governo.

Esses trabalhos incluem formação de bibliotecários, modernização de bibliotecas, estímulo à cadeia produtiva do livro, circulação de autores pelo país e divulgação da nossa literatura no exterior.

Quando Galeno Amorim assumiu a FBN a convite de Ana de Hollanda, ficou claro que assumiria todas essas atribuições. "A ida para a FBN nunca foi um projeto definitivo, mas o possível naquele momento. O Instituto do Livro seria o ideal. Meu pai [o historiador Sérgio Buarque de Holanda] inclusive trabalhou lá nos anos 1940", disse a ex-ministra à Folha.

José Castilho sempre foi um dos maiores críticos da migração para o Rio, o que considerava um retrocesso. Quando percebeu que isso ocorreria, pediu demissão do PNLL, em abril de 2011.

Mesmo especialistas que trabalharam com Galeno e que o defendem, como Lucília Garcez, secretária-executiva do PNLL durante 2012, dizem que a biblioteca não é a instância mais adequada para essas políticas. "A estrutura não é suficiente. É necessário apoio direto do MinC, mais ágil e bem equipado."

Uma exceção é Maria Antonieta Cunha, que, em apoio a Galeno, pediu dias atrás demissão da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), sem saber que Marta já decidira levar a unidade a Brasília, sob coordenação do PNLL. "A passagem para o Rio não afetou as ações de estímulo à leitura, ao contrário do que tantos dizem."

Segundo relatório de gestão de 2012 da FBN, metas como o de modernização de bibliotecas não foram atingidas -de 241 bibliotecas previstas, foram modernizadas 82. Outras, como o apoio para aquisição de acervo por bibliotecas comunitárias, foram superadas (828, ante meta de 400).

SEM CASA PRÓPRIA

A mudança física prejudicou os trabalhos, segundo o relatório. A DLLLB, com cerca de 80 funcionários, entre servidores e terceirizados, nunca teve sua sede no Edifício Capanema, no centro do Rio. Espalhou-se por unidades. O andar prometido seria entregue neste mês.

Com a mudança agora proposta por Marta, unidades historicamente ligadas à FBN, como o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e o Proler, ficarão sob comando de Castilho.

A FBN continuará à frente da participação do Brasil como país convidado da Feira de Frankfurt, maior evento editorial do mundo, em outubro, e com o trabalho de internacionalização da literatura.

Já o PNLL terá entre as prioridades transformar em lei o Plano Nacional do Livro e da Leitura --ele está instituído por decreto-- e criar o Instituto Nacional do Livro.

E José Castilho retomará tema polêmico: o Fundo Setorial Pró-Leitura, que receberia 1% da receita de editores, distribuidores e livreiros para financiar programas de incentivo à leitura. Isso equivaleria a R$ 50 milhões por ano. O assunto está em aberto desde 2004, quando a cadeia do livro foi desonerada de impostos que chegavam a 9% do faturamento.


POLÍTICAS DO LIVRO EM 2011 e 2012

Pontos positivos

- Ampliação do programa de internacionalização da literatura brasileira

- Criação do Cadastro Nacional de Bibliotecas e protagonismo de bibliotecários na ampliação de seus acervos

- Apoio a eventos literários e caravanas de autores pelo país

Pontos negativos

- Falta de capacitação de bibliotecários anterior à seleção de títulos para acervos

- Mudanças sobrecarregaram a FBN, como a ida da Diretoria de Livro e Leitura para o Rio, onde ficou sem sede própria

- Atrasos na organização de premiações, como o Vivaleitura

Livros empoeirados? Conheça a biblioteca do futuro

Livros empoeirados? Conheça a biblioteca do futuro
Exame - 13/04/13

Quando visita-se uma biblioteca é comum precisar caminhar por vários corredores em busca do título preferido e, naquelas com manutenção precária, você também pode dar alguns espirros com a poeira. Algumas mais informatizadas até indicam o caminho a seguir para encontrar a obra desejada. Mas nenhuma delas é como a Biblioteca James B. Hunt, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Enquanto muitos decretaram o fim das bibliotecas como consequência inevitável da era digital, a estrutura impressionante da Hunt mostra um outro caminho, ressalta uma reportagem do site Fast Company. Recém-inaugurado, o edifício que abriga os livros impressiona o visitante assim que é avistado. O design foi criado pelo escritório norueguês Snøhetta e foge da tradicional “arquitetura caixa de sapato”.

Há na Hunt também o já conhecido terminal de busca de livros, mas o bookBot deixa qualquer sistema conhecido no chinelo. Assim que um usuário realiza o pedido da obra no catálogo digital, um robô é ativado num sistema de delivery que automaticamente busca o livro.

A tecnologia utilizada não é nova e já é implementada em indústrias, mas o uso para uma biblioteca é uma novidade. É até possível acompanhar os robôs enquanto eles buscam os livros pedidos.

