quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bibliotecas públicas: bibliotecas para o público

http://bsf.org.br/wp-content/uploads/2011/08/Texto01.pdf
Bibliotecas públicas: bibliotecas para o público
algumas notas para uma reflexão estratégica sobre as bibliotecas públicas
Por Filipe Leal
Biblioteca Municipal de Vendas Novas
Resumo
É feita uma reflexão em torno da biblioteca pública na comunidade que serve, designadamente o seu posicionamento
estratégico perante esta, os serviços prestados e a cultura
organizacional que lhe está subjacente. No âmbito da filosofia de funcionamento apresentada, que pressupõe que a biblioteca pública seja equacionada em função do público que
serve, são ainda abordadas as questões de promoção da
leitura, estratégias de funcionamento globais adequadas à
realidade nacional e ainda a qualificação sistemática dos recursos disponíveis.
A tese presente no título desta comunicação (bibliotecas públicas: bibliotecas
para o público) parece ser uma daquelas ideias tão óbvias que carecem de uma
abordagem mais aprofundada. Todavia, será que esta tese é efectivamente posta
em prática nas bibliotecas públicas portuguesas?
Essencialmente, podemos perspectivar o funcionamento de uma biblioteca pública
em função dos recursos disponíveis ou em função da comunidade a servir. Em Portugal, consciente ou inconscientemente, tem-se optado pela primeira destas opções.
Não é pois de admirar que ao tentarmos caracterizar as nossas organizações deparemos com o seguinte quadro institucional:
 missão institucional: adquirir, tratar, organizar e disponibilizar documentos
 organização dos fundos documentais segundo sistemas disciplinares de saberes
 perspectivação dos serviços em função dos recursos documentais
 pouca segmentação dos públicos: serviços genéricos / utilizadores indiferenciados
 pouca utilização das TIC nas rotinas de funcionamento e no acesso à informação
 concentração dos esforços do pessoal no tratamento e disponibilização dos documentos
 gestão burocrática e administrativa, a tónica é colocada nas rotinas técnicas
 forte hierarquia vertical, que separa os técnicos decisores dos técnicos executantes
 (em suma) biblioteca pública: instituição neutra, estática e reactiva
Tendo em conta estas características torna-se óbvio, no nosso ponto de vista, que
não existe uma correspondência efectiva entre aquela tese e a sua aplicação na
prática. É neste contexto que surge esta comunicação, cujo principal objectivo é o
de apresentar algumas notas de uma reflexão estratégica sobre as bibliotecas públicas portuguesas, estruturada em três níveis intimamente relacionados: visão estratégica, onde são apresentadas as características de uma biblioteca pública que corresponda àquela tese; cultura organizacional, onde são apresentados os princípios
de uma nova cultura organizacional que corresponda a essa visão estratégica; filo-sofia de funcionamento, onde são apresentadas as opções estratégicas de funcionamento que correspondem a essa cultura organizacional.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CDD on line

link da CDD on line

http://www.sisdoc.com.br/biblioteca/apoio_cdd.php

Pacto pela Biblioteconomia Brasileira‏

Pacto pela Biblioteconomia Brasileira
Daniela F. A. Oliveira Spudeit
Bibliotecária CRB 14ª 791/Pedagoga
Mestre em Ciência da Informação/UFSC

Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação
Maceió, 10 de agosto de 2011.
Reunião dos Conselhos, Associações e Sindicatos de Bibliotecários brasileiros
Frente às atuais necessidades da formação profissional configurados pelos:
· novos modelos de formação acadêmica
· educação continuada e as demandas do mercado
· mercado de trabalho ocupado por outros profissionais
· fortalecimento da área de P&D no país
e os conquistas das entidades de classe em prol do exercício profissional tais como:
· instalação de bibliotecas escolares (Lei n. 12244)
· valorização da leitura e de formação de leitores (censos das bibliotecas públicas municipais)
· valorização da biblioteca pública (projeto MinC)
e perante aos desafios propostos pela atual conjuntura brasileira, tais como:
· Sistema de regulação profissional – desregulamentação das profissões e demanda dos profissionais por maior qualidade na governabilidade das instituições.
· Integração profissional e social – reconhecimento do papel social da profissão, reconhecimento do papel das entidades profissionais, inserção no contexto latinoamericano das entidades.
· Maior quantidade de profissionais formados – Redução do tempo de formação (Cursos seqüenciais, tecnólogos e à distância) para atender Leis como exemplo a Lei 12.244.
· Alguns cursos de Biblioteconomia que tiveram a nomenclatura alterada (gestão e ciência da informação).
· Existência de técnicos e auxiliares com formação específica.
· Educação continuada com espaços assumidos também por outros profissionais com outras formações (interdisciplinaridade).
· Perfil do profissional da área – censo profissional CRB
· Governabilidade das instituições da área: ausência de articulação entre as entidades de classe em busca de um bem comum, ausência de lideranças, desconhecimento por parte dos profissionais do papel de cada instituição e que implica na pouca visibilidade institucional, pouco envolvimento dos profissionais com suas entidades, o que compromete a continuidade das ações.

Perante este cenário definiu-se elaborar o PACTO PELA BIBLIOTECONOMIA BRASILEIRA: O que de fato queremos para o futuro da Biblioteconomia no Brasil? É necessário construir um Projeto Político para a Biblioteconomia Brasileira para estabelecer coletivamente o que fazer, como fazer e as responsabilidades de cada ator no pacto.

Caminhos a percorrer a partir deste evento:
Estabelecer a constituição deste pacto para construir este projeto político e levar esta discussão para a base dentro das associações, conselhos, sindicatos, universidades de Biblioteconomia e Ciência da Informação para definir as responsabilidades de cada ator no pacto para criar um plano de ação.
Convido todos os bibliotecários interessados nesta causa que envolve o destino da nossa profissão em nosso país para se integrar junto aos conselhos, associações e/ou sindicatos de bibliotecários em seus estados para construirmos coletivamente este projeto político.Em Santa Catarina, em breve será realizada uma reunião e convidaremos todos os bibliotecários catarinenses para este debate.

Precisamos nos unir para defender nossa profissão perante o atual cenário social e político. Se não houver união e participação dos bibliotecários para defender esta causa, em breve nossa profissão pode ser desregulamentada e enfraquecida.
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At.te.,
____________________________
Daniela F. A. Oliveira Spudeit
Bibliotecária CRB 14ª 791/Pedagoga
Mestre em Ciência da Informação/UFSC
Currículo: http://lattes.cnpq.br/4660698668153332


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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

AÇÃO CULTURAL E BIBLIOTECA PÚBLICA, NOVOS CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

AÇÃO CULTURAL E BIBLIOTECA PÚBLICA, NOVOS CAMINHOS
PARA A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO
ANDRÉIA S. RIBEIRO
*
(asribeiro2001@yahoo.com.br)
VANDA ANGÉLICA CUNHA
**
(avangeli@ufba.br)
RESUMO: Trata da ação cultural em bibliotecas públicas como interação e integração da
instituição aos usuários na expressão da diversidade cultural. Aborda o processo de ação
cultural nas bibliotecas públicas de Salvador através da análise de conceitos propostos por
autores consagrados no tema. Analisa a estrutura e a dinâmica das práticas cotidianas
considerando sua importância na educação e no desenvolvimento humano. Objetiva
disseminar os frutos desse estudo para sensibilizar outras unidades de informação e ocorreu
em bibliotecas de governo estadual, governo municipal e em uma fundação particular com
uma biblioteca aberta à comunidade. Investigou o campo com questionários estruturados.
Ofereceu resultados do ponto de vista estrutural e da concepção que bibliotecários e
usuários têm do tema. Conclui por identificar um modelo de ação cultural distante do
sistema conceitual e por apontar novos caminhos no desempenho de suas funções.
Acredita-se que maior difusão da experiência resulta em mudanças do cenário encontrado.
Palavras-Chaves: Ação cultural; Bibliotecas Públicas – Salvador.

