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Elaine Cristina Lopes
São
muitos os avanços tecnológicos industriais, mas não menos surpreendente
pela sua proporção conquistada destaca-se a rede Internet, que na
esfera empresarial abrange desde o comércio eletrônico até o intercâmbio
de dados entre empresas e a transmissão de informações para clientes e
público geral. Em relação à convergência entre as tecnologias da
computação e da comunicação, Tomaél et al. (2001)
comentam que a Internet representa uma verdadeira revolução nos métodos
de geração, armazenagem, processamento e transmissão da informação.
Nesse
contexto tecnológico aliado a gestão da informação, é fundamental que
haja o desenvolvimento de ambientes informacionais digitais empresariais
eficientes, promovendo a transformação das informações em conhecimento
organizacional. Devemos considerar que uma empresa, ao estruturar um website
pensando no usuário final, visando a apresentar e vender seus produtos,
fornecer relatórios financeiros, divulgar informações relevantes entre
outros produtos informacionais, pode transformar o website
em um canal eficiente de relacionamento com colaboradores, parceiros,
fornecedores, clientes, investidores, ou seja, com todos os stakeholder (1) envolvidos.
A
medida que a Internet permeia nossa sociedade, gerentes e executivos
estão vagarosamente reconhecendo a natureza crítica-missionária de seus
sites e redes locais interligadas, e essa consciência é inevitavelmente
seguida pela compreensão de que arquitetura da informação é uma chave
ingrediente para o sucesso. Uma vez que vejam a luz, não há retorno
(MORVILLE; ROSENFELD, 2006, p.378, tradução nossa).
A arquitetura do website
decorre da arquitetura organizacional de informações geradas
internamente, refletindo a própria gestão da empresa. Seu contexto
estrutural é capaz de estabelecer processos de comunicação com o
público, por isso é fundamental que haja uma consciência quanto ao
reconhecimento desse ambiente informacional como elemento contribuidor
da imagem da empresa e, que por sua vez, pode gerar um diferencial
competitivo. Morville e Rosenfeld (2006, p.376-377, tradução nossa)
destacam pontos que devem ser analisados considerando o foco do
ambiente, seja ambiente interno (intranet) ou website da empresa, os quais se denominam de “Argumentos da Arquitetura da Informação” (AAI):
§ Reduzir o custo para encontrar informação;
§ Reduzir o custo de encontrar informação inadequada;
§ Reduzir o custo de não encontrar nenhuma informação;
§ Prover uma vantagem competitiva;
§ Aumentar a consciência quanto ao produto;
§ Aumentar vendas;
§ Tornar o uso do site uma experiência mais agradável;
§ Aprimorar fidelidade da marca;
§ Reduzir a confiança sobre documentação;
§ Reduzir custos de manutenção;
§ Reduzir custos de treinamento;
§ Reduzir mudança de funcionários;
§ Reduzir transtorno organizacional;
§ Reduzir politicagem organizacional;
§ Melhorar partilha de conhecimento;
§ Reduzir a duplicação de esforços;
§ Solidificar estratégias de negócios.
A
arquitetura da informação deve contemplar e refletir o universo da
organização, baseando-se na visão, missão e valores estabelecidos pela
organização, elementos estes que estão inseridos na dimensão e
implementação de um projeto de AAI, o que significa que tal implantação
deve ocorrer de forma imbricada a estratégia de negócios.
Na prática, a Arquitetura da Informação e estratégia de negócios deve ter uma relação simbiótica. É óbvio que a estrutura de um website
deveria se aderir com os objetivos e estratégias de negócios. Então
estratégia de negócios (frequentemente chamada “regras de negócios”)
conduz à Arquitetura da Informação (MORVILLE, ROSENFELD, 2006, p.378,
tradução nossa).
Os
autores trazem reflexões acerca do alinhamento entre as atividades
relacionadas à Arquitetura da Informação (AI) com as estratégias de
negócios. Essas reflexões estão relacionadas à importância da empresa em considerar as necessidades e expectativas dos stakeholders. São reflexões que devem ser constantes, uma vez que refletimos a imagem da empresa através do website. Entretanto, muitas empresas ainda não perceberam que ao possibilitarem que o usuário tenha condições de navegar no website
da empresa, para obter informações precisas, estarão também mostrando
como funciona a própria empresa. Sendo assim, a interface do website deve ajudar o usuário e pode ajudar a empresa (MORVILLE; ROSENFELD, 2006).