No Dia Mundial do Livro, Unesco destaca benefícios da leitura digital

No Dia Mundial do Livro, Unesco destaca benefícios da leitura digital


Data de publicação: 23/04/2013
Por Leda Letra
Esta terça-feira, 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. A diretora-geral da Unesco, a agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, destaca que os países estão celebrando o poder dos livros em “reunir pessoas e transmitir a cultura dos povos”.
Irina Bokova afirma que a data é propícia para se refletir sobre as mudanças do mercado editorial. Para a chefe da Unesco, os “livros digitais oferecem novas oportunidades de acesso ao conhecimento, a preços reduzidos e alcançando grandes áreas geográficas.”
Internet x Papel
Bokova lembra, porém, que os livros tradicionais, de papel, ainda têm grande poder: são seguros contra a falsificação, portáteis e resistem ao “teste do tempo”. A diretora da Unesco acredita que “todos os tipos de livros contribuem de forma valiosa para a educação e disseminação da cultura e da informação”.
A cidade de Bangcoc, na Tailândia, foi escolhida pela Unesco como a “Capital Mundial do Livro 2013″, em reconhecimento a seu programa para a promoção da leitura entre jovens de classes menos favorecidas.
Bokova reforça o compromisso da agência com a promoção da diversidade editorial, da proteção da propriedade intelectual e do acesso justo aos livros. Para ela, os livros devem ser muito mais do que um objeto, porque são “a invenção mais bonita para compartilhar ideias que vão além do espaço e do tempo.”
Fonte: Rádio ONU

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Na Terra da Nuvem Branca


Na Terra da Nuvem Branca

Autor: Lark, Sarah

Editora: Europa Editora


Governanta e professora de uma rica família em Londres, Helen Davenport anseia por um casamento, mas, sem pretendentes e já perto de completar 30 anos, sabe que suas possibilidades não são boas. Quando vê, na sua igreja, um anúncio de um fazendeiro na Nova Zelândia que procura uma mulher solteira e honrada para se casar, não pensa duas vezes. Após uma breve troca de correspondências com o pretendente, decide aceitar a proposta e emigrar.
Não muito longe, no País de Gales, Gwyneira Silkham, filha de um nobre e rico criador de ovelhas, está entediada com sua vida. Durante uma negociação de matrizes com um rico fazendeiro da Nova Zelândia, seu pai aceita o desafio para um jogo de cartas aparentemente inofensivo. Acaba apostando — e perdendo — a mão de sua filha em favor do filho do fazendeiro. Surpreendentemente, em vez de se revoltar, Gwyn vê na distante colônia a chance de uma vida vibrante e plena de aventuras.
Ambientado no século 19, durante o início da colonização inglesa na Nova Zelândia, o romance Na Terra da Nuvem Branca conta a história dessas duas corajosas mulheres que mudam radicalmente suas vidas e partem rumo ao desconhecido. Elas se encontram no navio, durante a longa e perigosa viagem, e começam a construir laços de uma duradoura amizade, que será decisiva na luta para a conquista de seus ideais. 
Mesmo sendo uma história ficcional, a autora Sara Lark lança um olhar feminino sobre o momento histórico da colonização e a cultura dos nativos maoris. Destaca ainda a personalidade das mulheres e as dificuldades que enfrentam face às oportunidades que uma terra em formação oferece. E constrói uma saga envolvente e apaixonante.

Parabéns meu primo querido Stephano pelo seu trabalho como tradutor

RDA: O MODELO DE NEGÓCIO QUE INFLACIONA A CATALOGAÇÃO BRASILEIRA

RDA: O MODELO DE NEGÓCIO QUE INFLACIONA A CATALOGAÇÃO BRASILEIRA

Fernando Modesto


Desde o dia 1 de abril de 2013 (e não é mentira), a Biblioteca do Congresso (LC) dos EUA e a Biblioteca Britânica estão usando a RDA como seu padrão descritivo oficial de catalogação bibliográfica. Sobre os procedimentos que nortearam a adoção da norma pela Biblioteca do Congresso, os mesmos podem ser acessados no endereço:http://www.loc.gov/aba/rda/pdf/RDA_Long-Range_Training_Plan.pdf.

A decisão da LC e Biblioteca Britânica simbolizam a oficialização da nova norma, e de toda uma estrutura comercial mais ampla para popularizar o seu uso. Certamente, muito mais livros, artigos, cursos, seminários, grupos de discussão serão produzidos. Algum material será disponibilizado gratuitamente, e tudo mais comercializado. Neste sentido, na última edição desta coluna, discutiu-se o modelo de negócio estabelecido para acesso e uso da RDA.

Embora muitas bibliotecas brasileiras tenham condições financeiras de efetuar uma assinatura anual para o acesso à nova norma, creio que outras tantas bibliotecas dificilmente terão tais condições, ou enfrentarão grandes dificuldades, seja pela ausência de apoio institucional, ou mesmo pela impossibilidade de realizar a assinatura pessoal.