*

AS FUNÇÕES BÁSICAS DA BIBLIOTECA PÚBLICA

AS FUNÇÕES BÁSICAS DA BIBLIOTECA PÚBLICA
Para que uma biblioteca torne-se verdadeiramente pública, faz-se necessário assumir as seguintes funções: educativa, cultural, recreativa
e informacional.
Antes de descrever essa categorização, é interessante salientar que, na prática, as funções acima destacadas encontram-se interrelacionadas, não sendo possível trabalhá-las isoladamente.
Porém, como nossa intenção liga-se à exposição dessas funções de forma didática, visou-se apresentá-las separadamente para que o processo de compreensão ocorra com maior qualidade.
No que se refere à educação, Susana P. M. Muller (1984) afirma que a função educacional não deve ser entendida como sendo a mesma da escola ou da educação de massa, pois a biblioteca deve visar o benefício da sociedade através da prática de leitura, sem ganhar
grandes abrangências, ou seja, apenas estimular o uso dos livros.
Contudo, junto à evolução histórica dos papéis e objetivos atribuídos às bibliotecas, observa-se que, inicialmente, sobretudo ao final do século XIX, a razão de afirmar que a origem da biblioteca de caráter público correspondeu, eminentemente, à função educacional, haja vista que esse tipo de biblioteca nasceu a partir das reivindicações da população em obter um maior acesso à educação (Nogueira, 1986).
De acordo com Walkíria Toledo de Araújo (1985), a biblioteca pública, desde seus primórdios até os dias atuais, constitui-se em uma instituição educativa por excelência. Todavia, não deve oferecer seus serviços apenas aos públicos real e potencial, bem como voltar-se unicamente à educação formal − entendida como sendo a pesquisa escolar.
Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que a função educativa desenvolvida pela biblioteca pública deve ser entendida como sendo as atividades que servirão, exclusivamente, como complemento, suporte e apoio à educação formal, sem, contudo, deixar de atender à educação não-formal e a informal