O website
também pode ser uma ferramenta de marketing com grande visibilidade e
que pode garantir bons negócios quando bem estruturado, atualizado e com
a preocupação constante em refletir a seriedade da empresa,
considerando que os clientes e usuários no ambiente Web estão
cada vez mais exigentes e atuantes. Isso ocorre porque eles estão
imersos em um leque de possibilidades acerca de empresas, produtos,
serviços que lhe conferem poder de escolha na busca de produtos mais
atrativos e vantajosos, entre outros.
Nesse
sentido, cabe às empresas se adequarem a esse paradigma de atuação,
cujos negócios podem garantir competitividade e visibilidade. As
empresas com esse intuito devem, portanto, estar preocupadas com seu
diferencial em relação às demais. Nessa perspectiva, Morville e
Rosenfeld (2006, p.381, tradução nossa) sugerem os seguintes
questionamentos:
§ No que sua empresa é realmente boa?
§ No que sua empresa é realmente ruim?
§ O que faz sua empresa diferente dos seus concorrentes?
§ Como você é capaz de derrubar concorrentes?
§ Como seu website ou rede local pode contribuir para vantagem de concorrência?
Atualmente,
a vantagem competitiva se destaca, entre outras, na relação da empresa
com os clientes. Ao perceber problemas de interação entre o projeto
inicial de website e o que de
fato se torna realidade e, portanto, o que de fato é disponibilizado
aos usuários, sobretudo quando se trata de um ambiente de compras ou
utilização de serviços, verifica-se que há subutilização ou evasão, por
parte dos cientes, quanto ao uso dos serviços.
Companhias
descobriram que obtêm mais lucro de seus websites quando seguem
diretrizes de usabilidade [...] Não que as companhias desejem ser boas e
ajudar a humanidade, é que elas desejam ganhar mais dinheiro. É sorte
nossa que a forma de se ganhar mais dinheiro na web é projetar para
humanos (NIELSEN, 2007, p.2).
O equilíbrio entre a qualidade do que a empresa oferta e a qualidade do website
é fundamental para o êxito de suas relações com o mercado. Cada vez que
o consumidor procura um ambiente em busca de informações, ele analisa
e, portanto, a partir do interesse inicial e do que é oferecido, há a
decisão de uso propriamente dita. Utilizar o ambiente web
estrategicamente é tão importante quanto qualquer outra variável
considerada pela empresa, podendo ser o ponto de partida para que se
obtenha vantagem competitiva frente aos concorrentes na conquista de
novos clientes, bem como na manutenção dos clientes já existentes.
REFERÊNCIAS
FREITAS, R. A.; QUINTANILLA, L. W.; NOGUEIRA, A. dos S. Portais corporativos: uma ferramenta estratégica para gestão do conhecimento. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.
MORVILLE, P.; ROSENFELD, L. Information architecture for the world wide web. 3.ed. Sebastopol: O’Really, 2006.
NIELSEN, J. Usabilidade é popular graças a seu retorno financeiro. Jornal Folha de Online, São Paulo, 02 fev. 2007. Entrevista concedida a Pollyana Notargiacomo Mustaro. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21504.shtml>.
TOMAÉL,
M. I.; CATARINO, M. E.; VALENTIM, M. L. P.; ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de ;
SILVA, T. E. da; ALCARÁ, A. R.; SELMINI, D.; MONTANARI, F. R.; YAMAMOTO,
S.; ALMEIDA, C. C. de; CURTY, R. G.; GODOY, P. A. Avaliação de fontes
de informação na Internet: critérios de qualidade. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.11, n.2, p.1-14, 2001.
NOTAS
[1] Stakeholder refere-se a “[...]
qualquer ator (pessoa, grupo, entidade) que tenha uma relação ou
interesses (diretos ou indiretos) com ou sobre a organização” (FREITAS;
QUINTANILLA; NOGUEIRA, 2004, p.96).
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