Apesar da comunidade bibliotecária brasileira não ter debatido (a meu ver), com a devida profundidade a necessidade de adotar imediatamente a RDA, o procedimento para sua adoção, ou os custos envolvidos. O cenário catalográfico atual embute um detalhe gerado pela nova economia digital – propriedade (compra de um produto), ou acesso (aquisição de uma licença renovável). Para exercer a prática catalográfica, sob novas diretrizes, pode-se tentar comprar uma versão impressa, mas enfrentando todos os custos de atualização, à semelhança da AACR2r. Eis, então, o dilema de momento dos catalogadores brasileiros (comprar o código em inglês ou fazer uma assinatura anual de acesso ao conteúdo e tudo mais em inglês).

Como frisado, tem-se um ambiente econômico digital. Recorde-se de modelos como: Apple Store e o iTunesGoogleplayAmazon, e as Editoras de Revistas Científicas. A RDA é, agora, um recurso comercializado como serviço em nuvem. Se a banda larga da biblioteca não for estável, os dias do catalogador serão de tempestades. Enquanto pagar tem (acesso), parou –logout definitivo.

Tanto no mundo da economia tradicional, quanto da digital, não existe almoço grátis. No universo das bibliotecas, o código de catalogação não é mais a compra de uma publicação única, mas de um acesso renovável por assinatura, sem anotações ou comentários a lápis nos pés de páginas. Porém, é bom salientar que a RDA não é unanimidade, nem nos Estados Unidos. Não que isto venha a afetar sua ampla adoção.

Apesar das comunicações oficiais positivas da ALA (American Library Association) e da Biblioteca do Congresso, a comunidade bibliotecária norte-americana tem expressado dúvidas sobre muitos aspectos da RDA. A começar pela declaração da RDA ser focada nos usuários. As quatro tarefas básicas do usuário, preconizadas nos princípios da FRBR, na qual a RDA em parte se baseia, não indica o envolvimento de algum estudo de usuário para a definição dessas tarefas. Nenhum estudo em particular é conhecido.

Outra preocupação se refere ao alto custo de adoção da RDA. O RDA Toolkit é oferecido por meio de uma assinatura anual de $380 dólares, com um preço básico para dois ou mais usuários. Uma assinatura anual única por usuário é oferecida no valor de $195 dólares, enquanto a edição impressa está disponível por $150 dólares (deixo ao leitor a conversão para o real).

A maioria dos catalogadores norte-americanos, atualmente, acessam a AACR2r pela versão impressa que custa $95 dólares, ou pelo recurso online  denominado Cataloger’s Desktop, que inclui dezenas de normas e ferramentas de catalogação, e cuja assinatura anual para multiusuários começa entre $525 e $685 dólares. Este recurso multiusuário que parece caro segundo padrões financeiros do Brasil, é mais vantajoso que o proposto pelo modelo de negócio da RDA. O RDA Toolkit não inclui assinatura no modelo do Cataloger’s Desktop, mas sim inscrições separadas.

Outro custo está relacionado com a atualização profissional. Nos Estados Unidos, a maioria dos catalogadores é de nível técnico, e para utilizar a RDA requerem uma capacitação específica. Portanto, pessoal capacitado para viajar a locais distantes e ministrar treinamento é caro e, mesmo o treinamento on-line ainda é caro.

Outra preocupação é que a RDA foi projetada para operar em um ambiente de informação que ainda não existe. A falada Web Semântica ainda está em desenvolvimento, e há questionamentos se ela vai realizar tudo o que é esperado. Em relação a isto, e à informatização de bibliotecas, é fato que nenhum software bibliográfico existe comercialmente para explorar todas as capacidades da RDA. Há apenas protótipos.

Bibliotecários brasileiros, o que fazer? Pagamos ao “Tio Sam” ou voltamos para as fichas lascadas, em nosso velho e saudoso MicroIsis? Na lista de catalogação “Grupo de Estudos em Catalogação” (GCAT) foi postado indicação sobre como burlar o acesso ao serviço do RDA Toolkit.

Basta acessar o site http://access.rdatoolkit.org/, e preencher no login de usuário: rda, e na senha (password): rda. Apesar de o sistema franquear por trinta dias a experimentação do serviço.

Ressalte-se que os “Gringos” não são bobos por se deixarem enganar assim. Tudo não passa de estratégia mercadológica. Recorde-se o caso da Microsoft e o seu sistema operacional Windows ou seu produto Office (de editoração de texto), os mais copiados (pirateados) do mundo. Será que a Empresa se preocupou (talvez um pouquinho)? Afinal, quanto mais pessoas copiavam mais dependentes se tornavam. O serviço RDA Toolkit parece seguir a mesma lógica: estimular a familiaridade, e a dependência psicológica e técnica.

Até mesmo, copiar os arquivos da RDA pode ser trabalho inútil. O código não está completo, e atualizações são uma constante. Quando o serviço começar para valer a tranca será eficaz, e com dosagens de acesso planejadas.