Isso implica dizer que a biblioteca pública deveria se preocupar não só com o público estudantil, devido o fato de que, atualmente, 90% dos usuários freqüentadores da biblioteca são constituídos por alunos, sobretudo, dos níveis fundamental e médio, como destaca Oswaldo Francisco de Almeida Júnior (1997), mas também com o público
potencial e, sobretudo, o não-público.
Para isso, necessitar-se-ia modificar os objetivos da biblioteca, alterando-se sua postura, suas atitudes e atividades para abranger a comunidade em geral, isto é, o público alfabetizado, o neo-alfabetizado e o não-alfabetizado.
A parte cultural é denominada a segunda função básica da biblioteca pública, sendo que esta foi incorporada somente na primeira metade do século XX.
Na prática, a função cultural é pouco desenvolvida, pois esta confunde-se com o caráter erudito, de superioridade, não estando, portanto, disponível ao público em geral.
Porém, o desenrolar dessa função deve ser entendida como sendo todo e qualquer tipo de manifestação artística oferecida à comunidade, dando, segundo Ana Maria Cardoso de Andrade e Maria Helena de Andrade Magalhães (1979), aos indivíduos a oportunidade “de contato, participação, apreciação das artes, proporcionando ambiente agradável, estimulando e agindo, tanto quanto possível, como contra-peso à cultura comercialmente orientada de nossos dias”
Isso implica dizer que a biblioteca poderia oferecer desde uma programação de música clássica, ópera, ballet, até algumas sessões de cinema, vídeo e TV, abrangendo, também, um acervo de literatura emnível variado, palestras, debates, exposições, conferências, concertos,cursos e tudo o mais que se possa imaginar em favor da cultura.
É interessante salientar que não é pretensão da biblioteca pública ocupar o espaço dos museus, galerias de artes ou instituições afins, nem mesmo servir como influenciador de opiniões. Todavia, pelo fato de se continuar concebendo a cultura como algo que leva apenas ao refinamento, acaba deixando de lado a incultura, a ignorância e a
rudeza.
A função recreativa ou de lazer, embora tenha sido criada na mesma época que o processo cultural, é vista como sendo a que mais vem perdendo espaço junto aos meios de comunicação, uma vez que a mídia relega o hábito de leitura para segundo plano.
Com o intuito de promover o gosto pela boa leitura, a partir do detrenimento, a função recreativa visa atender a uma importante necessidade social, que é o equilíbrio psíquico.
Em sendo assim, a finalidade dessa função corresponde ao oferecimento de uma leitura descompromissada e de livre escolha para proporcionar ao público que a procura o relaxamento e/ou recreação do indivíduo, cuja rotina encontra-se inserida nas pressões exercidas pela vida moderna, como destacam Andrade e Magalhães (1979).
Isso não implica dizer que essa função proporcionará à biblioteca um estado de desordem, pelo contrário, através da aparente leitura descompromissada, esta poderá tornar-se indispensável para a comunidade que, apriori, irá procurá-la apenas para a obtenção de uma
leitura que desperte a imaginação, ficção, criatividade ou, simplesmente,prazer estético, a fim de obter uma forma de evasão e de compensação.
Progressivamente, esse mesmo público que solicitava apenas a leitura descompromissada, começará a se interessar pelos demaisgêneros literários existentes no acervo da biblioteca, podendo a vir se tornar um usuário real.
Por fim, destaca-se a função informacional, cuja origem deu-se a partir da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente, após os anos 50.
Inicialmente, essa função foi implantada nos Centros Referenciais dos Estados Unidos, sendo em seguida, difundida à Inglaterra.
Para se manter como uma instituição relevante à comunidade, a biblioteca percebeu que deveria fornecer a informação de forma cada vez mais confiável, rápida e, principalmente, com qualidade.
É válido ressaltar que a função informacional foi resultante não só da finalidade de encontrar um meio de se manter importante, necessária e imprescindível à comunidade, mas também devido sua própria existência encontrar-se ameaçada, em decorrência da falta de verbas.
Durante o desempenho dessa função, os serviços que a biblioteca deveria oferecer ao público em geral, liga-se à informação que corresponde à necessidade das pessoas que a solicitam, tornando-se, portanto, de vital importância para a comunidade, mesmo que tal
solicitação seja uma informação do cotidiano, conhecida como utilitária.
Por esse tipo de informação, entende-se como sendo aquela que não se encontra apenas no suporte tradicional, sobretudo no livro, pois “A ênfase portanto, do trabalho do bibliotecário deve estar voltada para a disseminação das informações e não para promover,
exclusivamente, o acesso dos usuários ao suporte dessas informações. Até hoje o profissional da área não assumiu nem percebeu o papel que deve desempenhar para a sociedade” (Almeida Jr., 1997:56).
Desenvolver essa função implica na prestação de serviço junto à informação que visa satisfazer as necessidade imediatas da comunidade, não estando, por sua vez, localizada nos documentos existentes na biblioteca, já que se volta para as questões de esclarecimentos diversos, endereços de pessoas ou instituições, indicação de emprego, pontos turísticos, preços de hotéis, etc. (Nogueira, 1983; Vergueiro, 1988).
