quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

A formação do leitor no contexto da desinformação e das fake news: desafios para os estudos de letramentos na pandemia da covid-19 e além

Juliana Alves Assis* Fabiana Komesu** Marie-Christine Pollet*** Em março de 2018, Vosoughi, Roy e Aral, pesquisadoresdo Media Lab do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT),apresentaram um estudo na Science, em que discutiam notíciasverdadeiras e falsas postadas na rede social Twitter e avaliadas por seis agências independentes de checagem de fatos, no período de 2006 a 2017. O conjunto do material era formado de 126 mil tuítes em língua inglesa, espalhados quatro milhões e meio de vezes por três milhões de pessoas. Os temas checados por aquelas agências e investigados pelos autores, em período anterior à pandemia da covid-19, eram diversos e versavam sobre política, negócios, entretenimento, ciência, desastres naturais, dentre outros. Os autores chegaram à conclusão de que um post verdadeiro atinge em média mil pessoas; uma notícia falsa, entretanto, pode atingir entre mil e 100 mil pessoas. Observaram ainda que a probabilidade de uma notícia falsa ser retransmitida é 70% maior do que uma notícia verdadeira e que, para temas relacionados à política, essa porcentagem aumenta. Ainda segundo os autores, o fator “novidade” da informação é o elemento diferenciador na disseminação de notícias, em meio à urgência de seu compartilhamento em mídias digitais, comunicadores instantâneos e outros meios.

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