O que fazer? Bem, podemos lançar um modelo de negócio. Fichar toda a RDA e por meio do correio impresso, por carta social (mais barata), circular as regras e exemplos de registros. Uma assinatura de dez reais com acesso a uma dezena de fichas normativas. Por $1 real cada ficha fotocopiada. Podemos pensar (analogicamente) em uma pirâmide catalográfica, como aquelas pirâmides financeiras. Como dei a ideia fico no topo da cadeia alimentar dos $$ (reais). Os demais vão se desdobrando para compor seus grupos de contribuintes catalogadores, a cada $10 reais que você receber, $1 real é meu. Posso ser um bibliotecário modesto, mas não sou catalogador burro. Nada de digital para não ser rastreado, como Megaupload.

Brincadeiras a parte, há um movimento nascente contra está estrutura de disseminação da RDA. Uma alternativa é a Cooperative Cataloging Rules Blog, lançada em 2009. Estruturada para a comunidade de catalogação, e destinada a permitir que as regras atuais sejam mantidas e atualizadas por catalogadores que optam por não adotar a RDA.

Em realidade, não se tem noticias mais atuais sobre a mobilização, mas uma explicação sobre a proposta alternativa é apresentada por James Weinheimer (Diretor de Biblioteca e Serviços de Informação da Universidade Americana de Roma, Itália).

Segundo Weinheimer, muitos na comunidade bibliotecária de catalogação têm reservas sobre implementar a RDA. Eles sentem que, além dos transtornos que irá causar no dia-a-dia dos catalogadores, a RDA não vai resolver os problemas enfrentados pela comunidade de catalogação. A questão tem sido discutida em vários lugares, incluindo a literatura técnica, listas de discussão, e entre bibliotecas. A questão se agrava, ainda, pelos problemas orçamentários que as bibliotecas norte-americanas enfrentam, e não são somente os custos de reorganização, reconversão, revisão da documentação local. Mas, além da assinatura on-line, fazer uso da RDA e desenvolver novas habilidades catalográficas, especialmente para um produto que não está completo.

As bibliotecas têm preocupações legítimas. O temor de que as regras antigas não serão mais mantidas e atualizadas, portanto, que em essência não há escolha a não ser adotar a RDA, porque se as bibliotecas não o fizerem, ficarão para sempre presas no ano de 2009 (ou 2013 ou outro, sempre que venha uma atualização da RDA).

Neste sentido, a iniciativa da Cooperative Cataloging Rules é ser um espaço para construir a interpretação das regras disponibilizadas em um ambiente wiki para pesquisa e desenvolvimento. Segundo o mentor, há um grupo internacional de especialistas em catalogação dispostos a se envolverem no esforço. Mas, há necessidade da participação de muitos mais especialistas em catalogação.

O próprio James Weinheimer comenta a sua hesitação em adentrar na mobilização, até mesmo pelo apreço aos seus colegas que trabalham diligentemente na criação da RDA. No entanto, ele observa que a sua biblioteca não está em condições de adotar a RDA e nem arcar com os custos (anteriormente citados) envolvidos que inevitavelmente surgem em um projeto de grande escala como este. Apesar de acreditar na importância da biblioteca tradicional adaptar sua catalogação, em resposta às mudanças da sociedade, e no intercâmbio de conhecimento. Levanta dúvidas se a RDA realmente fará isso: fornecer às bibliotecas ou para os usuários das bibliotecas o que eles querem e precisam.

Assim, alternativas devem ser encontradas. Tudo que os bibliotecários precisam fazer é manter seus exemplares atuais da AACR2r, complementados pelas LCRIs (Library of Congress Rule Interpretations), para poder continuar a desenvolverem-se em uma forma de cooperativa global.

Abre-se parênteses para destacar que as LCRIs foram substituídas pela Library of Congress Policy Statements, que estão disponíveis gratuitamente no www.loc.gov/aba/.

Retornando aos comentários de Weinheimer, a proposta da Cooperativa é dar às bibliotecas uma escolha real, mas, também, oferecer aos catalogadores um canal de voz sobre o futuro da sua profissão. Como nada disto foi tentado antes, não há como prever o seu desenvolvimento. É presumido algo semelhante ao desenvolvimento do sistema operacional Linux, aplicado aos padrões bibliográficos. Além da questão prática, é incluído no projeto aspectos do debate teóricos.

Assim, o segundo propósito da Cooperativa é estabelecer uma base conceitual comum com outras comunidades de metadados para que se possa começar a entender um ao outro. Isto é, a antecipação do momento na qual as diferentes comunidades compartilham seus metadados de forma coerente e/ou de forma que não se pode imaginar neste momento. O compartilhamento e a cooperação de informações não pode ser uma via de mão única. Enquanto outras comunidades precisam entender as bibliotecas, há a necessidade das bibliotecas entenderem outras comunidades e as suas necessidades.

Cita-se como exemplo, o registro editado em ONIX e o registro editado em AACR2 que podem ser bastante diferentes conceitualmente, gerando confusão entre todos os interessados. Acrescente a isso as variedades recém-surgidas de recursos digitais continuamente atualizados, com anotações compartilhadas. A própria ideia de edição torna-se de difícil definição. Para que se possa cooperar, é importante que entendamos uns aos outros. Nas ações preconizadas pelaCooperative Cataloging Rules, há um lugar para essa discussão.