Diante do exposto, é interessante resgatar que as quatro funções descritas não caminham isoladamente, pelo contrário, encontram-se interligadas entre si, bem como não são exclusivas, uma vez que somente através da união entre elas é que a biblioteca poderá tornar-se uma instituição verdadeiramente pública.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por biblioteca pública, entende-se como sendo aquela que visa oferecer seus serviços à comunidade em geral, voltando-se, portanto, ao público alfabetizado, neo-alfabetizado e não-alfabetizado, independente de sua cor, raça, sexo, faixa etária e classe social.
De acordo com a historiografia, a origem da biblioteca verdadeiramente pública, deu-se nos países anglo-saxônicos, a partir daSegunda metade do século XIX, devido refletirem as necessidades do povo, haja vista que foram resultantes das suas reivindicações, em favor
da democratização da educação.
Com base em Lívia Marques Carvalho (1991), observa-se que, apesar das bibliotecas que se localizaram nos Estados Unidos terem sido criadas, praticamente, na mesma época que as bibliotecas da Inglaterra, estas atuaram em um outro contexto, em relação àquelas, já
que para a realidade americana, a função educativa correspondeu à oferta de oportunidade aos homens de forma igualitária − democratização da educação −, enquanto que na inglesa serviu apenas para a manutenção da ordem.
No que diz respeito às práticas das bibliotecas públicas brasileiras,pode-se observar que, desde seu início, apresentaram um caráter elitista − conservando o bem público biblioteca apenas à pequena parcela que pode e sabe utilizá-la −, fechando, desta forma, suas portas a quem realmente precisavam delas, isto é, o não-público.
Em sendo assim, apesar de defenderem o caráter público, negligenciam sua função pública, pois não se voltam para a comunidade em geral − que não se identifica com o ato de ler −, não sendo reconhecida, portanto, pelos cidadãos que a cercam, causando conflitos
nos papéis a serem desempenhados, uma vez que ela se reserva ao direito de cumprir suas funções de forma a não responder aos interesses da população em geral, não acompanhando, assim, as transformações sociais.
Com efeito, para transformar cidadãos críticos, a partir do hábito de leitura, ao cumprir as quatro funções básicas − educacional, cultural, recreativa e informacional −, a biblioteca pública passa a desempenhar verdadeiramente seu papel público, haja vista que visará atender àsdemandas coletivas, colocando-se como um espaço para contestação e
desnudamento dos interesses ideológicos, local adequado para fortalecer dinamicamente as transformações sociais, sendo capaz de contribuir para as alterações no âmbito das sociedades que, através do conhecimento, desvelam o mundo e buscam a qualidade de vida para todos os que nelas vivem.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Bibliotecas públicas e bibliotecas alternativas. Londrina: UEL, 1997. 171p.
ANDRADE, Ana Maria Cardoso de. Objetivos e funções da biblioteca pública. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.8, n.1, p. 48-59, mar.1979.
_________________, MAGALHÃES, Maria Helena de Andrade. Objetivos e funções da biblioteca pública. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.14, n.1, p.106-122, mar.1985.
ARAÚJO, Walkíria Toledo de. A biblioteca pública e o compromisso social do bibliotecário. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.14, n.1, p. 106-22, mar.1985.
CARVALHO, Lívia Marques. Biblioteca, instituição preservadora da cultura dominante? Inf. Soc., João Pessoa, v.1, n.1, p.33-43, 1991.
FLUSSER, Victor. Uma biblioteca verdadeiramente pública. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.9, n.2,p. 131-138, set.1980.
FONSECA, Edson Nery da. Introdução à Biblioteconomia. São Paulo: Pioneira, c1992. 153p.
GOMES, Sônia de Conti. Biblioteca e sociedade: uma abordagem sociológica. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.11, n.1, p.14-21, mar.1982.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Tradução: Pedro Maia Soares. 4. reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 405p.
MILENESI, Luiz. O que é biblioteca. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983. 107p.
MULLER, Susana P. M. Bibliotecas e sociedade: evolução da interpretação de função e papéis da biblioteca. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.13, n.1, p. 7-54, mar.1984.
NOGUEIRA, Maria Cecília Diniz. Biblioteca pública: a ambivalência de seu papel. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.15, n.2, p. 222-248, set.1986.
_____________. A realidade da biblioteca pública. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.12, n.2,p.205-212, set.1983.
OLIVEIRA, José Teixeira. A fascinante história do livro: Grécia e Roma. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993. V.4.
SERRAI, Alfredo. História da biblioteca como evolução de uma idéia e de um sistema. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG,Belo Horizonte, v.4, n.2, p. 141-161, set.1975.
TAYLOR, Mitsi Westphal. Bibliotecas públicas em sociedades periféricas: propostas para um modelo à luz da teoria da delimitação dos sistemas sociais. Florianópolis: UFSC, 1986. (Dissertação, Mestrado em Administração).
VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Bibliotecário e mudança social: por um bibliotecário ao lado do povo. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v.16, n.2, p.207-215, jul./dez.1988.
WADA, Madalena Sofia Mitoko. Democratização da cultura nas bibliotecas infanto-juvenis. Belo Horizonte: UFMG, 1985. (Dissertação, Mestrado em Biblioteconomia)

