Bibliotecários Especializados - Trabalham em bibliotecas de medicina, odontologia,direito , artes, em grandes acervos de fotografias ou em bibliotecas de empresas particulares. Tive uma experiência de 4 meses em uma biblioteca de uma empresa de engenharia e percebi que é um trabalho que demanda um alto nível de comprometimento com a empresa ou área com a qual você está lidando, sendo necessário um alto senso de cultura organizacional, enxergando a área específica na qual você está trabalhando de um modo mais sistêmico, holístico mesmo. Ou seja, o trabalho de gerenciamento da biblioteca é importante? Sim, é, mas o bibliotecário especialista não deve focar-se apenas nele se quiser ser bom. Basicamente, qualquer área do conhecimento pode ter seu próprio bibliotecário, basta a pessoa ter interesse pela área em questão e ser motivada.

Bibliotecários de Processamento Técnico - Estes seriam os profissionais que trabalham “nos bastidores” da biblioteca, com catalogação, classificação e indexação de todos os materiais do acervo. Por ser um trabalho muito recluso, repetitivo e que lida com uma série de materiais auxiliares (AACR2, CDD, CDU, Cutter-Sanborn), ele tende a ser menosprezado por quem tem uma personalidade mais ativa e crítica, como coisa que “qualquer pessoa ensinada pode fazer”. Concordo que até pessoas não ensinadas podem trabalhar com processamento técnico, mas a maioria – dada a oportunidade – simplesmente não se dará a este trabalho (ao menos não numa biblioteca física, rs). Quem é bibliotecário faz isso por que gosta, por que acha curioso descrever itens diferentes, porque acha o processo de classificação algo criativo, por mais que aparentemente não seja. E quem considera estas coisas inúteis é porque talvez tenha preocupações muito mais nobres que estas. Pessoalmente, considero este tipo de serviço o núcleo, pois se eles não existissem tais como são, a biblioteconomia provavelmente se descaracterizaria e se tornaria outra coisa que talvez ainda não exista (que é o que provavelmente acontecerá, algum dia). Aliás, foi justamente aprender como funciona o processamento técnico que me motivou a fazer o curso de biblioteconomia. Mas tambémacredito que organizar informação é apenas mais uma parte de todo um processo e não o processo principal ou ainda, o menos importante. É apenas essencial – pra não dizer, o mínimo – para uma biblioteca (física) que se pretende razoavelmente organizada.

Bibliotecários de Restauração - Alguns cursos – inclusive o curso de biblioteconomia da UFSC, há alguns anos – ofereciam disciplinas optativas de restauração de livros, especificamente. Esta disciplina não consta mais no currículo e também tem se tornado rara nos cursos de graduação talvez pelo baixo interesse e também por conta dos materiais de restauro, que são caros. Mas por incrível que pareça, ainda tem gente que faz restauração de livros. Algumas pessoas nem chamariam de bibliotecários, mas talvez bibliófilos-restauradores que entendem de técnicas de restauração de livros antigos. As pessoas que trabalham com isso compreendem que, além do apego sentimental aos livros – que muita gente ainda tem - questões como a preservação e a memória também tem sua relevância, em alguns contextos.
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