Antes que todos possam começar a trabalhar juntos, é preciso haver um entendimento sobre o que os outros estão fazendo, e isso é especialmente importante para aqueles que trabalham no nível prático e cotidiano. Neste aspecto, a Cooperative Cataloging Rules tenta proporcionar um espaço para a partilha e troca de conceitos bibliográficos, com ênfase na "cooperação".

Não se sabe como todo o processo irá se desenvolver, ou se haverá algum interesse em tudo que é proposto. No entanto, se o esforço não for feito nunca se saberá de seu possível sucesso. Apesar de ser uma ação aberta à participação de interessados, no inicio a intenção é contar apenas com catalogadores profissionais, e criadores de metadados para coordenar as páginas eletrônicas e as suas alterações e comentários.

Projeto envolvendo metadados tornou-se uma preocupação tão importante na atualidade. Muitos projetos de padrões de metadados são desenvolvidos de forma aberta, e isto é inevitável. Sente-se que é importante para os bibliotecários catalogadores se envolverem o mais profundamente possível. Caso contrário, todos estes desenvolvimentos importantes que ocorrem terão lugar sem eles.

Weinheimer observa que o projeto só pode funcionar com a ajuda das pessoas. Lembra que o projeto não é seu, ele é apenas o iniciador. Convida a participação pelo site:http://sites.google.com/site/opencatalogingrules/.

A proposta apresentada é uma sugestão que pode ser copiada pela comunidade brasileira de bibliotecários. Sabe-se que, institucionalmente, muitas bibliotecas estão promovendo a capacitação de suas equipes na habilitação ao novo código, mas é ação individual, e questões de fundo não são discutidas sobre a catalogação brasileira.

Não temos redes cooperativas ou consórcios de abrangência nacional. As informações sobre os destinos do histórico Bibliodata não são claras. Mesmo o código em vigor no país – AACR2r, não teve nenhuma folha atualizada desde o seu lançamento, ao que parece foi abandonado precocemente. 

Muitas bibliotecas (de médio e pequeno porte) estão alijadas deste acesso e de melhores reflexões sobre práticas adotadas. E a própria comunidade bibliotecária sequer se preocupou em instituir algum comitê, ou comissão, ou grupo de catalogadores para pensar um esboço de política de catalogação bibliográfica nacional.

Enfim, em terras tupiniquins vamos vendo a banda passar. Um evento aqui, outro acolá, mas de consistência ainda nada.

AFINAL, O QUE FAZ O BIBLIOTECÁRIO?

AFINAL, O QUE FAZ O BIBLIOTECÁRIO?

Oswaldo Francisco de Almeida Júnior

Há muitos anos ministro (ou ministrava) uma disciplina oferecida no primeiro semestre do curso de Biblioteconomia: Fundamentos da Ciência da Informação e da Biblioteconomia. Invariavelmente, boa parte dos alunos desconhecia a área e, como seus colegas, amigos e parentes, tinha dificuldade até mesmo para pronunciar o nome do curso. É mais do que conhecida a recorrente frase apresentada em sala pelos ingressantes, referindo-se à surpresa dos que lhes perguntam que curso estão fazendo: “Biblio... quê?”.

Alguns escolhem o curso por conhecerem bibliotecários ou por terem lido algo sobre a profissão. Em ambos os casos, também possuem uma visão restrita do fazer do bibliotecário. Há os que optaram pela profissão por gostarem de ler (um número muito significativo dos ingressantes), outros porque a concorrência no vestibular era menor, ainda outros porque leram algo sobre o curso, tanto em jornais como em manuais veiculados pelos organizadores de vestibular. De qualquer forma, a maioria inicia os estudos com pouco ou nenhum conhecimento das atividades, atribuições, trabalhos, necessidades, competências etc. do profissional.

Quando se encontram com amigos, mesmo depois de alguns semestres cursados, a maioria dos alunos sempre têm dificuldades para explicar, sucintamente, o que faz o bibliotecário. Titubeiam, gaguejam frente a perguntas do tipo: “O que você vai fazer depois de formado? Vai trabalhar aonde? Quais serão suas tarefas? É preciso 4 anos de estudo para fazer isso? Afinal, o que faz um bibliotecário?”.

Pretendia, como professor da disciplina, que ao final do semestre os alunos pudessem responder a essa pergunta. No início das aulas eu apresentava uma síntese do que entendo ser o fazer do bibliotecário, mesmo que o entendimento da amplitude desse fazer não ficasse tão claro. Esperava que durante o semestre, com as discussões, leituras etc., os alunos pudessem terminar a disciplina com uma ideia mais apropriada sobre o tema.

Toda tentativa de síntese é sempre simplificadora, mas, mesmo correndo esse risco, vou apresentar o que entendo ser o fazer do bibliotecário:

O Bibliotecário é o profissional que medeia a necessidade informacional e as informações que satisfaçam essa necessidade.