Mashup

Mashup
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um mashup é um website ou uma aplicação web que usa conteúdo de mais de uma fonte para criar um novo serviço completo.
O conteúdo usado em mashups é tipicamente código de terceiros através de uma interface pública ou de uma API. Outros métodos de codificação de conteúdo para mashups incluem Web feeds (exemplo: RSS ou Atom), Javascript e widgets que podem ser entendidas como mini aplicações web, disponíveis para serem incorporadas a outros sites.
Assim como os blogs revolucionaram a publicação online, os mashups estão revolucionando o desenvolvimento web possibilitando a qualquer um combinar dados de fontes como o eBay, Amazon.com, Google, Windows Live e Yahoo! de maneiras inovadoras. Uma maior disponibilidade de APIs leves e simples tem possibilitado mashups relativamente simples de projetar. Requerem um conhecimento técnico mínimo e os mashups feitos sob encomenda muitas vezes apresentam inovações que eram consideradas improváveis, combinando uma nova disponibilidade pública de dados e novos caminhos criativos.
Algumas vezes encontrou-se também referências aos termos aplicação situacional ou ad hoc sites, referindo-se aos mashups.
Em 2004, o termo Web 2.0 foi cunhado em uma conferência da O’Reilly Media, referindo-se a uma assim chamada “segunda geração” de aplicações web, caracterizadas por um grau maior de interação e colaboração entre usuários. De lá para cá, o termo passou a ser constantemente utilizado pelo mercado, na esteira do rápido crescimento de um número significativo de blogs, comunidades virtuais, wikis e outras aplicações.
Em "What is the Web 2.0"([1]), Tim O’Reilly menciona que o conceito da Web 2.0 não possui fronteiras rígidas. Mas, de uma forma geral, pode-se entendê-la como um conjunto de princípios e práticas.
Alguns desses princípios são:
Web como plataforma (de serviços): O’Reilly menciona duas aplicações surgidas antes da criação do termo Web 2.0, como exemplos de utilização da web como uma plataforma de serviços: DoubleClick (propaganda) e Akamai (serviços de caching de informação).
Oferta de serviços e não pacotes de software.
Arquitetura focada em participação.
Escalabilidade.
Mistura de fontes de dados e de transformação de dados.
Software utilizável em vários tipos de dispositivos.
Aplicações que atuam como potencializadores da inteligência coletiva.
É neste contexto em que os mashups se inserem, pois podem ser considerados um dos tipos de aplicação da chamada Web 2.0. E não seria exagero dizer que eles sejam, talvez, o tipo que mais se adere aos princípios da Web 2.0.

[editar]Exemplos

WikiCrimes
musicplace
Django People
Chicago Crime
Criticar BH - @criticarbh - Belo Horizonte - A crítica como fonte de inovação em processos

Arquitetura de um Mashup

Em Mashups: The New Breed of Web Applications [2], Duane Merrill propõe que, em termos de arquitetura, uma aplicação mashup é constituída pelos seguintes elementos:
Provedores de conteúdo (ou de APIs),o mashup site a aplicação cliente (tipicamente, um navegador).
Os provedores de conteúdo normalmente publicam seu conteúdo através de APIs, que implementam protocolos ou paradigmas de interação baseados nos princípios REST, tais como RSS, Atom ou SOAP. Em alguns casos, o provedor de conteúdo não foi necessariamente preparado para ser utilizado por outra aplicação. Ou seja, seu conteúdo é utilizado na composição de um mashup, sem que o criador do site ou aplicação o tenha concebido para tal tipo de interação. Nestes casos, como não há uma API previamente definida, os construtores de mashup podem utilizar uma técnica chamada de screen scrapping para obter conteúdo desses sites.
Uma outra forma de publicar conteúdo para a construção de mashups é através de widgets, que são pedaços de códigos que podem ser incorporados pelas aplicações mashup.
O mashup site é onde reside a lógica da aplicação. Não necessariamente a execução da aplicação (ou de parte dela) ocorrerá no servidor do mashup site. Isto porque várias partes da aplicação poderão ser executadas no provedor de conteúdo ou na aplicação cliente (browser).
Um dos principais exemplos de mashup site é o [3]. Neste caso, Google Maps (fornecendo os mapas) e o Departamento de Polícia de Chicago (fornecendo os dados das ocorrências de crime) são os fornecedores de conteúdo.
De fato, pode-se entender que o grande diferencial desse tipo de aplicação está na possibilidade de combinar dados resultantes de computação em vários pontos (nos três elementos da arquitetura) para obter o resultado final do mashup.
A aplicação cliente tipicamente é um navegador sendo executado no computador do usuário. Nele executa-se a lógica para a apresentação do conteúdo. Muitas vezes, utiliza-se alguma lógica rodando no cliente para compor e agregar o conteúdo, além da apresentação propriamente.