Muitas outras ações estão embutidas, implícitas nessa síntese. A necessidade informacional de um usuário ou de um conjunto de usuários deve ser conhecida ou, ao menos, procurada. As informações que satisfazem uma necessidade informacional estão espalhadas, perdidas no universo informacional. É preciso organizá-las, armazená-las, prepará-las para que possam ser recuperadas. É voz corrente na área que muita informação é não-informação, que informações não organizadas são não-informações. O espaço onde ocorre a mediação não precisa ser, necessariamente, físico. Hoje, discutimos como atingir o usuário que não frequenta os espaços físicos da biblioteca, do centro cultural, dos equipamentos informacionais. Como atingir o aluno que faz suas pesquisas escolares sem utilizar os espaços da biblioteca, pesquisando apenas em sites, blogs, googles e outros espaços virtuais?

A mediação não ocorre apenas no “atendimento” ao usuário, no Serviço de Referência e Informação. Ela está presente em todas as ações do bibliotecário. Nas relações que exigem e pedem a presença do usuário, fisicamente ou não, estamos no âmbito da Mediação Explícita. Já nas ações em que essa presença não é obrigatória, como nos fazeres relativos ao armazenamento e organização, estamos no âmbito da Mediação Implícita.

Importante lembrar e deixar claro: a mediação não é um momento, mas um processo. Ela envolve não só o usuário, o bibliotecário, como também o “produtor” da informação (ou da protoinformação, como prefiro chamar), os suportes com os quais o bibliotecário lida, o equipamento informacional (físico ou não), o momento em que todo o processo acontece (não um momento determinado) e a informação. Nenhum dos “personagens” elencados é neutro, isento, imparcial. Pelo contrário, todos interferem, pouco ou muito, na apropriação da informação.

Claro que este não é um tema para ser discutido em um espaço curto, mas deve ser constantemente apresentado, pois, acredito, os fazeres do bibliotecário, assim como os de qualquer profissional, se modificam, se transformam sempre, atendendo as mudanças e transformações da sociedade.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Galeno Amorim fala sobre sua saída da Fundação Biblioteca Nacional

Galeno Amorim fala sobre sua saída da Fundação Biblioteca Nacional

Jornal A Cidade, Ribeirão Preto/SP - 06/04/13
Desde o dia 27 de março, o ribeirão-pretano Galeno Amorim não é mais presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Exonerado pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, após uma gestão de dois anos e dois meses, ele fala nesta entrevista sobre seu trabalho à frente da FBN e responde às críticas que teriam motivado sua demissão.
Galeno começou a se destacar na carreira política quando foi secretário de Cultura no governo do ex-prefeito petista Antônio Palocci.
Jornalista, escritor e militante da causa do livro e da leitura, é autor de 16 títulos. Um deles é “Retratos da Leitura no Brasil”, do qual foi organizador. Confira a conversa a seguir.
A Cidade - Qual foi o motivo de sua saída da Fundação Biblioteca Nacional?
Galeno Amorim - Cumpri um ciclo na Fundação. Fui convidado pela ministra Ana de Hollanda e era natural, com a chegada de uma nova ministra e a consequente reorganização da equipe, que ocorressem mudanças em cargos chaves. A saída deveria, inclusive, ter ocorrido antes, mas acertamos de permanecer um tempo mais para concluir o projeto BN+200, que entreguei à ministra no meu último dia e será o momento mais importante da história da BN desde a construção do seu prédio sede. Saio com a consciência de dever cumprido.
Como você avalia seu trabalho nestes dois anos e dois meses de gestão?
Foi amplamente positiva, dentro de um quadro de grandes desafios e dificuldades. Criei na FBN o Centro Internacional do Livro, que implantou um bem sucedido programa de internacionalização da literatura brasileira. Demos também um passo importante para a criação de uma instituição exclusiva para gerir as políticas do livro. O Circuito Nacional de Feiras de Livro, com a Caravana de Escritores, que implantamos, terá, em 2013, mais de 200 feiras e festivais no País. Passamos a atender duas mil bibliotecas com o Programa de Acervos. E passamos a abrir a Biblioteca Nacional nos finais de semana e feriados, aumentando o número de visitantes para 700 mil por ano.
Os críticos apontaram algumas questões que teriam motivado sua saída: entre elas o acúmulo de funções da FBN e problemas estruturais na própria biblioteca e em seu acervo.
Houve, evidentemente, mais trabalho, o que não foi ruim e deu boa visibilidade à instituição. Procurei compensar o trabalho extra ampliando a equipe, descentralizando a execução de projetos e, sobretudo, aumentando minha própria carga de trabalho, de não menos de 12 horas diárias. A questão é que havia e há um acúmulo de problemas crônicos, já que a última grande reforma foi na década de 1980. Já no primeiro ano, fiz um amplo diagnóstico dos problemas e passei a criar formas de viabilizar um grande investimento, o que costuma levar tempo.
Com a sua saída, acredita que Ribeirão Preto perde cada vez mais espaço no governo de Dilma Roussef?
De forma nenhuma. O governo Dilma, assim como fez Lula, tem investido muito em Ribeirão. Embora tenha iniciado minha trajetória em Ribeirão, que é a minha cidade e da qual me orgulho muito, na verdade fui para o governo em função como gestor e especialista na questão do livro e leitura.
Acredita que o Governo Federal tem hoje uma política eficiente de incentivo à leitura?
O grande mérito do Governo Federal, mas também governos estaduais e municipais, nesta década, é que está criando e fortalecendo seus programas de incentivo à leitura como uma política de Estado. O Plano Nacional do Livro e Leitura, que eu criei, é o primeiro em 500 anos de história. Agora, por exemplo, o Ministério da Cultura tem, concentrados quase todos na FBN, mais de 40 ações na área. Isso é dez vezes mais do que uma década atrás.
Como atrair o jovem para a leitura em tempos de internet, tablets e Iphones?
Internet, tablets e outras parafernálias tecnológicas podem ajudar a atrair mais gente para a leitura. Tanto faz ler, por exemplo, “Dom Casmurro” no livro impresso em papel, no digital, no áudio ou em braile. O importante é a apropriação desse conteúdo.
Com sua saída da FBN você volta para Ribeirão Preto?
Estou morando no Rio, mas mantenho meu apartamento no centro de Ribeirão. Adoro a cidade, que foi onde eu nasci e estão meus amigos e familiares. Antes da Biblioteca Nacional, mantinha minha vida profissional em São Paulo e passava quase todo o tempo em agendas pelos Estados ou fora do País. Farei a mesma coisa agora, com palestras, consultorias, projetos e, sobretudo, minha militância em favor dos livros e da leitura. E estou doido para voltar a escrever meus livros.
Como está o projeto da biblioteca-parque no antigo prédio da Cianê em Ribeirão?
Deixei o projeto muito bem encaminhado junto ao Ministério da Cultura e é fundamental uma ação de governo para sua concretização, já que o período eleitoral interrompeu, por lei, o processo. Ribeirão é a única grande cidade paulista que não possui uma grande biblioteca municipal. Estando fora do governo, estarei a postos para continuar ajudando, agora como cidadão e militante da causa.
Eduardo | 12 abril 2013 às 8:38 am | Tags: Fundação Biblioteca Nacional | Categorias: 


quinta-feira, 11 de abril de 2013

A gente não quer só comida

A gente não quer só comida
MARTA SUPLICY
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/88803-quota-gente-nao-quer-so-comidaquot.shtml

O Vale-Cultura pode, sim, ser o "alimento da alma". Por que não? Pela primeira vez o trabalhador terá um dinheiro para o consumo cultural
Folha publicou editorial ("Vale-populismo", 10/1) crítico do Vale-Cultura (VC). Chama de "populismo" e promoção pessoal e eleitoreira projeto de lei que buscava aprovação desde 2009. Com a regulamentação do VC, empresas poderão passar R$ 50 a seus funcionários que recebam prioritariamente até cinco salários mínimos (R$ 3.390) para gastarem em cultura.
O Brasil nos últimos anos, com Lula e agora Dilma, tem dado passos gigantescos para acabar com a miséria. Não preciso citar os números dos que hoje comem nem dos que hoje entraram na classe média. O Bolsa Família, trucidado pela oposição, hoje é comprovadamente um instrumento de erradicação da pobreza.
O Vale-Cultura pode, sim, ser o "alimento da alma". Por que não? Pela primeira vez o trabalhador terá um dinheiro que poderá gastar no consumo cultural: sejam livros, cinema, DVDs, teatro, museus, shows, revistas...
Lembro que, quando fizemos os CEUs (Centro Educacional Unificado), na pesquisa (2004) realizada no primeiro deles, na zona leste, 100% dos entrevistados nunca tinham entrado num teatro e 86%, num cinema. Quando Denise Stoklos fez seu espetáculo de mímica, a plateia se remexia inquieta até entender a linguagem e não se ouvir uma mosca no teatro, fascinado.
Fomento ao teatro, aquisição de conhecimento e bagagem cultural! Não foi à toa que Fernanda Montenegro ficou pasma com a plateia dos CEUs. Essas pessoas, se tiverem criado gosto, finalmente poderão usufruir e escolher mais do que hoje podem. E os que não têm CEU têm televisão e conhecem o que é oferecido para determinado público. Sabem também o que aparece no bairro. E sabem que não podem ir.
Existe toda uma multidão de brasileiros (17 milhões) que hoje ganha até cinco salários mínimos (R$ 3.390) que potencialmente poderão, além de comer, alimentar o espírito. Este é um projeto de lei que toca duas pontas: o cidadão que vai consumir e o produtor cultural que terá mais público para sua oferta.
Quando chegarmos nesse potencial, serão R$ 7 bilhões injetados na cultura. Nossa previsão é atingir R$ 500 milhões neste ano.
Em 2008, o Ibope realizou pesquisa sobre indicadores de cultura no Brasil e mostrou que a grande maioria da população está alijada do consumo dos produtos culturais: 87% não frequentavam cinemas, 92% nunca foram a um museu; 90% dos municípios do país não tinham sala de cinema e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança.
Segundo a Folha, estaremos incentivando blockbusters e livros de autoajuda. Visão elitista. Cada um tem direito de consumir o que lhe agrada. Não esqueço quando, visitando um telecentro, fiquei indignada que a maioria dos jovens estava nos chats de um reality show. Fui advertida pela gestora: "Esse é um instrumento que eles estão aprendendo a usar. Depois, poderão voar para outros interesses. Ou não".
Não custa lembrar que a fome pelo acesso à cultura é enorme, o que ficou evidente nas filas quilométricas na mostra sobre impressionistas quando apresentada gratuitamente pelo Banco do Brasil.
O que a Folha também menosprezou é a enorme alavanca que o VC pode representar e desencadear na economia. A cadeia produtiva da cultura é o investimento de maior rentabilidade a curto prazo. Para uma peça de teatro, você vai desde os artistas, ao carpinteiro, cenógrafo, vestuário, iluminador...
Quanto ao recurso ir para formação e atividades de menor sustentação comercial, citadas como prioritários pela Folha, os editais do ministério, os Pontos de Cultura, têm exatamente essa preocupação, assim como os CEUs das Artes e Esporte que são, no momento, 124 em construção no país.
"A gente quer comida, diversão e arte." (Titãs)
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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Labirinto - Kate Mosse