Tecnologia e padrões que suportam os Mashups

Ao analisar a arquitetura proposta, percebe-se que essa baseia-se num paradigma que, de certa forma, já era utilizado pelos protocolos e padrões da web. Ao utilizar pequenos “pedaços” de software, como os antigos contadores de acesso, ou mesmo pedaços de client-side code (como os códigos em JavaScript), os criadores de sites já estavam, de certa forma, montando mashup applications.
Assim, não seria errado entender que os mashups são, na verdade, uma natural evolução dos paradigmas anteriores, com a possibilidade de agregar conteúdo mais dinâmico (extraídos de bases de dados), e de apresentá-los em formatos distintos, combinados com outras informações.
Neste ponto, é interessante apresentar algumas das tecnologias e padrões que suportam o conceito de mashups. Tome-se como base os três elementos considerados os componentes de uma aplicação mashup.
Os provedores de conteúdo publicam serviços ou APIs para que outras aplicações obtenham informações de seus sites. De maneira ideal, esses serviços ou APIs devem funcionar de acordo com os princípios de arquitetura conhecidos como REST.
REST é definido por Roy Thomas Fielding como “um estilo de arquitetura para sistemas distribuídos de hipermídia”. REST define um conjunto de propriedades com ênfase na escalabilidade, uso de interfaces genéricas, implantação de componentes independentes, além do uso de componentes intermediários para reduzir latência, prover segurança e encapsular sistemas legados.
Mas, além dessas tecnologias básicas da web, pode-se identificar outras tecnologias mais recentes (ou seria melhor dizer, modelos de aplicações), cuja evolução permitiu o surgimento e a disseminação dos mashups. Não se pretende que a lista a seguir seja extensiva, dada a diversidade e o dinamismo da web, mas podemos citar Web feeds, Ajax, Web Services (SOAP), Screen Scrapping e Web semântica (RDF).

Classificação dos mashups

Considerando-se a natureza dinâmica e, até certo ponto, anárquica da web, seria de certa forma até arriscado propor algum tipo de classificação dos mashups. Porém, como há algumas propostas diferentes de classificação, entende-se que é interessante mostrar essas possibilidades, a título de informação.
No artigo da Wikipedia (Mashup (web application hybrid)) em inglês, os mashups são classificados, conforme a sua destinação, como consumer mashups, data mashups e enterprise mashups. Mas esta classificação pode ser melhorada, pois um dos tipos mencionados (data mashups) poderia pertencer a uma dimensão de classificação diferente de dos outros dois. Ou seja, pode-se entender que um data mashup pode ser também classificado como um consumer mashup, por exemplo.
David Linthicum em "Critical Business Data for Mashups, SOAs, and Enterprise Applications"(http://www.kapowtech.com/pdf/A%20Primer%20on%20Enterprise%20Mashups.pdf), por sua vez, classifica-os em dois tipos: centrados em apresentação (presentation-centric) e centrados em dados (data-centric). Estes, por sua vez, podem ser classificados em agregação de conteúdo, fluxos automatizados de dados, dados compostos e migração de conteúdos.
Já Duane Merrill em "Mashups: The New Breed of Web Applications"(http://www.ibm.com/developerworks/xml/library/x-mashups.html), propõe uma classificação baseada no tipo de aplicação em que um mashup é utilizado. Assim, eles podem ser classificados em mashups de mapas (mapping mashups), de vídeo e fotos, de busca e compras, e de notícias.
Considerando-se as possibilidades acima, parece fazer sentido classificar os mashups em mais de uma dimensão: conforme a origem e composição das informações (seguindo a proposta de David Linthicum, por exemplo); conforme o público-alvo; conforme seu objetivo ou utilizão.