Capa: Labirinto


Sinopse: Em Julho de 1209: na cidade francesa de Carcassonne, uma moça de 17 anos recebe do pai um misterioso livro, que ele diz conter o segredo do verdadeiro Graal. Embora Alaïs não consiga entender as estranhas palavras e símbolos escondidos naquelas páginas, sabe que seu destino é proteger o livro. Será preciso grandes sacrifícios e muita fé para garantir a segurança do segredo do labirinto – um segredo que remonta a milhares de anos, e aos desertos do antigo Egito…
Julho de 2005: durante uma escavação arqueológica nas montanhas ao redor de Carcassonne, Alice Tanner descobre por acaso dois esqueletos. Dentro da tumba escondida onde repousavam os antigos ossos, experimenta uma sensação de malevolência impressionante, e começa a entender que, por mais impossível que pareça, de alguma forma ela é capaz de entender as misteriosas palavras ancestrais gravadas nas pedras. Mas já é tarde demais, Alice percebe que acaba de desencadear uma aterrorizante seqüência de acontecimentos que é incapaz de controlar, e que seu destino está irremediavelmente ligado à sorte dos cátaros, oitocentos anos antes.
(sinopse da contracapa)

Sepulcro - Kate Mosse

sepulcro kate mosse [Romance] Sepulcro   Kate Mosse


Sepulcro, segundo livro da trilogia de Kate Mosse, tornou-se imediatamente um best-seller, seguindo a trajetória de seu antecessor, Labirinto. Alcançou o primeiro lugar na lista do Reino Unido e de vários outros países como Canadá, França e Itália. Atualmente a autora negocia os direitos de adaptação para o cinema dos dois livros.
Em Sepulcro, duas histórias paralelas estão separadas por mais de um século. Em outubro de 1891, a jovem Léonie Vernier e seu irmão Anatole saem apressadamente de Paris para o Domaine de la Cade, a imponente propriedade da família de sua mãe, próxima da cidadela medieval de Carcassonne. O rapaz corre risco de vida e divide um segredo com sua tia Isolde, que mora no local. Logo, Léonie também terá seu segredo guardado sob a copa das árvores das florestas escuras da região, dentro da sinistra câmara mortuária que ali se esconde desde tempos imemoriais. E cuja chave é um baralho de tarô muito particular, de poder inimaginável.
Mais de cem anos depois, em outubro de 2007, a bordo de um trem recém-saído de Paris, Meredith Martin tem muito sobre o que refletir. O que a leva ao exclusivo Hotel Domaine de la Cade parece ser apenas a pesquisa de uma biografia do compositor Claude Debussy. Mas ela sabe que há mais: o desejo de descobrir as origens de sua família, que parecem remontar à misteriosa região. A velha partitura de piano amarelada e as fotos antigas que foram só o que sua mãe lhe deixou são a única chave de que dispõe. E as cartas, em que até então nunca acreditara.
As encruzilhadas que ligam Léonie e Meredith são o grande mistério de Sepulcro. Os antigos enigmas que as cercam – se desvendados – podem levar a um grande tesouro, de serenidade e crescimento pessoal. Afinal, em Carcassonne “nenhum contador de histórias fica sem inspiração e nenhum visitante consegue escapar ao charme, à beleza e ao esplendor de um paraíso natural esculpido pelo tempo”, revela Kate Mosse.


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